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Estado de Minas CORONAV�RUS

Queiroga avisa que seguir� cartilha de Bolsonaro � frente da Sa�de

Novo ministro da Sa�de promete "dar continuidade" ao trabalho de Eduardo Pazuello, que deixa a pasta com uma gest�o controversa e recorde de mortes


17/03/2021 13:58

(foto: Evaristo Sa/AFP)
(foto: Evaristo Sa/AFP)

Apesar da troca no comando do Minist�rio da Sa�de, quem esperava uma mudan�a na estrat�gia de enfrentamento � pandemia se decepcionou com o que ouviu do novo titular da pasta, o cardiologista Marcelo Queiroga. Ele anunciou que dar� continuidade ao trabalho do atual gestor, Eduardo Pazuello. Antes mesmo de iniciar o processo de transi��o, o m�dico tratou de deixar claro que far� tudo o que o presidente Jair Bolsonaro mandar.

“A pol�tica � do governo Bolsonaro, n�o do ministro. O ministro executa a pol�tica do governo”, enfatizou. A declara��o confirmou o que especialistas j� apontavam: ele foi escolhido justamente porque n�o pretende se opor ao chefe do Planalto e ser� t�o ou mais obediente do que Pazuello.

Nesta ter�a-feira (16/3), enquanto Queiroga confirmava que a nova gest�o continuar� o trabalho feito, nos �ltimos meses pelo general, o Brasil teve seu pior dia desde o in�cio da pandemia: registrou o recorde de 2.841 mortes em 24 horas e ultrapassou os 280 mil �bitos por COVID-19. Essa m�dia di�ria foi alcan�ada pelos Estados Unidos, em dezembro de 2020, quando ainda era o pa�s na pior situa��o.
“� muito dif�cil Bolsonaro aceitar qualquer ministro que n�o se curve a ele, que n�o seja subserviente”, explicou o cientista pol�tico Cl�udio Couto, da Funda��o Getulio Vargas. “Ele (presidente) ignora quest�es l�gicas em rela��o � gest�o p�blica e recha�a quem tenta fazer diferente. Pazuello fez praticamente tudo o que ele queria que fizesse. At� a desautoriza��o p�blica em rela��o �s vacinas ele matou no peito. Foi fiel ao seu chefe. Queiroga talvez saiba se esquivar melhor de cascas de banana.”

De acordo com o especialista, uma mudan�a de postura por parte de Bolsonaro s� ocorreria caso o presidente entendesse que pode ser severamente prejudicado nas pr�ximas elei��es. A coer�ncia, no entanto, n�o � uma marca do governo federal, conforme assinalou.

Secret�rio executivo do Minist�rio Sa�de no in�cio da gest�o Bolsonaro, o m�dico Jo�o Gabbardo lamentou o fato de Queiroga assumir a pasta sem recha�ar o uso de cloroquina ou defender um lockdown, medidas que contrariam a vis�o do presidente. “O recorde de �bitos hoje (ontem) ser� em alta escala. Sugest�o: n�o se posicione contra o lockdown nacional”, aconselhou, nas redes sociais, o atual coordenador do Centro de Conting�ncia da COVID-19 no governo de S�o Paulo.

O cientista pol�tico David Fleischer, da Universidade de Bras�lia (UnB), considerou a troca de Pazuello por Queiroga como “seis por meia d�zia” no minist�rio, mas acredita que a mudan�a teve a inten��o de evitar desgastes para o governo com uma CPI da COVID no Senado. “Eles estavam muito alvoro�ados com essa quest�o. Pazuello estava vulner�vel. Agora, Queiroga ser� mais um capacho no Minist�rio da Sa�de. Ele mesmo falou que vai continuar o trabalho de Pazuello”, afirmou.

Apesar de ser t�cnico e ter reconhecimento profissional — � presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia —, Queiroga n�o desfrutar� de mais liberdade do que o antecessor, na avalia��o de Fleischer. “Ele � m�dico, mas j� falou a favor da cloroquina. Um m�dico que defende isso n�o leva em conta a ci�ncia.”


Novo cargo

A demora do governo em dar posse a Queiroga � para ver se Bolsonaro consegue encontrar um lugar para abrigar Pazuello na estrutura de governo. Afinal, diz-se no Planalto que o presidente n�o est� afastando o ministro por incompet�ncia e, sim, por estrat�gia pol�tica, para ter na sa�de um m�dico. Tanto � que Pazuello participou da conversa do chefe do Executivo com a cardiologista Ludhmila Hajjar, que recusou o cargo. A inten��o � n�o deixar que um general da ativa fique com a pecha de defenestrado.

O problema, por�m, � arrumar um cargo para Pazuello que esteja � altura. N�o est� descartada que ele assuma a Secretaria de Assuntos Estrat�gicos (SAE), vinculada � Presid�ncia da Rep�blica. Hoje, a pasta � ocupada pelo almirante Fl�vio Augusto Rocha, que ficaria somente com a Secretaria de Comunica��o do governo, j� ocupada interinamente por ele. Com a SAE, Pazuello garantir� foro especial no caso de processos que responde por omiss�es na pandemia do novo coronav�rus, em especial, a falta de oxig�nio em Manaus, que causou uma s�rie de mortes. (Com Ag�ncia Estado)

"Doen�a miser�vel"

O novo ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, solidarizou-se com os atingidos pela trag�dia. “(Quero) levar uma palavra de alento para as fam�lias que perderam seus entes queridos v�timas dessa doen�a miser�vel e de outras que tamb�m afetam a popula��o brasileira”, afirmou. Ele lembrou que a pandemia � um desafio n�o s� para as autoridades sanit�rias no Brasil, mas para todos os 220 milh�es de brasileiros. Na opini�o do m�dico, o pa�s conta com o Sistema �nico de Sa�de como uma “grande arma” para enfrentar a crise sanit�ria.


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