(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Manifestantes pr�-Bolsonaro pedem volta do voto impresso em atos pelo pa�s

As principais capitais brasileiras viveram um dia de reivindica��es pelas ruas a favor do presidente


01/08/2021 19:14 - atualizado 01/08/2021 19:26

Ato em Copacabana(foto: André Borges/AFP)
Ato em Copacabana (foto: Andr� Borges/AFP)

A base mais fiel de Jair Bolsonaro foi �s ruas neste domingo, 1º, em atos em algumas capitais do pa�s em defesa do voto impresso nas elei��es de 2022. Em Salvador, o protesto foi marcado por cr�ticas ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), e ao ex-prefeito ACM Neto (DEM). Houve tamb�m bate-boca entre bolsonaristas e opositores do presidente.

Os manifestantes come�aram a se concentrar no entorno do Farol da Barra por volta das 9h. No local, um grupo pediu uma ora��o ao soldado da Pol�cia Militar Wesley Soares, que morreu ap�s ser baleado no local depois de gritar palavras de ordem e disparar para o alto durante um surto psic�tico.

O caso gerou rea��es de perfis bolsonaristas contra Rui Costa. Eles divulgavam na �poca a vers�o de que o PM teria sido abatido ap�s se recusar a obedecer ordens do governador do estado.

Do alto de um minitrio, manifestantes se revezavam para defender o voto impresso. Uma das pessoas era a secret�ria de sa�de de Porto Seguro, a m�dica Ra�ssa Soares, conhecida defensora do "tratamento precoce" para a COVID-19.

Na maior parte do tempo, ela criticou o governo petista e defendeu os protocolos de tratamento contra a COVID. ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e presidente do DEM, tamb�m n�o foi poupado nos discursos de outros manifestantes.

Por volta das 11h, o grupo come�ou uma caminhada at� o Morro do Cristo, a cerca de um quil�metro do farol. Houve epis�dios de pessoas que se manifestaram contra o ato. Do alto de um pr�dio na Avenida Oce�nica, um homem ergueu um cartaz em que se lia "Fora Bolsonaro". A atitude foi recha�ada pelos manifestantes. Mais tarde, uma mulher gritou que estava vi�va pela "gripezinha" e "Lula Livre", e foi vaiada.

S�o Paulo e Bras�lia

Dando continuidade a sua participa��o por telefone nos atos deste domingo, que reivindicam por voto impresso em 2022, o presidente Jair Bolsonaro falou com os manifestantes na Avenida Paulista, em S�o Paulo, e os parabenizou pela iniciativa nas ruas.

"Parabenizo a todos que lutam por liberdade e elei��es limpas. � uma obriga��o de quem est� do lado de c� que tenha contagem p�blica do voto e uma forma audit�vel. Ningu�m aqui � dono da verdade, ningu�m pode fazer uso de governo", diz o presidente em conversa por telefone.

Os manifestantes, que se concentraram em frente ao Museu de Arte e S�o Paulo Assis Chateaudriand (Masp), palco de grandes atos em S�o Paulo, reivindicavam a aprova��o da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) 135/2019, que torna obrigat�rio o voto impresso nas elei��es no Brasil.

Durante o contato com os manifestantes, que teve a lideran�a de seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), Bolsonaro reiterou ainda uma postura transparente nas pr�ximas elei��es.

Mais cedo, o presidente j� havia se comunicado por telefone com manifestantes em Bras�lia, afirmando que, sem elei��es "limpas e democr�ticas", n�o haver� elei��o em 2022.

Durante manifesta��o na capital federal, a autora da PEC do voto impresso e presidente da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a da C�mara, deputada Bia Kicis (PSL-DF), associou a poss�vel derrota do parecer na comiss�o especial � press�o do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A parlamentar criticou ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que a eles n�o compete decidir como ser� a apura��o dos votos.

"A press�o � muito grande. Quando n�s aprovamos o tema em comiss�o t�nhamos 33 votos a 5. Os parlamentares eram todos favor�veis. Mas a press�o que vem do TSE � muito grande", disse a deputada, em refer�ncia � aprova��o da admissibilidade da PEC na CCJ em 2019.

A aprecia��o do tema ficou engavetada pelo ent�o presidente da C�mara, Rodrigo Maia. Mas o atual, Arthur Lira (PP-AL), em sinal do seu compromisso com o presidente Jair Bolsonaro, autorizou a forma��o da Comiss�o Especial para tratar do voto impresso.

Inicialmente, havia maioria para aprovar a PEC na Comiss�o. Mas em uma jogada coordenada, partidos pol�ticos de centro e centro-direita trocaram membros que eram favor�veis ao tema por parlamentares contr�rios. A ideia � barrar o texto no nascedouro e evitar que ele v� ao Plen�rio.

Rio de Janeiro


Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro tamb�m fizeram na Avenida Atl�ntica, em Copacabana, no Rio, pedindo a volta do voto impresso. Os manifestantes revezavam-se em discursos nos carros de som dos organizadores, repetindo argumentos do presidente Jair Bolsonaro contra a vota��o exclusivamente digital. Fizeram ataques a alvos diversos, desde parlamentares a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Tamb�m cr�ticas � imprensa profissional e a partidos pol�ticos, especialmente de esquerda. O protesto reuniu pessoas distribu�das ao longo de seis quarteir�es da orla.

Manifestantes vestidos com camisa da Sele��o Brasileira, alguns com bandeiras do Brasil e muitos sem m�scaras, carregavam cartazes pedindo o voto impresso. Em volta de um dos carros de som, do Movimento Conservador, os manifestantes gritavam "Lula, ladr�o, seu lugar � na pris�o". O youtuber Bruno Jonssen disse que a vontade popular pelo voto impresso � superior ao ministro Lu�s Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Barroso tem defendido o voto eletr�nico. "Isso � democracia" discursou o youtuber.

Barroso e outros ministros do STF t�m defendido o voto exclusivamente eletr�nico. Argumentam que a vota��o digital j� � audit�vel. Dizem que, se houver a possibilidade de uma recontagem de votos impressos, candidatos derrotados tender�o a pedir recontagem. Tamb�m h� preocupa��o com a possibilidade de mobiliza��o, via redes sociais, de eleitores inconformados com a derrota de seus candidatos. Poderiam pressionar os escrutinadores do voto impresso e criar um ambiente favor�vel a solu��es extraconstitucionais - por exemplo, um golpe.

O presidente Jair Bolsonaro, que venceu v�rias elei��es por voto exclusivamente eletr�nico, tem exigido que o pleito de 2022 tenha voto tamb�m impresso. Indica que n�o aceitar� o resultado apenas digital. Explicitou essa posi��o principalmente depois que pesquisas indicaram que sua popularidade ca�a e que n�o seria reeleito hoje.

O Estad�o/Broadcast revelou que um emiss�rio do ministro da Defesa, Braga Netto, e dos chefes militares disse ao presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), que, sem vota��o impressa e audit�vel, n�o haver� elei��o no Brasil no ano que vem.

Youtuber estimula ativistas a pressionar deputados

Outro youtuber, Allan Frutuoso, apoiador de Bolsonaro nas redes sociais, prometeu divulgar na internet contatos dos gabinetes de deputados federais. O objetivo � possibilitar que os manifestantes possam cobrar os pol�ticos, nos pr�ximos dias, que os representantes votem a favor da PEC do voto impresso.

"Essa manifesta��o n�o termina aqui", prometeu Frutuoso, que considerou os protestos um momento hist�rico. Uma manifestante, que se apresentou apenas como Val�ria, defendeu em discurso que o voto impresso n�o seria em benef�cio exclusivamente de Bolsonaro.

"Viemos defender n�o s� o Bolsonaro, mas a nossa liberdade, o nosso desejo nas urnas, que precisa ser respeitado. N�o estamos falando s� do voto para o presidente. Vimos elei��es nos EUA sendo fraudadas e n�o podemos menosprezar isso", disse ela. Seu discurso repetiu fake news que embalaram a invas�o do Congresso americano por apoaidores de Donald Trump inconformados com a vit�ria de Joe Biden na disputa pela Casa Branca. Foi aplaudida pelos manifestantes.

O deputado federal e ex-atleta Lu�s Lima (PSL), que foi candidato a prefeito do Rio em 2020, disse que o pa�s est� ref�m dos ministros do STF. Mencionou Daniel Silveira, o deputado federal preso por ordem do ministro do STF Alexandre Moraes. O parlamentar divulgou v�deo em que atacava e amea�ava os ministros do Supremo.

"Apura��o secreta (de votos) � crime. Os mesmos ministros que soltaram Lula s�o contra o voto impresso e audit�vel. Precisamos da contagem apenas do voto impresso, ainda que demore dois a tr�s dias para contar", disse.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)