Cl�udia foi alvo de 36 perguntas dos parlamentares. Ela foi questionada, sobretudo, sobre pontos ligados � Exec, empresa contratada pela Cemig para comandar o processo seletivo que concretizou a escolha de Reynaldo Passanezi Filho para a presid�ncia da companhia.
A "headhunter", cujo acordo foi firmado sem licita��o, teve, segundo elementos colhidos pela CPI, o contrato de presta��o de servi�os assinado depois que Passanezi j� havia sido escolhido. A depoente teria dado pareceres jur�dicos favor�veis a contratos que foram questionados por uma auditoria interna da Cemig.
"Sabendo que a senhora elaborou diversos pareceres conferindo legalidade �s contrata��es apontadas como ilegais pela auditoria, quando a senhora n�o denunciou tais ilegalidades tamb�m estava exercendo seu direito ao sil�ncio?", questionou Professor Cleiton (PSB).
A prerrogativa para uso do sil�ncio p�de ser utilizada por Cl�udia pelo fato de ela ser investigada pelo comit� de inqu�rito.
Afastado relata press�o e se diz perseguido
Leandro Corr�a est� afastado desde janeiro, quando uma den�ncia do Minist�rio P�blico (MPMG) recebeu den�ncia que culminou na retirada de outros funcion�rios do setor de log�stica - incluindo Paulo Vanelli, ent�o chefe da �rea.
"(Eu era) pressionado para fazer contrata��es que, no meu modo de ver, continham irregularidades e, em alguns casos, ilegalidades", garantiu ele.
Um dos contratos cuja inexigibilidade de licita��o precisava ser ratificado por Leandro foi firmado com a Lefosse, empresa de advocacia, que j� teve no quadro societ�rio o diretor jur�dico da Cemig, Eduardo Soares.
Alegando ter muitos contratos para analisar em curto prazo de tempo, Leandro afirmou ter enviado um e-mail a Eduardo avisando da impossibilidade de cumprir todas as tarefas no prazo pedido. O diretor jur�dico teria, ent�o, segundo o afastado, respondido dizendo que Leandro criava"dificuldades".
"Fui perseguido porque n�o concordava em fazer as contrata��es como estavam", falou o depoente.
"Soou de forma bastante estranha a quest�o do diretor jur�dico atual ter contratado e determinado a contrata��o de seu antigo escrit�rio por inexigibilidade. S�o pr�ticas que nos chamam bastante aten��o e, sem sombras de d�vida, os documentos advindos das solicita��es da CPI � Cemig v�o trazer bastantes esclarecimentos � popula��o mineira", pontuou o presidente da comiss�o, C�ssio Soares (PSD).
Integrante da base de Romeu Zema (Novo), Z� Guilherme (PP) falou que Leandro Corr� foi � CPI apenas para se defender. "A Cemig passa por um processo em que a empresa � a lesada. H� um grupo de profissionais dentro da Cemig, funcion�rios, que se reuniram para formar uma quadrilha e lesar a companhia. Tem processo do Minist�rio P�blico, da Pol�cia Civil e da auditoria interna da empresa".
Cemig comenta depoimentos
Ao tratar do depoimento de Cl�udia Campos, a Cemig informou que a op��o dela pelo sil�ncio � de "foro �ntimo" e respaldada pelos direitos de cidad�os investigados. Segundo nota enviada � reportagem, n�o houve interfer�ncia da estatal.
"A Cemig esclarece ainda que as informa��es sobre os procedimentos analisados pela sra. Cl�udia Campos Faria est�o registrados nos documentos entregues � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito", l�-se em trecho do texto.
Sobre Leandro Corr�a, a companhia alegou que ele "emitiu opini�es pessoais e sem embasamento sobre diversos procedimentos realizados pela Cemig, inclusive jur�dicos".
Segundo a estatal, o afastamento ocorreu por causa de supostos casos de corrup��o.
"Como informado na reuni�o de 16 de agosto de 2021 pela superintendente de Auditoria Interna, D�bora Lage Martins, tamb�m h� relat�rio de investiga��o da Auditoria Interna realizada a partir de uma s�rie de den�ncias recebidas no Canal de Den�ncias da Cemig, entre 2019 e 2020, sobre o mesmo tema. O relat�rio foi incorporado � investiga��o independente em curso e entregue ao MPMG na coopera��o que a Cemig tem com este �rg�o de fiscaliza��o, para investiga��o que se encontra sob sigilo. Essa coopera��o � a origem para a contrata��o da empresa de investiga��o forense Kroll, dos escrit�rios Sampaio Ferraz e Terra Tavares Ferrari Elias Rosa para, dentro dos estritos limites de sua atua��o corporativa, realizar investiga��o independente de den�ncias recebidas pelo MPMG", informa a companhia.