
Durante debate na C�mara dos Deputados, nesta quarta-feira (09/06), sobre o voto impresso e reforma eleitoral, o ministro Lu�s Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse que ataques pessoais a autoridades n�o abalam as institui��es. E lamentou, no entanto, a emerg�ncia de mil�cias digitais “que disseminam o �dio, mentiras, teorias conspirat�rias”.
O ministro se queixou do teor das mensagens divulgadas por grupos politizados. “Escrevem coisas horr�veis. Tem uma esp�cie de cristianismo do mal no Brasil, uma inova��o horrorosa, em que o sujeito fala: ‘Em nome de Deus, eu quero que voc� morra, em nome de Jesus, eu quero que sua fam�lia seja destru�da’. Quer dizer, � t�o absurdo isso, pessoas totalmente do mal que invocam a religiosidade das pessoas”, disse Barroso.
O ministro foi convidado a comentar as propostas em an�lise na C�mara que alteram a legisla��o eleitoral, entre elas o uso de urnas eletr�nicas que permitam a impress�o dos votos, assunto da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC 135/19).
Retrocesso eleitoral
Segundo o presidente do TSE, a ado��o do voto impresso constitui um retrocesso porque abre margem a fraudes como compra de votos e viola o voto secreto. “A introdu��o do voto impresso seria uma solu��o desnecess�ria para um problema que n�o existe. O voto impresso � sin�nimo de recontagem de votos e de problemas”, disse. O magistrado tamb�m ressaltou que o sistema eleitoral � seguro, transparente e, sobretudo, "audit�vel”.
Barroso explicou aos deputados que a urna eletr�nica passa por dez etapas de auditoria, acompanhada por partidos pol�ticos e especialistas em inform�tica, com acesso ao c�digo-fonte do programa usado.
Apesar das explica��es do presidente do TSE, parlamentares manifestaram a necessidade de aprimoramento do voto eletr�nico. A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), apoiadora de Jair Bolsonaro e autora da proposta da reforma eleitoral, defendeu que milh�es de brasileiros n�o confiam na urna sem o voto impresso. “Tamb�m temos sido v�timas de muitas fake news, que eu entendo como desinforma��o", alegou a deputada. "Muitas pessoas pensam que n�s queremos a volta da c�dula de papel. N�s queremos aprimorar o sistema eleitoral, como o argentino, cuja urna � de terceira gera��o. Nenhum sistema que conte com 25 anos de idade pode ser considerado moderno”, argumentou a parlamentar.
O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), alertou que o retorno ao sistema impresso pode trazer de volta problemas como a compra de votos. “Como professor de hist�ria, n�o tenho nenhuma saudade do voto impresso, do voto de cabresto”, disse.
* Estagi�rios sob a supervis�o de Carlos Alexandre de Souza