
Ap�s confessar ser autor do “estudo paralelo” do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), com dados inver�dicos, apontando que metade das mortes divulgadas durante a pandemia no pa�s n�o teriam sido por COVID-19, o auditor Alexandre Figueiredo Costa e Silva disse que seu pai, militar e amigo pessoal de Jair Bolsonaro (sem partido), foi quem enviou o texto para o presidente.
Segundo informa��es encaminhadas � corregedoria do tribunal, comandada pelo ministro Bruno Dantas, o auditor afirmou que havia comentado sobre o estudo com o pai, que ent�o teria repassado a Bolsonaro.
Alexandre tamb�m � amigo dos filhos de Bolsonaro e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), Gustavo Montezano. Em 2019, o servidor tentou assumir uma diretoria no banco na �rea de compliance, mas teve os planos barrados pelo ent�o presidente do TCU na �poca, Jos� Mucio Monteiro, que n�o aceitou ced�-lo.
Nesta quarta-feira (9/6), a atual presidente do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), ministra Ana Arraes, autorizou a abertura de processo administrativo disciplinar contra o auditor. Ele tamb�m foi destitu�do de suas fun��es de supervisor no N�cleo de Supervis�o de Auditoria do tribunal. No lugar dele vai assumir F�bio Mafra.
O corregedor da Corte, ministro Bruno Dantas, afirmou que “os fatos at� aqui apurados pela Corregedoria s�o graves e exigir�o aprofundamento para avaliar a sua real dimens�o”. “Para isso, � necess�ria uma decis�o da presidente do TCU, ministra Ana Arraes. Ainda � cedo para extrair conclus�es, mas, se ficar comprovado que o auditor utilizou o cargo para induzir uma linha de fiscaliza��o orientada por convic��es pol�ticas, isso ser� punido exemplarmente.”
Entenda
Marques est� lotado no setor do TCU que lida com intelig�ncia e combate � corrup��o. Quando come�ou a pandemia do novo coronav�rus, ele pediu para acompanhar as compras com dinheiro p�blico de equipamentos para o enfrentamento � doen�a.
A partir dali, o auditor come�ou a elaborar o “estudo paralelo”. Quando apresentou os resultados de sua tese a colegas de trabalho, foi veementemente repreendido, pois ficou claro que queria desqualificar os governadores e favorecer o discurso de Bolsonaro. Nenhum outro auditor do TCU endossou o “levantamento”, por consider�-lo uma farsa.
Segundo integrantes do tribunal, Marques queria incluir no 6º Relat�rio de Monitoramento sua tese falsa, mas foi barrado por colegas de trabalho.
Sem espa�o no tribunal para levar adiante o relat�rio, Marques o liberou para filhos de Bolsonaro, dos quais � amigo. Com o levantamento falso em m�o, o presidente o usou para atacar seus cr�ticos e endossar a sua tese de que governadores superdimensionaram o total de mortes pela COVID-19 com o objetivo de receber mais dinheiro do governo federal.
Quem acompanha as redes sociais de Marques pode verificar que ele costuma compartilhar fake news, como os benef�cios do uso de ivermectina no combate � COVID-19. Ele tamb�m incita ataques a governadores, justamente a quem pretendia prejudicar com o “estudo paralelo”. Procurado pela reportagem, o servidor disse que n�o se manifestaria.
Com o levantamento falso em m�o, o presidente o usou para atacar seus cr�ticos e endossar a sua tese de que governadores superdimensionaram o total de mortes pela COVID-19 com o objetivo de receber mais dinheiro do governo federal. Nesta ter�a-feira (8/6), disse que falhou em creditar o estudo paralelo ao TCU.
“Vou s� explicar uma coisa aqui, a quest�o do equ�voco, eu e o TCU, de ontem. O TCU est� certo, eu errei quando falei tabela”, disse Jair Bolsonaro, em conversa com apoiadores.
* Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Frederico Teixeira
* Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Frederico Teixeira