O Supremo Tribunal Federal (STF) n�o pretende se manifestar sobre a amea�a feita pelo presidente Jair Bolsonaro de que pedir� o impeachment dos ministros Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes ao Senado. O Broadcast apurou que os ministros da Corte acreditam que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), n�o embarcar� no que vem sendo considerada mais uma aventura golpista por parte de Bolsonaro e apostam suas fichas numa pacifica��o liderada pelo Senado.
Nos bastidores, o STF considera que o mais estrat�gico, neste momento, � deixar o presidente sem resposta, falando ao vento - ou seja, apenas para seus apoiadores. A avalia��o dos ministros � que � preciso confiar na pol�tica e nos pol�ticos.
Internamente, o Senado j� est� adotando essa pr�tica. Filho 01 do presidente, Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ) mandou hoje, 14, uma mensagem ao grupo de senadores com o mesmo texto da publica��o de Bolsonaro no Twitter. Ficou no v�cuo.
No Twitter, por�m, os senadores reagiram e desqualificaram a amea�a de Bolsonaro. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) lembrou que a Constitui��o tamb�m garante a defesa da democracia e estabelece o cumprimento do "sufr�gio universal, direto, secreto e maioria de votos" para elei��o presidencial e que, portanto, o pr�prio Bolsonaro pode ser alvo de processo de afastamento. " Quem pede pra bater no 'Chico', que mora no Inciso II, artigo 52, da CF, se esquece de que o 'Francisco' habita o Inciso I, do mesmo endere�o", disse.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, pediu que Bolsonaro deixe de lado os "arroubos autorit�rios que ser�o repelidos pela democracia" e "v� trabalhar". J� o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que o pedido do presidente n�o passa de outra "cortina de fuma�a" para desviar o foco de suas a��es.
Em 9 de julho, quando o presidente da Rep�blica amea�ou n�o realizar as elei��es de 2022, se o voto impresso alegando n�o confiar na urna eletr�nica e pregando o voto impresso, Pacheco reagiu publicamente e de forma bem diferente do que costuma fazer. Em um pronunciamento horas depois da afirma��o de Bolsonaro, ele subiu o tom e disse que n�o aceitaria retrocessos � democracia do Pa�s.
"Todo aquele que pretender algum retrocesso ao estado democr�tico de direito esteja certo que ser� apontado pelo povo brasileiro e pela hist�ria como inimigo da na��o e como algu�m privado de algo muito importante para os brasileiros e para o Brasil, que � o patriotismo, neste momento em que n�s precisamos de uni�o, de pacifica��o, de busca de consenso", disse Pacheco na ocasi�o. A C�mara, por sua vez, derrotou o voto impresso em vota��o na �ltima ter�a-feira, 10.
Dois dias antes, o ministro da Defesa, Braga Netto, e os comandantes das For�as Armadas haviam divulgado uma nota repudiando declara��es feitas pelo presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM), sobre o envolvimento de militares que estavam na mira das investiga��es do Senado. Hoje, Braga Netto voltou a apoiar Bolsonaro durante uma cerim�nia de cadetes realizada no Estado do Rio.
Aos alunos, Braga Netto disse que as For�as Armadas s�o respons�veis por garantir a "independ�ncia e harmonia entre poderes, manuten��o da democracia e liberdade do povo brasileiro" e que o presidente � a "autoridade suprema" das For�as Armadas. Al�m disso, recomendou aos cadetes que confiassem na cadeia de comando das For�as Armadas, pois ela representaria a palavra oficial da institui��o.
POL�TICA