Davati enviou oferta ao Minist�rio da Sa�de um dia ap�s 'jantar da propina'

A empresa Davati Medical Supply fez uma oferta de vacinas ao Minist�rio da Sa�de um dia ap�s um suposto pedido de propina para aquisi��o das doses. A oferta foi enviada pela empresa no dia 26 de fevereiro, conforme documento entregue � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid, ao qual o Broadcast Pol�tico teve acesso. O of�cio � assinado pelo CEO da companhia, Herman C�rdenas, e endere�ado ao Minist�rio da Sa�de, com c�pia ao ex-diretor de Log�stica em Sa�de do minist�rio, Roberto Ferreira Dias.

O policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que prestou depoimento hoje na CPI, se apresentou como um representante informal da Davati. Ele afirmou aos senadores que, no dia 25 de fevereiro, durante jantar em Bras�lia, recebeu um pedido de propina de Roberto Dias para que o contrato avan�asse. De acordo com o vendedor, o valor irregular seria de US$ 1 para cada dose. Roberto Dias foi exonerado ontem do cargo. Na CPI, aliados do presidente Jair Bolsonaro negaram que o governo tenha cometido irregularidades.

A Full Corporate Offer (oferta) enviada pela empresa apresentou uma proposta de 400 milh�es de doses da vacina da AstraZeneva ao pre�o de US$ 3,50 por unidade, totalizando uma negocia��o de US$ 1,4 bilh�o. A empresa se comprometeu a fazer uma intermedia��o e adquirir as doses de um titular de aloca��o da AstraZeneca. A fabricante, por�m, argumentou que n�o tem intermedi�rios e que sempre negociou diretamente com a Fiocruz no Brasil. Na proposta enviada ao minist�rio, a empresa norte-americana cita o nome de Dominguetti como "Via: Mr. Luiz Paulo Dominguetti Pereira", sinalizando a representa��o.

Durante a sess�o, o l�der do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou que o Minist�rio da Sa�de eliminou a possibilidade de aceitar a oferta. Ele sustentou que a AstraZeneca n�o negociava com intermediadores e que Roberto Dias n�o tinha poder no minist�rio para avan�ar nos contratos.

"Decorrente dessas solicita��es de documentos que atestassem a idoneidade da oferta para a aquisi��o de vacinas, a proposta foi considerada n�o procedente pelo Minist�rio da Sa�de, uma vez que a pr�pria AstraZeneca informou que apenas realiza a negocia��o de ofertas diretamente com os governos", disse o governista.

Conforme o Broadcast Pol�tico publicou na manh� desta quinta, 1º, a Davati Medical Supply confirmou que Dominguetti intermediou a rela��o da empresa com o governo federal na posi��o de "vendedor aut�nomo". A empresa negou, no entanto, ter conhecimento sobre a solicita��o de propina relatada pelo policial militar.