�s v�speras da abertura da CPI da Covid, o presidente da Rep�blica decidiu fazer afagos a quem � um alvo certo das investiga��es: o ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello. � frente da pasta, o general seguiu � risca a pol�tica negacionista de Bolsonaro no combate ao v�rus
Em uma das a��es, o militar defendeu o tratamento ineficaz com cloroquina e ivermectina, o que os dois antecessores, o ex-deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o oncologista Nelson Teich se recusaram. Pazuello tamb�m foi incapaz de antecipar a compra de imunizantes para a popula��o — chegou a ser impedido pelo chefe de comprar um lote da CoronaVac, vacina produzida pelo Butantan e a mais utilizada no pa�s.
Jair Bolsonaro precisa garantir a fidelidade do general para controlar os poss�veis danos pol�ticos que a CPI vir� a causar. Na �ltima sexta, por exemplo, o presidente falou bem de Pazuello em duas situa��es. Na entrega de cestas b�sicas do Programa Brasil Fraterno, em Bel�m (PA), disse que o ex-ministro “fez o dever de casa”, por n�o firmar a compra adiantada das vacinas, que ainda teriam que passar pela Anvisa.
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Depois, no mesmo dia, na cerim�nia de inaugura��o do Centro de Conven��es do Amazonas, o mandat�rio voltou a elogi�-lo. “Conseguimos, com a equipe que temos em Bras�lia, colaborar e muito para que os danos dessa pandemia fossem diminu�dos. Em especial, pelo Ministro da Sa�de que tive at� pouco tempo, o senhor Pazuello”, disse.
Os elogios, por si s� contradit�rios — se Pazuello fosse t�o competente, por que demiti-lo? —, n�o s�o un�nimes nem entre colaboradores pr�ximos do presidente da Rep�blica. Em entrevista � Veja, o ex-chefe da Secretaria Especial de Comunica��o da Presid�ncia F�bio Wajngarten disse que os erros cometidos pelo governo no combate ao coronav�rus seriam responsabilidade apenas do militar, que teria informado mal o presidente da Rep�blica.
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Analista pol�tico do portal Intelig�ncia Pol�tica, Melillo Dinis, disse que Pazuello � o personagem que deixa o governo em posi��o extremamente vulner�vel na CPI. Ele inclui no fator Pazuello, por exemplo, o esfor�o da Casa Civil em rebater 23 poss�veis acusa��es contra o governo federal.
Para o especialista, se Pazuello falar, colocar� em xeque a estrat�gia de Bolsonaro no combate ao covid-19. E se n�o falar, ir� referendar as acusa��es levantadas pelo pr�prio governo. “Pazuello � um homem bomba at�mica”, avalia Dinis.
Parlamentares j� debatem uma poss�vel acarea��o entre Wajngarten e Pazuello. O requerimento ter� de passar pela aprova��o do plen�rio ap�s a aprova��o do convite ou convoca��o de cada um, o que s� ocorrer� ap�s a defini��o do presidente, vice e do relator da CPI.
Para o senador petista Humberto Costa (PE), Wajngarten tentou terceirizar a responsabilidade de Bolsonaro. “Resta saber se Pazuello vai aceitar essa posi��o do ‘incompetente’ e do ‘irrespons�vel’”, provocou.
“Acho que o governo est� com medo, ou Bolsonaro n�o estaria atacando governadores, integrantes da CPI, jogando as redes contra os senadores. Mas j� apanhamos tanto, isso n�o vai atrapalhar o trabalho”, lembrou Costa.
Sem m�scara
Fora do minist�rio da Sa�de, mas ainda no governo federal, Eduardo Pazuello segue provocando controv�rsia. No fim de semana, ele foi flagrado em um shopping em Manaus sem m�scara. Questionado sobre a aus�ncia do equipamento de prote��o, o ex-ministro teria dito. “Pois �. Tem que comprar, n�? Sabe onde tem para vender?”
Por meio de nota, o Manauara Shopping confirmou o passeio desprotegido do ex-ministro da Sa�de. “O Manauara Shopping informa que o ex-ministro Pazuello ingressou no estabelecimento sem m�scara, mas com a orienta��o de se dirigir a um quiosque pr�ximo para adquiri-la de imediato”, afirma o texto.
Em nota, a assessoria de Pazuello informou que o ex-ministro entrou no shopping sem m�scara porque o item que utilizava, descart�vel, ficou inutilizado. Segundo a assessoria, o ex-ministro pediu para entrar no estabelecimento comercial para que pudesse adquirir uma nova. Ele teria andado cinco metros da entrada ao quiosque onde efetuou a compra.
“Pazuello pede desculpas p�blicas pelo acontecido e disse que o correto era ter voltado e n�o ter entrado no shopping, mesmo estando em perfeito estado de sa�de. Recomenda ainda que todos continuem a fiscalizar qualquer pessoa que esteja sem m�scara, s� assim protegeremos uns aos outros”, completou o texto.