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Estado de Minas EX-PRESIDENTE

Michel Temer: 'Bolsonaro deve admitir erro e propor um pacto'

Novo mantra do governo deveria ser, segundo Temer, 'unidos e vacinados'


20/03/2021 08:00 - atualizado 20/03/2021 08:51

(foto: Agência Brasil)
(foto: Ag�ncia Brasil)
Com a pandemia do coronav�rus cada vez mais fora de controle no Pa�s, o ex-presidente Michel Temer avalia que seria importante que Jair Bolsonaro liderasse um pacto nacional entre todas as inst�ncias de poder para tentar conter a doen�a. Aos 80 anos, o experiente pol�tico do MDB j� foi procurado pelo presidente para trocar ideias.

E disse que, se Bolsonaro quiser saber sua opini�o sobre a pandemia, far� a sugest�o de que ele convoque uma entrevista coletiva, reconhe�a erros, defenda vacina��o em massa e aceite pol�ticas de isolamento social. O novo mantra do governo deveria, segundo ele, ser "unidos e vacinados".

"Se o presidente toma uma atitude dessa natureza, o povo se tranquiliza. Ele manda um sinal", disse Temer em entrevista ao Estad�o. "N�o d� para ignorar a pandemia, que est� num ritmo e velocidade assustadores." Para Temer, a l�gica da preserva��o da economia � compreens�vel, mas n�o pode vir antes da sa�de. "Eu sempre digo, a economia pode ir mal nesse momento. Mas ela se recupera. A vida voc� n�o recupera", afirmou. Mesmo sendo uma das vozes mais influentes no MDB, Temer destacou que esse n�o � o momento de o partido se ocupar com as elei��es de 2022. "N�o podemos deixar que essas discuss�es contaminem negativamente essa unidade que � indispens�vel agora, em 2021, para o combate ao coronav�rus."

Como o sr. analisa o impacto da pandemia na vida do Pa�s?

Naturalmente, tudo isso tumultuou muito a vida dos brasileiros. Esse � o primeiro ponto. O segundo ponto � sobre o que o presidente da Rep�blica poderia fazer, aproveitando a oportunidade da mudan�a do ministro da Sa�de. Vou dar um palpite. Poderia chamar uma entrevista coletiva e dizer: 'Olha, voc�s sabem que, ao longo do tempo, eu sempre combati esse isolamento social preocupado com a economia. N�s temos de conjugar a economia com a sa�de.

Com a vida do cidad�o. E, evidentemente, como aumentou muito a pandemia, eu vou ampliar o que j� estou fazendo. Vou comprar muitas vacinas. O governo est� empenhado em comprar milh�es e milh�es de doses. Vou propor, realmente, concordar com a hip�tese de eventual isolamento social. Vou chamar os governadores e o Congresso Nacional. Vamos todos trabalhar juntos e vamos patrocinar a vacina��o. O mantra que agora vale � unidos e vacinados'.

O sr. acha que � poss�vel ele aceitar essa sugest�o?

Se o presidente toma uma atitude dessa natureza, o povo se tranquiliza. Ele manda um sinal. O povo vai dizer: 'Poxa, a Uni�o, presidente e governadores e o Congresso est�o trabalhando em benef�cio da nossa sa�de. Acho que ficaria muito bem para ele, presidente da Rep�blica. Ficaria bem para os governadores. Ficaria bem para o Congresso. E ficaria bem para a sa�de do Pa�s. Eu acho que isso seria extremamente �til. N�o d� para ignorar a pandemia, que est� num ritmo e velocidade assustadores.

E a pandemia sem controle compromete a sa�de e todos os outros setores...

Claro. At� por uma raz�o. Eu sempre digo, a economia pode ir mal nesse momento. Mas ela se recupera. A vida voc� n�o recupera. Vai embora e n�o volta. Dou sempre um exemplo. Quando assumi o governo, o PIB era negativo, em maio de 2016. Era menos 3,6%. Um ano e seis meses depois, em dezembro de 2017, estava em 1,3%. Acho que o grande combate, agora, � contra a pandemia. O pacto do unidos e vacinados pode produzir essa ideia de pacifica��o do Pa�s.

Pensa em procurar o presidente para apresentar essa ideia?

Veja bem, se ele me procurar, farei essa sugest�o. Agora, n�o quero ser inoportuno. Se um dia for consultado, direi o que estou dizendo agora publicamente. E, com toda a franqueza, acho que � em benef�cio da governabilidade e do Pa�s.

Houve um fato novo com a decis�o do ministro Edson Fachin de anular as condena��es do ex-presidente Lula, o que o torna eleg�vel. Como o sr. v� a poss�vel entrada dele na corrida eleitoral?

N�o gostaria de falar de um tema que diz respeito a 2022 quando temos um 2021 grav�ssimo. Eu acho que, neste momento, temos de cuidar 2021. Para responder um pouco lateralmente � pergunta, � evidente que, com o ex-presidente Lula eleg�vel, a sensa��o que tenho � de que poder� vir a disputar a elei��o. Agora, � muito cedo para saber qual � o quadro que vai se desenhar para 2022. N�o podemos deixar que essas discuss�es contaminem negativamente essa unidade que � indispens�vel, agora, para o combate ao coronav�rus.

O sr. fala de unidade e muito se discute sobre a dificuldade do centro em produzir uma candidatura consensual. N�o seria o caso dessa candidatura estar sendo discutida j�? At� no MDB?

N�o se deve discutir isso agora. Com muita franqueza, se pudesse dar uma sugest�o, diria 'vamos deixar essa conversa para depois'. N�o pode antecipar esse calend�rio. E voc� sabe que em pol�tica as coisas �s vezes mudam de uma semana para a outra. Ent�o, como � que o MDB, que sempre foi um partido muito ponderado, vai entrar, agora, numa discuss�o para saber quem � o candidato? Se vai ter candidato, se n�o vai ter. Quem dever� apoiar. Isso vai se definir l� para frente.

Ao contr�rio de Bolsonaro, o sr. enfrentou duas vezes pedidos de impeachment. Acredita que aqueles pedidos foram injustos?

N�o s� foram exagerados e pol�ticos, como, judicialmente, est�o sendo derrubados. O juiz de primeiro e de segundo grau est�o derrubando as acusa��es. Foram dois pedidos de impeachment. E o Congresso n�o aprovou. E n�o aprovou porque n�o havia povo na rua.


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