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Estado de Minas INVESTIGA��O

Ex-assessores de Bolsonaro receberam R$ 165 mil em aux�lio, diz MP

Funcion�rios do gabinete do ent�o deputado Jair Bolsonaro tiveram sigilo quebrado na investiga��o contra o senador Fl�vio Bolsonaro, filho do presidente


26/04/2021 13:00 - atualizado 26/04/2021 14:55

Dados obtidos também apontaram, segundo Ministério Público, supostos indícios da prática de 'rachadinha' no gabinete de Jair Bolsonaro(foto: Carolina Nunes/PR)
Dados obtidos tamb�m apontaram, segundo Minist�rio P�blico, supostos ind�cios da pr�tica de 'rachadinha' no gabinete de Jair Bolsonaro (foto: Carolina Nunes/PR)
Investigados pelo Minist�rio P�blico do Rio sob a suspeita de serem "fantasmas", cinco ex-assessores do presidente Jair Bolsonaro quando ele era deputado federal receberam R$ 165 mil s� em aux�lios enquanto estiveram nomeados na C�mara dos Deputados.

Esses funcion�rios tiveram sigilo quebrado na investiga��o contra o senador e ex-deputado estadual Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho mais velho do presidente da Rep�blica.

Os dados ali obtidos tamb�m apontaram, segundo Minist�rio P�blico, supostos ind�cios da pr�tica de "rachadinha" (apropria��o de ganhos dos servidores dos parlamentares) no gabinete de Bolsonaro. Em dois casos, os valores equivalentes aos aux�lios eram os �nicos que permaneciam nas contas dos assessores. Tudo mais que era depositado pela C�mara era sacado em caixas eletr�nicos. A pr�tica � considerada ind�cio da "rachadinha", a devolu��o dos sal�rios para o pol�tico que os nomeou.

� justamente essa a suspeita que recai sobre os cinco na investiga��o contra Fl�vio, j� denunciado por peculato, lavagem de dinheiro, organiza��o criminosa e apropria��o ind�bita pelo MP. No caso dele, os desvios teriam acontecido quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro.

Ao quebrar o sigilo dos cinco, a investiga��o encontrou mais do que procurava. Eram ind�cios de desvios que teriam ocorrido quando trabalhavam para Jair Bolsonaro. O per�odo da quebra - 2007 a 2018 - incluiu datas em que tamb�m estiveram contratados pelo gabinete do atual presidente. A fam�lia Bolsonaro mantinha o h�bito de trocar funcion�rios entre si.

Em mar�o, o portal UOL mostrou que Fernando Nascimento Pessoa, Nelson Alves Rabello, Jaci dos Santos e Daniel Medeiros da Silva sacaram 72% do que receberam do gabinete de Bolsonaro. J� Nath�lia Queiroz transferiu 65% para o pai, o suposto operador do esquema de Fl�vio, Fabr�cio Queiroz.

Confian�a


O Estad�o cruzou esse porcentual e o montante financeiro com os valores pagos em aux�lios - obtidos por meio da Lei de Acesso � Informa��o e no site da C�mara. Constatou que em dois casos, de Pessoa e Rabello, as verbas de benef�cios foram quase id�nticas ao pouco que permaneceu nas contas.

Homem de confian�a da fam�lia, Pessoa teve nos aux�lios o equivalente a 24% de todos seus vencimentos. Sacava 77% do montante que recebia. Rabello, por sua vez, recebeu 27% das verbas da C�mara em aux�lios. Retirou 70% dos rendimentos totais. Segundo a C�mara, o �nico aux�lio que os cinco ex-assessores receberam foi o de alimenta��o. Pessoa foi funcion�rio de Jair entre 2009 e 2014; Rabello, de 2005 a 2011, tendo voltado para o cargo em 2017 e permanecido at� 2018.

Como Rabello j� era nomeado dois anos antes do in�cio das informa��es contidas na quebra de sigilo, a reportagem considerou os valores de aux�lios a partir de 2007 para chegar ao porcentual. Na soma geral dos valores, R$ 165 mil, as verbas dos dois anos anteriores foram inclu�das.

Ambos s�o tidos como homens de confian�a da fam�lia presidencial, com passagens por mais de um gabinete. Rabello, inclusive, n�o se limitou a Jair e Fl�vio: passou ainda pelo mandato do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) na C�mara Municipal do Rio.

O filho "zero dois" do presidente tamb�m � investigado por suspeitas de rachadinha - o peculato, apropria��o de dinheiro p�blico - por meio de assessores "fantasmas". No caso dele, a investiga��o ainda n�o culminou em den�ncia. Pessoa, por sua vez, � um dos advogados que atuaram em causas da fam�lia Bolsonaro ao mesmo tempo em que tinham cargos nos gabinetes. Atualmente, est� nomeado como assessor parlamentar de Fl�vio no Senado. Seu sal�rio foi R$ 22,9 mil no �ltimo m�s.

Bento Ribeiro


Outros dois dos cinco assessores chamam aten��o por motivos distintos. Um deles � Daniel Medeiros da Silva. Ele tinha oficialmente sal�rios de cinco d�gitos na C�mara enquanto vivia numa casa humilde em Bento Ribeiro, bairro da zona norte do Rio onde a fam�lia de Bolsonaro tem escrit�rio pol�tico. S� em aux�lio, ele recebeu R$ 36,3 mil, o que d� uma m�dia de R$ 885 por m�s no tempo em que esteve nomeado.

Medeiros sacou 71% de tudo o que recebeu da Casa, enquanto o porcentual em aux�lios era de 9%. Como o benef�cio tem valor fixo independentemente do sal�rio, representava fatia pequena das receitas do assessor. Num m�s com 22 dias �teis, Medeiros tinha direito a R$ 40 por dia para se alimentar.

Na vizinhan�a da casa em que seu endere�o est� registrado, uma placa anuncia a venda de sacol� - ou "geladinho" - por R$ 2. Com a verba da C�mara, o ex-assessor poderia comprar 20 deles diariamente.

Filha de Queiroz


Dos cinco assessores do ent�o deputado Jair Bolsonaro investigados pelo MP do Rio, s� em um caso n�o se constatou o h�bito de se sacar o valor recebido. Trata-se de Natlhalia Queiroz, filha de Fabricio Queiroz, que transferia o dinheiro diretamente para o pai. Fabricio � acusado pelo Minist�rio P�blico do Rio de ser o operador do esquema de Fl�vio Bolsonaro, na Alerj.

Nath�lia mantinha altos sal�rios no emprego, assim como Medeiros. Ela recebeu R$ 233 mil entre 2016 e 2018 na C�mara. S� em aux�lios, R$ 21 mil. Do total de rendimentos, ela transferia 65% para o pai. Ao mesmo tempo em que seu nome constava da lista de assessores do ent�o deputado federal, Nath�lia era personal trainer no Rio.

Dentre os ex-assessores, Nath�lia foi a �nica inclu�da na primeira den�ncia do caso das "rachadinhas", apresentada contra Fl�vio, Queiroz e outras 15 pessoas em novembro do ano passado. Os demais, apesar de serem citados ao longo da investiga��o, ficaram de fora da primeira pe�a acusat�ria. Apesar de lentas por causa de disputas judiciais, as apura��es t�m desdobramentos no MP do Rio.

Um caso peculiar dentre os cinco � o de Jaci dos Santos, que trabalhou oito meses no gabinete de Jair Bolsonaro. Sempre foi tido como um "faz tudo" da fam�lia, mas passou pouco tempo com emprego formal no gabinete do presidente. Em aux�lios, recebeu R$ 4,9 mil entre dezembro de 2011 e julho de 2012. Antes, passou 4 anos e 9 meses na Alerj, no gabinete de Fl�vio.

Procurado, o Pal�cio do Planalto n�o respondeu se gostaria de comentar as informa��es. Fernando Nascimento Pessoa tamb�m n�o deu retorno ao pedido de posicionamento. O advogado da fam�lia Queiroz, Paulo Em�lio Catta Preta, alegou que Nath�lia exercia a fun��o para a qual estava nomeada e que seus benef�cios eram leg�timos. "Nossa manifesta��o � no sentido da regularidade do recebimento de todas as vantagens decorrentes do efetivo exerc�cio do cargo p�blico." O Estad�o n�o conseguiu localizar Daniel Medeiros da Silva, Nelson Alves Rabello e Jaci dos Santos. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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