(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas Miliciano

Laudos p�em em xeque vers�o de que 'Capit�o Adriano' foi morto em conflito com PM

Quando estava preso, em 2005, Adriano recebeu, por iniciativa de Fl�vio Bolsonaro, a mais alta condecora��o da Assembleia Legislativa do Rio


29/03/2021 10:51 - atualizado 29/03/2021 12:02

Adriano da Nóbrega(foto: Policia Civil/Divulgação)
Adriano da N�brega (foto: Policia Civil/Divulga��o)

Laudos feitos por peritos do Minist�rio P�blico (MP) da Bahia e do Rio questionam a vers�o de que o miliciano Adriano Magalh�es da N�brega, o capit�o Adriano, foi morto ap�s reagir � bala � pris�o, no interior baiano, em fevereiro de 2020.

Segundo essa vers�o oficial, o ex-PM, que era suspeito de liga��es com um "cons�rcio" de matadores de aluguel e uma mil�cia na zona oeste carioca, teria respondido com sete tiros � ordem para se render. Foi, ent�o, abatido por dois disparos por policiais militares. Reportagem do Fant�stico, da Rede Globo, exibida neste domingo, 28, p�e em d�vida essas afirma��es.

Baseado em duas necropsias, o resultado da an�lise diverge do inqu�rito da Pol�cia Civil da Bahia. A investiga��o concluiu que o acusado de chefiar o Escrit�rio do Crime e tamb�m citado no caso das "rachadinhas" no gabinete do senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ) morreu em confronto.

A ex-mulher e a m�e de Adriano eram assessoras presumivelmente fantasmas do parlamentar, no suposto esquema para desviar sal�rios para o pr�prio deputado, quando era deputado estadual. Por ele, Fl�vio foi denunciado � Justi�a, com outras 16 pessoas, por peculato (desvio de dinheiro por servidor), organiza��o criminosa, lavagem de dinheiro e apropria��o ind�bita.

O inqu�rito policial conclu�do em agosto do ano passado tamb�m descartou qualquer hip�tese de que Adriano tenha sido torturado antes de ser executado. Segundo a pol�cia baiana, um corte na cabe�a usado para questionar se ele teria sofrido coronhadas de armas dos policiais seria, na verdade, um ferimento produzido ap�s a queda dele j� baleado. O ex-PM teria batido em algum objeto - que pode ser uma quina, por exemplo.

Em depoimento ao Fant�stico, o perito e professor titular de Medicina Legal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Nelson Massini, disse que em tr�s aspectos a vers�o dos policiais n�o bate com a da per�cia.

"H� um disparo que entra tangencialmente pela lateral do t�rax do abd�men, segue o trajeto sai daqui e reentra no corpo e � um tiro que provavelmente a v�tima j� estava deitada. Isso tem que ser esclarecido. Esse tiro, deveria entrar e sair numa posi��o paralela ao solo", diz o perito Nelson Massini, destacando que o trajeto do proj�til � incompat�vel com a posi��o declarada dos atiradores e da v�tima.

O outro ponto diz respeito � aus�ncia de vest�gios de p�lvora nas m�os de Adriano. Massini afirma que � muito pouco prov�vel que ele tenha dado sete tiros e nada tenha sido encontrado. "Foi feito um exame n�o apropriado que � um exame qu�mico para verifica��o do res�duo de p�lvora e n�o se usa mais. Hoje o exame � apropriado � uma microscopia de varredura. Isso fala a favor de que ele n�o atirou a princ�pio, mas � preciso justificar o porqu� dessa negatividade", diz.

O perito trata ainda das les�es que o ex-policial tinha na regi�o da cabe�a. Massini diz que elas geraram rea��o vital, e teriam ocorrido enquanto o miliciano estava vivo, o que n�o foi explicado. "Em que momento isso foi feito? Por que, se voc� teve a oportunidade de se aproximar dele e dar essas pancadas na cabe�a, por que n�o prender?".

A Secretaria de Seguran�a da Bahia disse ao Fant�stico em nota que n�o recebeu os novos questionamentos feitos pelo Minist�rio P�blico da Bahia. J� o MP afirmou que j� enviou as perguntas sobre o laudo de necropsia. A Secretaria n�o comentou a a��o dos policiais militares que resultou na morte de Adriano da N�brega.

Condecorado por Fl�vio Bolsonaro


Quando estava preso, em 2005, Adriano recebeu, por iniciativa de Fl�vio Bolsonaro, a Medalha Tiradentes, mais alta condecora��o da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Na semana passada o Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro deflagrou a Opera��o G�rgula para desmantelar uma suposta organiza��o criminosa respons�vel pela movimenta��o financeira e lavagem de dinheiro de Adriano.

O objetivo era cumprir mandados de pris�o preventiva contra a vi�va de Adriano, Julia Emilia Mello Lotufo, o soldado da PM Rodrigo Bitencourt Fernandes Pereira do Rego e Daniel Haddad Bittencourt Fernandes Leal.

A Justi�a do Rio tamb�m determinou o sequestro do Haras Fazenda Modelo e de autom�veis, al�m do bloqueio de R$ 8,4 milh�es, correspondentes ao valor constatado em movimenta��es dos investigados. De acordo com o Fant�stico, a quadrilha do miliciano tinha lucro de cerca de R$ 2 milh�es por m�s.

Ao todo, nove pessoas foram denunciadas � 1ª Vara Criminal Especializada da Capital por crimes de associa��o criminosa, agiotagem e lavagem de dinheiro,. Os acusados s�o integrantes da rede de apoio de Capit�o Adriano, respons�veis por lavar o dinheiro obtido pelo miliciano.

Apontada como chefe da organiza��o que geria o dinheiro de Adriano, a mulher dele, Julia, segue foragida. "A gente n�o tem informa��o de onde ela est�, nem se est� morta ou viva", disse ao programa o promotor Bruno Gangoni, coordenador do Grupo de Atua��o Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco.

Fl�vio Bolsonaro nega que houvesse "rachadinha" em seu gabinete. A condecora��o a Adriano teria sido concedida em homenagem � sua atua��o como policial, em uma �poca em que supostas liga��es do suspeito com atividades criminosas n�o eram conhecidas.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)