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Estado de Minas CRITICOU PRESIDENTE

'Se for tentativa de censura, sair� pela culatra', diz m�dico de Pelotas

Epidemiologista e professor ga�cho, Pedro Hallal foi obrigado a assinar um Termo de Justamento de Conduta ap�s criticar Bolsonaro, mas promete n�o se calar


05/03/2021 13:10 - atualizado 05/03/2021 14:27

Pedro Hallal, epidemiologista e professor da Universidade Federal de Pelotas (RS)(foto: Reprodução/UFPEL)
Pedro Hallal, epidemiologista e professor da Universidade Federal de Pelotas (RS) (foto: Reprodu��o/UFPEL)
Denunciado � Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) ap�s criticar a atua��o do presidente Jair Bolsonaro no combate � pandemia, o epidemiologista e professor da Universidade Federal de Pelotas (RS) Pedro Hallal promete n�o se calar.

Ele assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que se compromete a cumprir o Estatuto do Servidor P�blico, que pro�be "manifesta��es de apre�o ou desapre�o na reparti��o", mas afirmou, em entrevista, que o epis�dio n�o vai impedi-lo de expressar suas opini�es "exatamente da mesma forma". Para ele, o TAC "� uma vit�ria contra uma investida autorit�ria".

O que houve desde 7 de janeiro, quando cr�ticas ao governo foram feitas?

No final do ano passado, a gente fez o processo eleitoral de escolha dos pr�ximos reitores da UFPel e o professor Paulo Ferreira foi eleito. No come�o de janeiro, saiu a nomea��o da professora Isabela Andrade, que tinha sido a segunda colocada. A� come�ou um movimento de indigna��o, como aconteceu em outras 19 universidades at� ent�o. Resolvemos expor o que estava acontecendo. Fizemos uma live, e houve v�rias manifesta��es. Fiz um discurso de 14 minutos. E, realmente, no �ltimo minuto e meio da live, fiz aquela manifesta��o que acabou viralizando. Disse que o presidente n�o manda na UFPel e, no final, usei o termo "desprez�vel".

O que aconteceu depois?

Um ou dois dias depois, recebi um v�deo completamente descontrolado de um deputado federal (Bibo Nunes), de 12 minutos, dizendo horrores sobre a gente e que iria me processar. Ele entregou a den�ncia e o processo ent�o chegou � CGU, que me mandou um relat�rio em que ficava afastada a possibilidade de qualquer infra��o disciplinar grave - que era o que o deputado queria - e dizia que a �nica eventual falta funcional que eles vislumbravam, em tese, seria essa viola��o que acabou entrando no TAC. A CGU, neste caso, procedeu exatamente como eu procederia como gestor. O TAC � sem reconhecimento de culpa. Com a assinatura, o processo foi arquivado.

A CGU classificou o seu coment�rio como "infra��o disciplinar de menor potencial ofensivo". Como sr. classificaria?

N�o tenho nenhuma cr�tica � classifica��o que a CGU fez. Para mim, com a assinatura do TAC, colocamos uma pedra sobre esse assunto. O que espero � que nunca mais um pesquisador brasileiro precise passar pelo que eu estou passando.

O sr. v� nisso uma tentativa de cercear a liberdade de c�tedra?

Seria muita coincid�ncia que isso tivesse acontecido exatamente com o pesquisador que vem sendo uma das vozes mais cr�ticas � atua��o do governo durante a pandemia. Se for uma tentativa de censura, sair� pela culatra. Seguirei emitindo minhas opini�es exatamente da mesma forma como as emitia antes desse processo, porque a minha opini�o cient�fica sobre a condu��o desastrosa da pandemia pelo governo federal n�o muda em decorr�ncia desse epis�dio.

O acordo vai mudar a sua conduta no ambiente acad�mico?

Vou continuar exercendo o meu trabalho como eu sempre fiz, desde 2005. Minhas opini�es continuar�o sendo emitidas da mesma forma. Especificamente em rela��o ao assunto que tanto incomoda, seguirei divulgando que tr�s a cada quatro mortes que aconteceram no Brasil n�o teriam ocorrido caso o governo federal n�o fosse um fracasso t�o vexat�rio no enfrentamento da pandemia como vem sendo.

Por que o sr. considera a assinatura do TAC uma vit�ria?

Porque num momento de exce��o como esse, um processo que jamais poderia ter existido poderia ter um desfecho surpreendente. No limite, o deputado que me denunciou queria me demitir do servi�o p�blico. E nem uma advert�ncia eu recebi. � uma vit�ria contra uma investida autorit�ria, que saiu derrotada. Durante toda minha carreira, jamais cometi infra��o disciplinar e pretendo seguir n�o cometendo durante o restante da minha vida p�blica.


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