Ao menos 25 pessoas foram intimadas a depor � Pol�cia Federal (PF) na cidade Uberl�ndia, em Minas Gerais, sobre mensagens nas redes sociais que mencionam o presidente Jair Bolsonaro.
Um inqu�rito, com base na Lei de Seguran�a Nacional (LSN), foi aberto h� duas semanas na cidade ap�s um morador publicar uma mensagem nas redes sociais em que citava uma visita do presidente � cidade e questionava algu�m gostaria de se tornar "her�i nacional" na ocasi�o.
Em resposta � publica��o, apareceram mais de 400 coment�rios, entre eles diversas mensagens que sugeriam atentados contra o presidente. O autor da primeira mensagem foi detido horas ap�s publica��o, levado para depoimento na sede da Pol�cia Federal em Uberl�ndia. Ele passou cerca de um dia em um pres�dio da cidade.
A estimativa de que 25 pessoas tenham sido chamadas para prestar depoimento desde ent�o � de um grupo de advogados do munic�pio mineiro. Eles ainda n�o sabem se todos os investigados t�m rela��o com o mesmo epis�dio.
"As pessoas que estamos defendendo n�o fazem ideia por qu� est�o sendo intimadas, elas tuitam muita coisa, republicam, ent�o n�o d� para saber", diz o advogado Jos� Carlos Muniz, que defende alguns dos investigados e tem reunido informa��es sobre o caso. Dois dos investigados, ouvidos pelo Estad�o, classificaram o conte�do das mensagens que publicaram como "infeliz".
"�s vezes n�o damos a devida gravidade ao que postamos na nossa rede social", disse a veterin�ria Isabela, de 24 anos, intimada a depor na PF no dia 20 de abril. "Na minha cabe�a, foi em tom de brincadeira. Minha rede social n�o tem muitos seguidores, ent�o n�o me preocupei."
Detido logo ap�s a repercuss�o da sua mensagem, Jo�o Reginaldo Junior, de 24 anos, defendeu que n�o havia car�ter de amea�a no seu texto. "N�o tem nenhuma palavra, frase, ou men��o expl�cita a algum tipo e amea�a ou incita��o a �dio", disse.
Pris�o
Policiais militares chegaram � casa de Jo�o por volta das 22h do dia 4, pouco mais de seis horas ap�s ele publicar a mensagem em que perguntou se haveria um "her�i nacional" na visita de Bolsonaro � cidade. Eles disseram que o jovem respondia a uma investiga��o por poss�vel crime contra a seguran�a nacional por causa do tu�te, e o acompanharam at� a sede da corpora��o em Uberl�ndia.
O perfil de Jo�o tinha pouco mais de 150 seguidores, mas foi replicado por mais de mil usu�rios.
No depoimento a um delegado da PF, ele foi questionado se reconhecia a autoria da mensagem, se o perfil utilizado era mesmo dele, se ele conhecia as pessoas que publicaram coment�rios incentivando atentados em resposta � sua mensagem, e tamb�m se era filiado a algum partido, organiza��o estudantil ou qualquer tipo de agremia��o.
Al�m disso, o delegado tamb�m quis saber se ele havia sido pago para publicar a mensagem. Jo�o diz que admitiu a autoria da mensagem e do perfil, mas que respondeu que n�o integrava qualquer grupo organizado, n�o conhecia os usu�rios que fizeram coment�rios nem havia recebido dinheiro para o tu�te.
At� ent�o, ele achava que seria liberado logo ap�s o depoimento. O delegado explicou que havia um mandado de pris�o contra ele, e dali seguiria para o pres�dio. Jo�o ficou preso at� as 18h do dia seguinte.
"N�o seria dif�cil de entender, numa conversa ou investiga��o r�pida, que eu n�o apresentava nenhum risco � sociedade ou � seguran�a do pr�prio presidente", argumentou.