A m�dica Luana Ara�jo afirmou � CPI da Covid n�o ter sido informada pelo ministro Marcelo Queiroga do motivo pelo qual seu nome n�o foi aprovado para comandar a Secretaria Extraordin�ria de Enfrentamento � Covid-19 do Minist�rio da Sa�de, apesar de ter sido anunciado pelo titular da Pasta. "N�o foi me dada nenhum tipo de justificativa pela minha sa�da", disse. Luana deixou a equipe de Queiroga dez dias depois de ser indicada para o cargo, antes mesmo de sua nomea��o se confirmar.
"O que me foi dito � que existia um per�odo entre cria��o da secretaria e um processo chamado apostilamento de cargos, que deveria ser feito para que minha nomea��o fosse publicada. Estava programada para uma segunda (a nomea��o), n�o saiu, foi para ter�a-feira, n�o saiu, quando chegou na quarta-feira j� tinha entendido o que tinha acontecido, que n�o ia funcionar", disse. Ela relatou ter sido chamada ent�o � noite para ser informada pelo ministro que sua nomea��o n�o sairia.
A m�dica disse n�o saber se a causa da recusa foram suas falas contra o tratamento precoce defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. Observou, por�m, que suas declara��es foram publicadas pela imprensa. "Mas quem pode esclarecer isso melhor n�o sou eu", afirmou a m�dica. "N�o sei lhe responder sobre isso, mas se isso aconteceu � extremamente lament�vel", disse ela.
"Essa pergunta deve ser direcionada ao ministro, a minha posi��o absolutamente p�blica n�o � opini�o. Na Medicina temos opini�o at� momento que se substitui por evid�ncias, elas tiram da responsabilidade do profissional ju�zo de valor", afirmou a m�dica.
Luana tamb�m disse n�o saber se o seu nome barrado tem rela��o com o chamado "gabinete paralelo" de aconselhamento ao presidente Bolsonaro em assuntos da pandemia. "N�o tive informa��es sobre aconselhamento paralelo, n�o conheci o presidente da Rep�blica", afirmou.
Em certo momento, a m�dica chegou a dizer que, a ela, Queiroga teria lhe dito que sua nomea��o n�o passaria pela Casa Civil. "O pr�prio ministro me falou. Disse que lamentava mas que meu nome n�o ia passar pela Casa Civil", contou.
Mas, depois, fez um adendo afirmando n�o saber se o problema foi especificamente nessa pasta. "Eu falei Casa Civil porque � onde entendo que esse nome seja aprovado ou n�o, eu n�o sei se � esse o processo", afirmou ela.
'Polariza��o esdr�xula'
A m�dica infectologista tamb�m comentou durante depoimento � CPI da Covid que, devido � "polariza��o esdr�xula" que ocorre no Pa�s com rela��o � pandemia, "os maiores talentos" dentro das �reas da sa�de n�o "est�o dispon�veis" para trabalhar junto ao Minist�rio da Sa�de.
Segundo a m�dica, nos dias que ela esteve � frente da secretaria, ela procurou "dentro e fora" do minist�rio por especialistas que pudessem compor o grupo, mas tais especialistas "n�o queriam trabalhar" junto � pasta.
"Os senhores acham que as pessoas, de fato, que t�m interesse em ajudar o Pa�s e compet�ncia a fazer isso, neste momento, se sentem muito compelidas a aceitar esse desafio? N�o se sentem", afirmou a m�dica.
Luana, contudo, fez uma avalia��o positiva de Queiroga. "Um ministro extremamente proativo, competente, capaz", disse a m�dica sobre o chefe da pasta. Ao comentar sua participa��o no minist�rio, Luana disse n�o ter encontrado nenhuma resist�ncia interna ao seu trabalho, e disse tamb�m ter mantido contato apenas com o ministro e alguns poucos secret�rios.
A m�dica tamb�m destacou que nos poucos dias que atuou na secretaria, o fez como consultora de Queiroga em "diversos assuntos", como testagem em massa do Pa�s, programa esse que disse esperar "do fundo do cora��o" que fosse levado adiante. "� p�blico que nosso programa de testagem at� este momento � um programa com in�meras falhas, � um programa reativo, � um programa que precisava retomar as r�deas do diagn�stico", afirmou a especialista na CPI.
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