
O �udio do encontro, obtido pelo Estado de Minas, d� ind�cios de que profissionais do setor mudaram subordinados do home office para o trabalho presencial como forma de proteg�-los ante apura��es feitas pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) e pela Assembleia Legislativa.
O chefe de gabinete da SES-MG � Jo�o M�rcio Silva de Pinho. No encontro, feito com funcion�rios da assessoria de comunica��o da pasta, uma pessoa chamada pelos outros participantes de Jo�o, fala como chefe de gabinete.
Parte dele a ideia de retomar o trabalho presencial. Ele afirma que, assim, servidores estariam “seguros”.
O conte�do da grava��o foi revelado, primeiramente, pela R�dio Itatiaia. Ao EM, o presidente da CPI da Assembleia, Jo�o V�tor Xavier (CPI), disse que um servidor da sa�de estadual, respons�vel por fazer a interlocu��o entre Legislativo e o governo estadual, confirmou a veracidade do �udio.
O Jo�o ouvido na grava��o cita que a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) criada pela Assembleia para investigar poss�veis “fura-filas” e o MPMG solicitaram documentos detalhando se os imunizados estavam em home office ou em trabalho de campo � �poca da aplica��o das inje��es.
Os �rg�os de investiga��o pedem, ainda, que seja informado o regime de trabalho dos vacinados � �poca da reuni�o.
Ele, ent�o, sugere que funcion�rios vacinados em home office voltem ao trabalho presencial para que ele possa alterar o documento a ser enviado �s autoridades.
“Acho que seria mais seguro para voc�s se passassem a ter regime presencial e que o documento indicasse isso”, diz.
O interlocutor sugere aos demais participantes que fa�am expediente presencial durante a maior parte dos dias �teis. “Eu n�o manteria o regime de teletrabalho, de forma alguma. Passaria a vir quatro vezes por semana, no m�nimo. Se fosse eu, particularmente, at� viria todos os dias da semana, por precau��o, mesmo que em alguns dias venha (por) menos horas”, pontua.
A proposta recebe a concord�ncia de um dos ouvintes. “Se � a sa�da mais segura, vamos nela”.
Durante o encontro, ocorrido em uma sexta-feira sem data detalhada no �udio, um dos participantes confirma ter recebido a segunda dose da vacina tr�s dias antes.
Eles tratam, ainda, de estrat�gias para explicar que, mesmo com o retorno ao regime presencial, alguns trabalharam de casa em certas ocasi�es por causa de motivos como o agravamento da pandemia e a troca de comando na Secretaria de Sa�de – por conta do esc�ndalo, Carlos Eduardo Amaral foi substitu�do por F�bio Baccheretti, em 13 de mar�o.
Os servidores relatam, tamb�m, os constrangimentos sofridos por constarem na lista de investigados. Mais de 800 profissionais da Sa�de estadual que trabalham na Cidade Administrativa est�o na mira de MPMG e ALMG. H�, ainda, 1.852 lotados no interior, cuja situa��o tamb�m � apurada.
A divulga��o do �udio fez o chefe de gabinete, Jo�o Pinho, e o chefe da assessoria de comunica��o da Sa�de, Everton Souza, que estava na reuni�o, serem exonerados.
Os desligamentos v�o constar na edi��o desta sexta-feira (23/4) do Di�rio Oficial do Estado. (Leia a nota do governo estadual ao fim deste texto).
CPI vai apressar depoimento de chefe de gabinete
A manobra indignou os deputados que comp�em a CPI dos Fura-fila. “Al�m de ilegal, � absolutamente imoral”, disparou Jo�o V�tor Xavier. “Se algu�m tinha d�vida do motivo da CPI, depois dessa grava��o n�o precisa mais ter”, sustentou.O grupo se re�ne em car�ter extraordin�rio nesta sexta. O objetivo � aprovar a convoca��o de Jo�o Pinho para depor como investigado.
O �udio conta, tamb�m, com trechos em que os participantes da confer�ncia falam que a postura do governador Romeu Zema (Novo), ao admitir que pessoas em home office foram vacinadas, foi prejudicial.
“Servidores da Sa�de do estado admitem que orientaram o governador para que ele n�o continuasse dizendo a verdade. Quando o governador admitiu que pessoas em home office tomaram a vacina, isso incomodou as pessoas na secretaria”, criticou Jo�o V�tor Xavier.
Vacina��o n�o considerou diretrizes do governo federal
Nesta quinta (22), os integrantes da CPI ouviram Jana�na Passos, subsecret�ria de Vigil�ncia em Sa�de. Segundo ela, as chefias de cada subsecretaria ficaram respons�veis por definir os servidores vacinados.
Jana�na explicou que, ap�s isso, n�o houve quem conferisse se os profissionais citados nos documentos tinham, de fato, direito �s doses naquele momento, conforme as diretrizes do Plano Nacional de Operacionaliza��o da Vacina��o.
Ao estruturar a vacina��o de seus profissionais, a SES-MG observou apenas os crit�rios de um memorando interno.
“N�o foi feito o crivo se estava certo ou errado, n�o sei informar o que ocorreu ou se houve algum erro. Apenas filtramos a planilha de acordo com o memorando e determinamos a ordem de vacina��o daquelas pessoas que foram solicitadas, fizemos o escalonamento das pessoas cuja vacina��o nos foi pedida”, falou.
Nota do governo mineiro sobre o caso
O Governo de Minas informa que o chefe de Gabinete da Secretaria de Estado de Sa�de (SES), Jo�o Pinho, e o assessor-chefe de comunica��o da SES, Everton Souza, ter�o suas exonera��es publicadas na edi��o de sexta-feira (23) do Di�rio Oficial. O Governo de Minas reitera seu compromisso com a transpar�ncia e reafirma que todas as den�ncias relativas ao processo de vacina��o de servidores s�o apuradas por �rg�os de controle, com total colabora��o do governo estadual.