
Aos questionamentos do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre a demora do governo em propor altera��es legais para o contrato com a vacina da Pfizer, Franco afirmou que o laborat�rio "foi irredut�vel em alterar qualquer uma das cl�usulas". "Inclusive, nas negocia��es do contrato, mesmo depois da lei 14.125, qualquer discuss�o do contrato eles levavam para o jur�dico da Pfizer em Nova York", acrescentou.
Segundo o ex-secret�rio, cl�usulas semelhantes foram encontradas no contrato para compra de vacinas da Janssen. "N�s propusemos pelo Minist�rio da Sa�de, uma minuta de medida provis�ria que atenderia as demandas da Pfizer e da Janssen e houve uma falta de consenso entre as consultorias jur�dicas dos minist�rios que estavam participando da discuss�o com rela��o a de quem deveria partir a iniciativa uma vez que deveria ser convertida em lei. Dessa forma, esses artigos ou par�grafos foram retirados da medida provis�ria", narrou, de forma semelhante � descrito pelo ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello.
Franco, entretanto, se recusou a responder de qual �rg�o partiu a iniciativa de retirar os trechos. Os dispositivos retirados, segundo revelado pelo Estad�o/Broadcast tratavam principalmente da responsabilidade por efeitos adversos e da contrata��o de seguro pelo governo.
Segundo o vice-presidente da CPI e relator no Senado da medida provis�ria convertida em lei, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), os �rg�os que assinaram a minuta encaminhada ao Presidente da Rep�blica e que continha as cl�usulas citadas incluem: o Minist�rio da Justi�a, da Controladoria-Geral da Uni�o, da Advocacia-Geral da Uni�o, do Minist�rio da Economia, do Minist�rio da Sa�de e da Casa Civil.
'Politiza��o em SP'
No depoimento, Elcio Franco acusou o governo do Estado de S�o Paulo de "politiza��o" da discuss�o sobre vacinas. "As tratativas eram com o Butantan, n�o com o governador de S�o Paulo", afirmou.
Ao longo das entrevistas coletivas semanais do Governo de S�o Paulo, o governador Jo�o Doria (PSDB) ao lado de representantes do Butantan, repetidas vezes cobrou o governo federal e �rg�os reguladores por mais agilidade e "senso de urg�ncia" nas negocia��es para a aquisi��o de vacinas. Segundo o ex-secret�rio, a politiza��o aconteceu pela pressa do governo estadual em iniciar a vacina��o uma vez que o Butantan "s� entrou com o pedido de uso emergencial no dia 8 de janeiro".
Franco mais cedo havia sido confrontado pelo relator Renan Calheiros sobre afirma��o, � �poca em que esteve na pasta, de n�o haver "inten��o de compra de vacinas chinesas". Segundo Renan, "esse v�deo, infelizmente, escancara uma contradi��o brutal sobre as negocia��es com o Butantan".
Franco justificou que a primeira oferta do Instituto Butantan, em julho de 2020, era para a importa��o de vacinas.
O que � uma CPI?
O que a CPI da COVID investiga?
Saiba como funciona uma CPI
O que a CPI pode fazer?
- chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
- convocar suspeitos para prestar depoimentos (h� direito ao sil�ncio)
- executar pris�es em caso de flagrante
- solicitar documentos e informa��es a �rg�os ligados � administra��o p�blica
- convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secret�rios, no caso de CPIs estaduais — para depor
- ir a qualquer ponto do pa�s — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audi�ncias e dilig�ncias
- quebrar sigilos fiscais, banc�rios e de dados se houver fundamenta��o
- solicitar a colabora��o de servidores de outros poderes
- elaborar relat�rio final contendo conclus�es obtidas pela investiga��o e recomenda��es para evitar novas ocorr�ncias como a apurada
- pedir buscas e apreens�es (exceto a domic�lios)
- solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados
O que a CPI n�o pode fazer?
Embora tenham poderes de Justi�a, as CPIs n�o podem:
- julgar ou punir investigados
- autorizar grampos telef�nicos
- solicitar pris�es preventivas ou outras medidas cautelares
- declarar a indisponibilidade de bens
- autorizar buscas e apreens�es em domic�lios
- impedir que advogados de depoentes compare�am �s oitivas e acessem
- documentos relativos � CPI
- determinar a apreens�o de passaportes

A hist�ria das CPIs no Brasil
CPIs famosas no Brasil
1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor
1993: CPI dos An�es do Or�amento (C�mara) - apurou desvios do Or�amento da Uni�o
2000: CPIs do Futebol - (Senado e C�mara, separadamente) - rela��es entre CBF, clubes e patrocinadores
2001: CPI do Pre�o do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formula��o dos valores
2005: CPMI dos Correios - investigar den�ncias de corrup��o na empresa estatal
2005: CPMI do Mensal�o - apurar poss�veis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo
2006: CPI dos Bingos (C�mara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro
2006: CPI dos Sanguessugas (C�mara) - apurou poss�vel desvio de verbas destinadas � Sa�de
2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar poss�vel corrup��o na estatal de petr�leo
2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comit� organizador da Copa do Mundo de 2014
2019: CPMI das Fake News - dissemina��o de not�cias falsas na disputa eleitoral de 2018
2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o
