O Minist�rio P�blico do Trabalho (MPT) pediu � Justi�a o afastamento imediato do presidente da Funda��o Palmares, S�rgio Camargo, pela pr�tica de ass�dio moral. O procurador Paulo Neto, respons�vel pelo caso, aponta que as investiga��es conclu�ram que h� persegui��o pol�tico-ideol�gica, discrimina��o e tratamento desrespeitoso por parte de S�rgio Camargo contra servidores do �rg�o.
A a��o foi protocolada na �ltima sexta-feira, 27, perante a 21� Vara do Trabalho de Bras�lia e pede que Camargo seja condenado a pagar indeniza��o de R$ 200 mil por danos morais. Al�m disso, a Procuradoria requer que a Funda��o Palmares "n�o permita, submeta ou tolere a exposi��o de trabalhadores a atos de ass�dio moral praticado por qualquer de seus gestores" e cobra um diagn�stico do meio ambiente psicossocial do trabalho.
'Clima de terror'
As investiga��es que culminaram no processo duraram mais de um ano, com a oitiva de 16 pessoas, entre ex-funcion�rios, servidores p�blicos concursados, comissionados e empregados terceirizados do �rg�o. De acordo com a Procuradoria do trabalho, as apura��es indicaram que S�rgio Camargo persegue os trabalhadores que ele classifica como "esquerdistas", promovendo um "clima de terror psicol�gico" dentro da Funda��o Palmares.
"Os depoimentos s�o un�ssonos, comprovando, de forma cabal, as situa��es de medo, tens�o e estresse vividas pelos funcion�rios da Funda��o diante da conduta reprov�vel de persegui��o por convic��o pol�tica praticada por seu Presidente e do tratamento hostil dispensado por ele aos seus subordinados", afirma o procurador Paulo Neto.
Como mostrou o Estad�o em mar�o, a investiga��o teve in�cio em julho de 2020, ap�s o MPT no Distrito Federal receber uma den�ncia relatando que Camargo "estaria praticando persegui��o ideol�gica a trabalhadores" com "opini�es e posi��es pol�ticas e ideol�gicas distintas das suas".
Pelo Twitter, Camargo reagiu � den�ncia e disse, na manh� desta segunda-feira, 30, que "o MPT n�o tem autoridade para investigar servidores ou pessoas em cargos comissionados". Disse ainda que as "acusa��es partiram de militantes vitimistas e tra�ras".
Ainda de acordo com a Procuradoria, para definir quais funcion�rios da Funda��o Palmares s�o "esquerdistas", Camargo "monitora as redes sociais dos trabalhadores e at� mesmo associa o tipo de cabelo com apar�ncia t�pica de 'esquerdista'". Na pe�a apresentada � Justi�a trabalhista, o MPT qualifica a indica��o de S�rgio Camargo como uma "rela��o descabida e preconceituosa feita entre pessoas negras e 'esquerdistas'".
A a��o detalha diferentes situa��es em que Camargo assediava servidores da Funda��o Palmares, como o caso de um ex-diretor do �rg�o, que fora nomeado por ele pr�prio. Camargo se referia ao homem como "direita bund�o" por n�o exonerar "esquerdistas" da funda��o.
"Os relatos colhidos tamb�m confirmam o uso recorrente de palavr�es e tratamento grosseiro contra os subordinados. A situa��o resultou no desligamento at� mesmo de servidores concursados, que pediram para sair da funda��o em virtude do clima instalado a partir da chegada de S�rgio Camargo � presid�ncia", indicou o MPT em nota.
Em mar�o, tr�s diretores da Funda��o Palmares pediram demiss�o sob o argumento de que n�o havia "viabilidade de di�logo" com o presidente da institui��o.
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