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Ataques de Bolsonaro s�o para manter base eleitoral, dizem cientistas

Na tentativa de rebater STF, Bolsonaro mant�m falsa narrativa de ter sido impedido pela Corte de agir no enfrentamento � covid-19


30/07/2021 09:15

As declarações de Bolsonaro foram em resposta a vídeo do STF, presidido por Luiz Fux, que rebate discurso inverídico propagado pelo chefe do Planalto (foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF)
As declara��es de Bolsonaro foram em resposta a v�deo do STF, presidido por Luiz Fux, que rebate discurso inver�dico propagado pelo chefe do Planalto (foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF)

O presidente Jair Bolsonaro retomou a escalada de ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Ele criticou o v�deo, divulgado na quarta-feira, em que a Corte desmente ter proibido o governo federal de agir no enfrentamento � pandemia e dado toda a prerrogativa a estados e munic�pios. O STF enfatizou, na pe�a, que “uma mentira repetida mil vezes n�o vira verdade”.

Em resposta, Bolsonaro chamou o v�deo de fake news e destacou que o Supremo “cometeu crime” ao conceder autonomia a governadores e prefeitos para definir medidas restritivas com o objetivo de conter a dissemina��o do novo coronav�rus.

Bolsonaro sustentou que n�o adiantaria ele tomar nenhuma decis�o, porque os gestores estaduais e municipais tinham mais poder que ele. “Fecharam templos religiosos. Fizeram barbaridade. Acobertado, acobertado n�o, mas autorizado pelo STF. E veio o Supremo no seu canal oficial falar de fake news”, disparou, em conversa com apoiadores na sa�da do Pal�cio da Alvorada. “Eu n�o fechei um botequim no Brasil, porque n�o adiantava tomar provid�ncia, j� que prefeitos e governadores tinham mais poder do que eu. E o que alguns fizeram no passado n�o foi lutar para salvar vidas, n�o. Foi luta por poder. Tentaram nos derrubar pela economia.”

Ele afirmou aos apoiadores que ia divulgar uma nota sobre o assunto. “N�o vai ser para peitar o STF, at� porque, eu estou por cima. Eu n�o vou, eu tenho no��o de jud�. Eu vou demonstrar”, frisou. “Diz l� que uma mentira contada mil vezes n�o se torna uma verdade. Isso � verdade. Eles tinham de aplicar para a esquerda. N�s vamos demonstrar tudo o que n�s fizemos em meia d�zia de pequenos par�grafos para todo mundo entender, n�o s� na quest�o financeira.


De acordo com Bolsonaro, “o total do gasto do endividamento de voc�s foi mais de R$ 700 bilh�es no ano passado, n�o s� para Sa�de, bem como rolagem de d�vida de munic�pio, antecipa��o de receita, aux�lio emergencial”.

“N�s usamos, inclusive, fora esse recurso, a FAB (For�a A�rea Brasileira) para transportar material, oxig�nio para Manaus. Chegou no dia seguinte. N�o houve omiss�o da nossa parte, quem trata disso n�o somos n�s. N�s tratamos do macro”, justificou.

A nota a que se referiu o presidente foi postada nas redes sociais horas depois. Nela, citou programas do governo, defendeu o tratamento precoce, repetiu que teve poderes tirados pelo STF e apontou que, “em nenhum momento, o governo deixou de respeitar o sagrado direito � liberdade de express�o de todos’ e que “cometem atos antidemocr�ticos exatamente os que querem, pelo uso da for�a, calar quem se manifesta”.

O chefe do Executivo destacou, ainda, que, � parte os pa�ses produtores de vacina, o Brasil � o que mais investe em imunizantes e o que mais vacinou a popula��o.

Na verdade, o que o STF decidiu, no ano passado, foi que Uni�o, estados, Distrito Federal e munic�pios tinham compet�ncia concorrente no combate ao v�rus.

Numa distor��o da determina��o da Corte, Bolsonaro provocou briga e crises com governadores e prefeitos que adotaram medidas restritivas, como o distanciamento social. Ele tamb�m empurra para gestores responsabilidade sobre o agravamento da crise econ�mica, por causa dos lockdowns.

Al�m disso, o mandat�rio usa a decis�o do STF para justificar a inoper�ncia do Executivo na pandemia. Ele mesmo sempre minimizou o impacto do v�rus, que j� causou a morte de mais de 550 mil brasileiros, e prega o inexistente “tratamento precoce”, com medicamentos cientificamente comprovados como ineficazes contra a doen�a.

Diante dessa postura negacionista, o governo tamb�m demorou a comprar vacinas capazes de conter a trag�dia. As a��es e omiss�es do Executivo tornaram-se alvo de investiga��o da CPI da Covid, no Senado.

Beligerante

O cientista pol�tico Pedro C�lio Borges frisou que o presidente n�o demonstra disposi��o para mudar sua pol�tica de confronta��o. “Bolsonaro est� � procura de um discurso alternativo em rela��o � pandemia, com o avan�o da CPI. Ele criou um hiato, mas viu que estava perdendo popularidade e retoma porque � um c�lculo objetivando estancar a sangria de apoio”, observou.

Cientista pol�tico da Universidade de Bras�lia, Aninho Irachande destacou que o chefe do Planalto insiste nos ataques para manter a base de eleitores. “Isso alimenta o grupo que o apoia e vive de nutrir uma condi��o beligerante. O STF tem votado v�rias mat�rias para frear o �mpeto dele, mas n�o vai al�m para n�o criar ruptura. O Congresso, tamb�m”, ressaltou. “Ele vai continuar, e a Corte contendo os excessos, mas n�o h� perspectiva de algo que possa ser feito para confrontar diretamente. Eles j� perceberam que Bolsonaro se alimenta disso.”


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