Em depoimento � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da COVID nesta quinta-feira, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que, em dezembro no ano passado, quando o mundo iniciava a vacina��o contra covid-19, o Instituto Butantan j� tinha 5,5 milh�es de doses Coronovac produzidas e 4 milh�es em processamento. Ambos os lotes n�o tinham contrato com o Minist�rio da Sa�de.
Leia: Acompanhe, ao vivo, o depoimento de Dimas Covas na CPI da COVID
Segundo o diretor, n�o fossem os "percal�os" que o Instituto teve que enfrentar no per�odo, "tanto do ponto de vista do contrato, quanto do ponto de vista tamb�m regulat�rio", o Brasil poderia ter come�ado a imuniza��o contra covid-19 ainda no ano passado.
O diretor do Butantan afirmou que enquanto a maioria dos pa�ses j� tinha feito a regulamenta��o para o uso emergencial das vacinas contra covid ,em meados do ano passado, a regula��o da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) saiu apenas em dezembro de 2020.
De acordo com Covas, n�o fossem esses "atrasos", o Brasil poderia ter sido o primeiro Pa�s do mundo a come�ar a vacina��o contra covid-19. Para Covas, o cen�rio n�o se concretizou por uma falta de "agilidade maior de todos esses autores.
Dimas Covas apresentou aos senadores a cronologia das tratativas com o Minist�rio da Sa�de para compra da Coronavac e afirmou que se o governo tivesse assinado um contrato apresentado ao Minist�rio em julho do ano passado, 60 milh�es de doses da vacina poderiam ter sido entregues ao Programa Nacional de Imuniza��o at� dezembro de 2020.
Covas tamb�m afirmou que as "idas e vindas" do governo com rela��o ao tema, apesar de n�o atrapalharem o quantitativo de vacinas entregues � pasta, continuaram a atrasar o cronograma de entrega dos imunizantes. O contrato final com o governo foi assinado no dia 7 de janeiro deste ano.
Sem apoio financeiro
No depoimento, Dimas Covas tamb�m afirmou que, at� o momento, n�o houve apoio financeiro do Minist�rio da Sa�de para a produ��o da Coronavac. Ele ainda relatou que a campanha negativa nas redes sociais contra o imunizante atrapalhou a fase de testes cl�nicos, por dificuldade de recrutamento de volunt�rios.
"Era para o estudo cl�nico ter terminado em outubro, mas a� n�s come�amos a ter dificuldade com os estudos cl�nicos. A dificuldade foi a velocidade de entrada de volunt�rios porque, nesse momento, existia um ambiente conturbado, um combate muito exacerbado a essa vacina nas redes sociais", disse ele.
Covas tamb�m lembrou que, antes de fechar com a farmac�utica chinesa Sinovac, o instituto procurou v�rias parcerias para desenvolver uma vacina, mas que considerou a coopera��o com a empresa ideal porque a tecnologia usada � a mesma que o Butantan domina. "Naquele momento n�o existia cl�usula comercial com a Sinovac, era parceria", afirmou o diretor.
Descaso
Para o l�der da Oposi��o na C�mara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), a fala inicial de Dimas Covas � CPI da Covid mostra que "mais uma vez, o descaso do governo Bolsonaro com as vacinas fica evidente". "� grav�ssimo!", classificou Molon no Twitter ao comentar as declara��es do diretor do Butantan sobre a negocia��o dos imunizantes.