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Estado de Minas FAKE NEWS

Senadores da CPI da COVID querem acarea��es para cercar mentiras

Senador Renan Calheiros afirma que depoentes est�o faltando com a verdade e � preciso confrontar declara��es


20/05/2021 04:00 - atualizado 20/05/2021 07:32

Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, disse que Pazuello quis blindar Bolsonaro:
Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, disse que Pazuello quis blindar Bolsonaro: "Pazuello chegou ao c�mulo de negar declara��es p�blicas dele mesmo e do presidente da Rep�blica" (foto: JEFFERSON RUDY/AG�NCIA SENADO)


Bras�lia – Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), respectivamente, relator e  vice-presidente da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito da COVID, afirmaram que a comiss�o ter� de fazer acarea��es entre os seus depoentes.

Segundo  Renan, j� � poss�vel ver "contradi��es �bvias" entre depoimentos prestados � CPI, o que torna a confronta��o de informa��es necess�ria. As declara��es ocorreram no intervalo do depoimento do ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello, cuja participa��o na CPI deve levar a mais de uma acarea��o, de acordo com Randolfe.

"Neste caso de Pazuello, as contradi��es s�o tantas que me parece que vamos concluir que n�o ser� suficiente somente uma acarea��o, talvez mais de uma", disse o vice-presidente da CPI, exemplificando com poss�veis contradi��es entre o que disse Pazuello e o que tem dito o Instituto Butantan a respeito do cancelamento da compra de 46 milh�es de doses da CoronaVac. O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, tamb�m ser� ouvido como testemunha pela CPI da Pandemia.

O relator da CPI, Renan Calheiros, disse que vai propor ao presidente da comiss�o, Omar Aziz (PSD-AM), a contrata��o de uma ag�ncia de checagem que possa auxiliar os senadores da CPI na apura��o do que � dito pelos depoentes. Para Renan, a contrata��o se faz necess�ria para "checar essas mentiras que reiteradamente est�o sendo ditas na CPI". Seria a primeira vez em que algo do tipo ocorre em uma comiss�o.

Questionado sobre o depoimento participa��o de Pazuello, Renan disse que o ex-ministro tratou "com desd�m e dissimulou sobre as perguntas” da CPI. "� fundamental que ele [Pazuello] colabore, preste essas informa��es, mas ele chegou ao c�mulo de negar declara��es p�blicas dele mesmo e do presidente da Rep�blica", argumentou o relator. Randolfe Rodrigues disse que o general faz "um contorcionismo enorme" e tenta "distorcer fatos".

REQUERIMENTOS

Antes de dar continuidade ao depoimento de Pazuello hoje, a CPI deve votar 27 requerimentos, incluindo a convoca��o do empres�rio Carlos Wizard, apontado como integrante de um suposto conselho paralelo de sa�de, al�m de executivos da empresa White Martins, que fornece oxig�nio para hospitais. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que Wizard � apontado como um dos integrantes de uma esp�cie de “minist�rio paralelo” de sa�de, que teria atuado junto ao governo federal na defesa de medicamentos sem efic�cia comprovada contra a COVID-19. O requerimento � o �nico de convoca��o na pauta. Os outros pedidos de oitiva est�o na forma de convite.

Entre esses requerimentos est�o os que pedem depoimentos de dois executivos da empresa White Martins: Paulo Bara�na e Christiano Cruz. Autor dos requerimentos, o senador Eduardo Braga lembra depoimento de Christiano Cruz ao Minist�rio P�blico Federal. O executivo relatou que a White Martins s� conseguiu se reunir com integrantes do Minist�rio da Sa�de para relatar pessoalmente o grave problema na disponibilidade de oxig�nio no Amazonas �s v�speras do colapso. Ontem, Pazuello disse � CPI que a pasta n�o foi comunicada pela White Martins sobre a falta de oxig�nio em Manaus.

Al�m dos requerimentos, o senador Randolfe Rodrigues vai apresentar pedido de quebra de sigilo banc�rio, fiscal e de comunica��es de Pazuello. A medida tem a ver com den�ncias de que o minist�rio teria usado a pandemia como pretexto para contratar obras sem licita��o.

Depoimentos divergentes

Bras�lia – Em seu depoimento � CPI da COVID, o ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello deu vers�es diferentes �s de outros depoentes na comiss�o sobre a��es do governo federal no combate � pandemia. � o caso da oitiva do executivo da Pfizer, Carlos Murillo, e do ex-secret�rio de Comunica��o Social da Presid�ncia da Rep�blica F�bio Wajngarten. O general afirmou que houve resposta �s ofertas de vacina feitas no ano passado pela empresa farmac�utica. E tamb�m divergiu de seus antecessores no cargo (Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich) sobre a influ�ncia dos filhos do presidente Jair Bolsonaro e o uso de cloroquina.

Carlos Murillo afirmou � CPI que o governo n�o respondeu a seis ofertas. Wajngarten falou de uma carta enviada pelo presidente mundial da empresa, Albert Bourla, a integrantes do governo brasileiro que ficou sem resposta. Ontem, perguntado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), por que n�o respondeu as propostas da Pfizer no ano passado, Pazuello afirmou, primeiramente, que as condi��es oferecidas eram piores do que as de outras empresas. Depois, com a insist�ncia de Calheiros, disse que respondeu a Pfizer. “Respondemos in�meras vezes de agosto a dezembro. Eu tenho todas a comunica��es da Pfizer”, declarou o general, sem apresentar comprova��o.

“O presidente da Pfizer disse que n�o houve resposta. Ele mentiu?”, emendou Renan. Pazuello afirmou que a resposta era a negocia��o direta com a Pfizer e que vai enviar toda a documenta��o com as respostas para a CPI. “Foram respondidas em negocia��o intensa e direta”. Calheiros insistiu novamente e Pazuello declarou: “N�o houve decis�o de n�o responder � Pfizer. Pela quinta vez.” Ainda segundo o ex-ministro, Bolsonaro foi informado por ele durante todo o processo das tratativas com a Pfizer, de julho at� mar�o deste ano.

H� duas semanas, o ex-ministro Mandetta citou na CPI o papel dos filhos de Jair Bolsonaro, em especial do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que participava das reuni�es no Planalto com ministros. Na vers�o de Mandetta, Carlos e os irm�os, o senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), dificultaram as rela��es com a China. Ontem, Pazuello tamb�m negou influ�ncia dos filhos de Bolsonaro e lamentou n�o ter falado mais com eles: “N�o havia influ�ncia dos filhos do presidente. E eu achava que ia me encontrar mais com eles”.

Em seu depoimento, o tamb�m ex-ministro Nelson Teich afirmou que deixou o cargo cerca de um m�s depois de ter entrado no governo porque n�o teria a autonomia e a lideran�a de que precisava. Segundo ele, isso ficou mais evidente em rela��o �s "diverg�ncias com o governo quanto � efic�cia e extens�o do uso de cloroquina para o tratamento da COVID". Ontem, indagado por Calheiros se sua nomea��o como ministro para o lugar de Teich ocorreu em cumprimento de alguma ordem, como recomenda��o do uso de cloroquina ou outro rem�dio para tratamento precoce da COVID, Pazuello negou: “Em hip�tese alguma O presidente nunca me deu ordens diretas para nada.”

O ex-ministro garantiu que informava Bolsonaro sobre tudo. "O presidente da Rep�blica era informado o tempo todo sobre as minhas condu��es. Todas elas, n�o s� da Pfizer. Quando eu ia despachar com ele. Durante todo o processo eu despachava com o presidente periodicamente e, nessas conversas, eu falava como estavam as negocia��es, inclusive com a Pfizer. Ele foi informado por mim, em todo o processo, que come�ou em julho [de 2020] at� mar�o [de 2021], quando contratamos a Pfizer”, afirmou.

Ele declarou que n�o aceitou as ofertas da farmac�utica em 2020 porque considerou que o pre�o das doses era caro em rela��o a outras negocia��es que estavam sendo feitas com outros laborat�rios. Ele tamb�m disse que considerava a quantidade de doses pequena para os primeiros meses, mesmo havendo a previs�o de entrega de doses ainda em 2020.

Pazuello tamb�m listou cl�usulas do contrato que n�o agradavam o governo brasileiro. Entre elas estavam, segundo o ex-ministro, a aus�ncia de multas caso houvesse atraso de remessas e a isen��o de qualquer responsabilidade da empresa em caso de efeitos colaterais. "A Pfizer trouxe 10 d�lares a dose, e est�vamos negociando 3,75 d�lares [com outros laborat�rios]. Era tr�s vezes mais caro. Ent�o, coloco aos senhores: uma vacina tr�s vezes mais cara, com todas essas cl�usulas que eu coloquei aqui e com quantitativos que eram, a meu ver, muito inferiores ao que n�s est�vamos negociando", disse. Renan Calheiros afirmou que tudo o que Pazuello tentou fazer em depoimento foi blindar o presidente. "Inclusive divagando com rela��o � objetividade das respostas das perguntas que faz�amos".

Doria e Covas rebatem Pazuello

S�o Paulo – O governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, rebateram a declara��o do ex-ministro Eduardo Pazuello � CPI de que tenha desistido da compra da vacina CoronaVac. Em entrevista coletiva ap�s a oitiva do general, o chefe do Executivo paulista ironizou. “Eu recomendaria ao Eduardo Pazuello, que foi ministro da Sa�de, que tome Fosfosol para melhorar um pouquinho a mem�ria. Ele aparentemente est� com defici�ncia de mem�ria.” Fosfosol � um antigo medicamento, que fez sucesso nos anos 1950 e 1960, vendido como elixir para a mem�ria.

Dimas Covas tamb�m comentou. “N�s tivemos dificuldade na assinatura do contrato. Ele foi assinado em 7 de janeiro deste ano, sendo que a primeira proposta foi em julho do ano passado”, afirmou o diretor do Butantan, que continuou: “� s� fazer as contas: temos um pouco mais de seis meses e um contrato que n�o foi assinado [neste per�odo], embora tenha sido proposto no meio do ano passado”.

O diretor do Instituto Butantan disse ainda que a demora da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) paraaprovar o uso do soro anticoronav�rus em humanos ocorre devido � inseguran�a da ag�ncia reguladora, que � vinculada ao Minist�rio da Sa�de. O soro est� sendo desenvolvido pelo Instituto Butantan desde o ano passado a partir do plasma de cavalos e ser� testado incialmente em pacientes transplantados do Hospital do Rim, em S�o Paulo. “A Anvisa sempre se pronuncia s� ap�s outras ag�ncias se pronunciarem. Quando se submete � Anvisa pela primeira vez um soro, existe uma dificuldade l�, uma inseguran�a. Porque essa decis�o da Anvisa vai valer pro mundo inteiro”, disse Covas.



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