
O deputado bolsonarista Lu�s Miranda (DEM-DF) relatou � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid nesta sexta-feira, dia 25, que, ao denunciar poss�vel corrup��o na aquisi��o dessa vacina, ouviu do presidente como resposta que era "rolo de um deputado". Depois da insist�ncia dos senadores em saber quem era o parlamentar, Lu�s Miranda declinou o nome de Barros.
"Foi o Ricardo Barros que o presidente falou. Foi o Ricardo Barros. Eu queria ter dito desde o primeiro momento, mas voc�s n�o sabem o que eu vou passar", afirmou Lu�s Miranda. "Que presidente � esse que tem medo de press�o de quem est� fazendo o errado? De quem desvia dinheiro p�blico de gente morrendo por causa dessa p… de covid."
Barros negou ser o deputado citado pelo presidente. "N�o participei de nenhuma negocia��o em rela��o � compra das vacinas Covaxin. N�o sou esse parlamentar citado. A investiga��o provar� isso", escreveu o l�der do governo, no Twitter.
Engenheiro e empres�rio, Ricardo Barros foi prefeito de Maring� (PR), sua cidade natal, e � casado com a ex-governadora do Paran� Cida Borghetti, nomeada recentemente pelo presidente Bolsonaro como conselheira de Itaipu Binacional. Ele foi eleita vice-governadora na chapa do ex-governador Beto Richa (PSDB).
Deputado federal desde 1995, Ricardo Barros foi companheiro de bancada de Bolsonaro no PP e vice-presidente e tesoureiro do partido, um dos principais do Centr�o. Antes, foi filiado ao PFL, atual DEM.
Antes de servir a Bolsonaro no Congresso, tamb�m representou os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, como l�der; Luiz In�cio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos como vice-l�der. Em 2016, foi nomeado ministro da Sa�de pelo ent�o presidente Michel Temer, em acordo com o Centr�o, depois de apoiar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Como ministro, Barros teve uma rela��o conflituosa com a Anvisa. Em 2019, o Minist�rio P�blico Federal moveu a��o contra Barros por causa de um contrato de cerca de R$ 20 milh�es fechado na gest�o dele, mas cujos medicamentos n�o foram entregues porque a Anvisa barrou a importa��o. A compra era para rem�dios de alto custo que nunca chegaram �s m�os de pacientes de doen�as raras. A empresa fornecedora era a Global Gest�o em Sa�de, s�cia da Precisa Medicamentos, que representa o laborat�rio indiano Bharat Biotech, fabricante da Covaxin, no Pa�s. Ambas t�m como s�cio o empres�rio Francisco Maximiano, alvo da CPI.
Ricardo Barros foi delatado como destinat�rio de supostas propinas pagas por empreiteiras na forma de doa��es de campanha. O caso � investigado na Opera��o Lava Jato. Ele sempre negou irregularidades. No Congresso, foi um cr�tico do ex-juiz Sergio Moro e da For�a Tarefa do Minist�rio P�blico Federal. E tamb�m relatou a Lei de Abuso de Autoridade.
Ao Estad�o, ele tamb�m defendeu a altera��o na lei de improbidade administrativa para permitir a contrata��o de parentes no servi�o p�blico, o nepotismo. No in�cio do m�s, em nova cr�tica ao Judici�rio, disse que se aproxima o momento em que os demais poderes v�o deixar de cumprir determina��es da Justi�a.
"O Judici�rio vai ter que se acomodar nesse avan�ar nas prerrogativas do Executivo e Legislativo. Vai chegar uma hora em que vamos dizer que simplesmente n�o vamos cumprir mais", disse Barros. "Voc�s cuidam dos seus que eu cuido do nosso, n�o d� mais simplesmente para cumprir as decis�es, porque elas n�o t�m nenhum fundamento."