Morreu nesta ter�a-feira, 27, o professor Jos� Arthur Giannotti, considerado um dos maiores nomes da filosofia brasileira, aos 91 anos. Paulista de S�o Carlos, no interior, ele era professor em�rito da Universidade de S�o Paulo (USP) e ajudou a fundar o Centro Brasileiro de An�lise e Planejamento (Cebrap), entidade de estudos sociais e de formula��o de pol�ticas que surgiu em 1969 e reunia opositores do regime militar.
Giannotti era um dos mais respeitados estudiosos da obra de Karl Marx no Brasil, autor de obras que se concentram na reflex�o sobre o trabalho. Ap�s se mudar para a capital paulista com a fam�lia, decidiu ingressar na USP por influ�ncia do escritor Oswald de Andrade, que conheceu na adolesc�ncia. Entre as d�cadas de 1950 e 1960 fundou o grupo "Semin�rios Marx", que tamb�m tinha entre seus participantes historiadores, economistas, cientistas sociais, cr�ticos liter�rios e fil�sofos - entre eles Fernando Henrique Cardoso, Paul Singer, Ruth Cardoso e Roberto Schwarz, em diferentes gera��es.
Presidiu o Cebrap de 1984 a 1990 e entre 1995 e 2001. Foi membro do Conselho Nacional de Educa��o (CNE) e de diversos conselhos deliberativos da �rea educacional e cient�fica, como da Sociedade Brasileira de Pesquisa Cient�fica (SBPC) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico (CNPq).
Publicou, entre outras obras, os livros Apresenta��o do mundo (1995), Certa heran�a marxista (2000), O jogo do belo e do feio (2005) e Li��es de filosofia primeira (2011), todos pela Companhia das Letras.
Em nota, o Cebrap classificou o estudioso como "um dos maiores intelectuais brasileiros" e lamentou a morte. "� com imensa tristeza que o Cebrap recebe a not�cia do falecimento de um de seus fundadores, o prof. Jos� Arthur Giannotti. Aos familiares e amigos que tiveram o privil�gio de conviver com Giannotti, um dos maiores intelectuais brasileiros, nossas sinceras condol�ncias", diz a nota.
O soci�logo Sergio Abranches destacou a trajet�ria de Giannotti, que para ele foi "um dos maiores pensadores do Brasil". "Vida longa dedicada ao pensamento", escreveu Abranches.
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