
Tamb�m critica a subprocuradora-geral da Rep�blica, Lind�ra Ara�jo, que conduz a investiga��o do MPF, e os ministros da Corte Especial do STJ. Segundo ele, o presidente da Assembleia Legislativa, Andr� Ceciliano (PT), se uniu � fam�lia Bolsonaro, apesar das diverg�ncias pol�ticas, em nome de interesses "ideol�gicos e criminosos".
O que o sr. diz em sua defesa?
O processo foi aberto pelo presidente da Alerj, que tamb�m foi investigado. H� em rela��o a ele fortes ind�cios de participa��o nesse esquema criminoso na Sa�de do Rio de Janeiro. O (ex-) secret�rio de Sa�de (e delator Edmar Santos) participou de reuni�es secretas com o presidente da Alerj, sem meu consentimento. Foram repassados valores para munic�pios sem minha autoriza��o. � um Tribunal Misto parcial e maculado na sua origem por uma investiga��o com o objetivo de blindar alguns deputados que fazem parte desse esquema de corrup��o de OSs muito antes da minha entrada no governo.
N�o h� qualquer valor que seja pago a mim ou participa��o minha em eventos suspeitos, diferente do que est� acontecendo com Andr� Ceciliano.
Al�m do impeachment, h� den�ncias criminais do MPF.
A dra. Lind�ra, que acabou de ser representada por abuso de autoridade no CNMP (Conselho Nacional do Minist�rio P�blico) por mais de dez governadores, vem repetindo o discurso do presidente de que governadores aproveitaram a pandemia para roubar. As investiga��es contra mim foram feitas num tempo incompat�vel com a complexidade dos fatos. At� hoje n�o houve investiga��o sobre o presidente da Alerj. Ele foi blindado para abrir o meu impeachment e, assim, atender aos interesses de Bolsonaro.
Acha que o processo teve dedo do presidente Bolsonaro?
Certamente tem o dedo dele. Quem come�ou essa den�ncia junto com a Lind�ra foi o (deputado federal) Otoni de Paula. E h� informa��es de que o dossi� contra mim foi elaborado dentro do Pal�cio do Planalto junto com o Otoni, tanto que ele � citado pela Lind�ra no in�cio da investiga��o. Voc� v� que � um movimento orquestrado do presidente contra os governadores. Aqui no Rio existem fatos ainda mais contundentes, porque eu determinei a investiga��o do caso Marielle (Franco, vereadora do PSOL assassinada a tiros). A partir da�, o presidente come�a a entender que o governador do Rio estaria perseguindo a fam�lia dele e poderia ser um advers�rio em 2022. A hist�ria toda se passa nesse enredo.
No �mbito criminal, os ministros do STJ aceitaram por unanimidade a den�ncia do MPF contra o sr. Eles tamb�m fazem parte da suposta persegui��o?
Os ministros que est�o na Corte Especial do STJ n�o s�o ministros com especialidade na �rea criminal. S�o ministros mais novos. Cometeram um grave equ�voco ao desmembrar o processo. E o MPF induz em erro os ministros, porque dra. Lind�ra conta s� um lado da hist�ria numa investiga��o que n�o foi bem feita.
No processo de impeachment, a requalifica��o da Unir � base da den�ncia. O sr. assinou, mesmo com pareceres contr�rios. Isso n�o complica a defesa?
Em hip�tese alguma. Os pareceres que estavam nos autos eram equivocados, errados. Como juiz, cansei de ignorar parecer do MP porque n�o estava de acordo com meu entendimento. A desqualifica��o n�o era adequada, e mais: fizemos um levantamento de todas as Organiza��es Sociais (OS’s), e a Unir n�o era a pior. Ali acendeu um alerta amarelo para mim de que o Edmar possivelmente estava envolvido em algum esquema com as OS’s. J� est�vamos em mar�o, com a pandemia, e eu fiquei preocupado.
O sr. acredita numa vit�ria no Tribunal Misto?
Confio nos desembargadores. N�s j� demonstramos que n�o houve pagamento de vantagem nenhuma. No julgamento t�cnico, n�o tem como me condenar.
Quais s�o seus planos se sofrer o impeachment?
Sou professor de processo, de ci�ncia pol�tica, sou advogado, jurista, n�o dependo da pol�tica. Estou aqui por um ideal.
E se tiver os direitos pol�ticos mantidos, pretende concorrer em 2022 a algum cargo ou vai se afastar da pol�tica?
N�o quero me afastar da pol�tica. Entendo que precisamos fazer muito pelo Brasil. Pretendo trabalhar minha reelei��o como governador, mas n�o descarto a possibilidade de ser candidato a presidente.