
Por isso, n�o cr� em invers�o de prioridades quando, enquanto milhares de brasileiros enfrentam dificuldades para levar comida � mesa, outros v�o �s ruas reivindicar a “liberdade”. “At� as quest�es econ�micas e a comida no prato do brasileiro, por mais simples que seja, est�o diretamente ligadas � liberdade. Seja a liberdade para exercer as atividades e levar sustento para casa, seja a liberdade de express�o”, explica ele, ao Estado de Minas.
Cabo reformado da Pol�cia Militar, Amaral � investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inqu�rito que mira bolsonaristas suspeitos de disseminar fake news. Ele foi citado tamb�m na apura��o sobre o incentivo a atos antidemocr�ticos. Para ele, a Suprema Corte deve ser o principal alvo dos protestos.
“Parte muito mais expressiva vai �s ruas clamar e pressionar para que a rela��o entre os poderes esteja, por parte de todos os tr�s, dentro das quatro linhas. N�o � o que est� acontecendo por parte do STF”, afirma ele, mencionando, ainda, que parte do Congresso Nacional tamb�m extrapola limites legais de atua��o.
“Parte muito mais expressiva vai �s ruas clamar e pressionar para que a rela��o entre os poderes esteja, por parte de todos os tr�s, dentro das quatro linhas. N�o � o que est� acontecendo por parte do STF”, afirma ele, mencionando, ainda, que parte do Congresso Nacional tamb�m extrapola limites legais de atua��o.
O deputado classifica como “perfeitamente compreens�vel” o desejo do grupo que, em sua vis�o, � minoria, mas pleiteia que Bolsonaro ultrapasse as “quatro linhas” para “reagir” a atos do STF. Embora acredite que os �ndices desfavor�veis ao governo retratados pelas pesquisas s�o exagerados, ele reconhece que “preju�zos econ�micos” t�m afetado negativamente a gest�o de Bolsonaro.
O que os bolsonaristas pretendem dizer nos atos do feriado?
A principal manifesta��o gira em torno do clamor por liberdade. � claro que, por consequ�ncia, h� diversas outras pautas. Temos visto direitos sendo violados e relacionamentos prom�scuos entre figuras do alto escal�o da nossa pol�tica. Mas (a pauta �) principalmente liberdade. O STF talvez seja o principal alvo desses protestos. O cidad�o tem direito de reclamar e se indignar com o que est� acontecendo.
Com decis�es absurdas e interfer�ncia do STF no Executivo, mas, principalmente, inqu�ritos inconstitucionais sendo abertos, de maneira totalmente n�o prevista na legisla��o, ferindo o sistema acusat�rio. Pris�es ilegais, deputados, como Daniel Silveira (PSL-RJ), tamb�m sendo presos – e mantido preso. � uma conjuntura de coisas, mas se resume no clamor por liberdade, que estamos vendo cada dia mais sendo tolhida em rela��o aos apoiadores do presidente.
Com decis�es absurdas e interfer�ncia do STF no Executivo, mas, principalmente, inqu�ritos inconstitucionais sendo abertos, de maneira totalmente n�o prevista na legisla��o, ferindo o sistema acusat�rio. Pris�es ilegais, deputados, como Daniel Silveira (PSL-RJ), tamb�m sendo presos – e mantido preso. � uma conjuntura de coisas, mas se resume no clamor por liberdade, que estamos vendo cada dia mais sendo tolhida em rela��o aos apoiadores do presidente.
O presidente projetou 2 milh�es de pessoas na Avenida Paulista. Paralelamente, a desaprova��o do governo tem crescido. O que explica o crescimento dos �ndices negativos?
As pesquisas n�o revelam n�meros verdadeiros em rela��o ao apoio ao presidente. N�o estou dizendo que esses n�meros s�o totalmente inversos, mas, na nossa hist�ria recente, a gente percebe que toda vez que se envolveu o presidente Bolsonaro, as pesquisas menosprezaram o resultado real. Falo de pesquisas eleitorais, que apesar de n�o serem a mesma coisa das pesquisas de aprova��o, v�o no mesmo sentido, e se relacionam � opini�o das pessoas sobre pol�ticos.
Para mim, s�o n�meros que n�o correspondem � realidade. (Os �ndices s�o explicados) um pouco pela situa��o econ�mica do pa�s. A�, sim, h� uma parcela da popula��o mais insatisfeita. N�o deixa de ter raz�o de estar insatisfeita, mas, muitas vezes, n�o compreende os motivos dos preju�zos que o pa�s vem tendo, principalmente por conta das restri��es muito perversas que aconteceram no in�cio e no meio da pandemia. A atividade industrial e, por consequ�ncia, o emprego, acabaram sendo muito afetados. � uma consequ�ncia natural das quest�es que aconteceram nesses momentos.
Para mim, s�o n�meros que n�o correspondem � realidade. (Os �ndices s�o explicados) um pouco pela situa��o econ�mica do pa�s. A�, sim, h� uma parcela da popula��o mais insatisfeita. N�o deixa de ter raz�o de estar insatisfeita, mas, muitas vezes, n�o compreende os motivos dos preju�zos que o pa�s vem tendo, principalmente por conta das restri��es muito perversas que aconteceram no in�cio e no meio da pandemia. A atividade industrial e, por consequ�ncia, o emprego, acabaram sendo muito afetados. � uma consequ�ncia natural das quest�es que aconteceram nesses momentos.
Como a base fiel ao presidente lida com a piora dos n�meros sobre a gest�o?
A base do presidente lida com naturalidade. A gente entende que grande parte da popula��o n�o tem a compreens�o de causa e efeito. N�o tem a compreens�o de onde partiu o problema para que, na ponta da linha, algumas situa��es n�o estejam t�o legais como antes da pandemia. A gente cita o pre�o dos combust�veis — o presidente explica muito bem em rela��o aos impostos estaduais, mas claro: houve, sim, um acr�scimo, muito pre�o global do petr�leo. (H�) outras coisas, como a infla��o dos alimentos, algo que atinge diretamente as classes menos favorecidas. Enxergamos com naturalidade. Depende de a gente colaborar para a conscientiza��o da popula��o.
Ensinar parte da popula��o que n�o compreende a rela��o de causa e efeito. Infelizmente, grande parte da grande m�dia colabora para essa desinforma��o, sempre querendo, direta ou indiretamente, colocar na conta do presidente. Por outro lado, somos um dos pa�ses que menos sofreram consequ�ncias econ�micas (da pandemia). O mundo inteiro est� sofrendo, e n�s ainda estamos em posi��o de menos impactados por isso. Mas, ainda assim, h�, claro, um preju�zo pol�tico devido a esses preju�zos econ�micos.
Ensinar parte da popula��o que n�o compreende a rela��o de causa e efeito. Infelizmente, grande parte da grande m�dia colabora para essa desinforma��o, sempre querendo, direta ou indiretamente, colocar na conta do presidente. Por outro lado, somos um dos pa�ses que menos sofreram consequ�ncias econ�micas (da pandemia). O mundo inteiro est� sofrendo, e n�s ainda estamos em posi��o de menos impactados por isso. Mas, ainda assim, h�, claro, um preju�zo pol�tico devido a esses preju�zos econ�micos.
O senhor citou a��es do STF que, em sua vis�o, s�o inadequadas. Cr�ticas do tipo n�o podem soar como tentativas de interferir no Judici�rio? O pedido de impeachment de Alexandre de Moraes n�o � a senha para acirrar ainda mais o debate p�blico?
N�o. Na verdade, o que temos que levar em conta s�o, salvo engano, as 140 decis�es que o STF tomou at� aqui interferindo em a��es do Executivo. Bolsonaro n�o fez nem sequer 1% disso, a n�o ser fazendo sua parte de conscientizar a popula��o. O STF vem, desde o primeiro m�s de mandato, atrapalhando o Executivo e interferindo em a��es que n�o lhe competem. Como disse, iniciando inqu�ritos inconstitucionais, ferindo o sistema acusat�rio e tentando, claramente, desgastar o governo.
Eles tamb�m fazem declara��es p�blicas contra o governo, assim como Bolsonaro tamb�m faz — mas, pelo que constato, sempre em ato reverso, em defesa a um ataque, a�, sim, apontando problemas. Bolsonaro �, simplesmente, um cara que n�o est� comendo nas m�os dos ministros, coisa que presidentes anteriores faziam. ‘Rabo preso’ de um com ‘rabo preso’ do outro. Essa rela��o prom�scua por parte do Executivo acabou. Bolsonaro tem a liberdade de expor o seu ponto de vista e ser firme contra decis�es ilegais que, antes, n�o eram nem necess�rias, porque um poder jogava junto com o outro, mesmo estando todos em condi��es ilegais.
Eles tamb�m fazem declara��es p�blicas contra o governo, assim como Bolsonaro tamb�m faz — mas, pelo que constato, sempre em ato reverso, em defesa a um ataque, a�, sim, apontando problemas. Bolsonaro �, simplesmente, um cara que n�o est� comendo nas m�os dos ministros, coisa que presidentes anteriores faziam. ‘Rabo preso’ de um com ‘rabo preso’ do outro. Essa rela��o prom�scua por parte do Executivo acabou. Bolsonaro tem a liberdade de expor o seu ponto de vista e ser firme contra decis�es ilegais que, antes, n�o eram nem necess�rias, porque um poder jogava junto com o outro, mesmo estando todos em condi��es ilegais.
Alguns dos que olham as manifesta��es de fora relatam temor por defesas de agendas favor�veis � ruptura democr�tica. O senhor teme que discursos do tipo ecoem? Isso n�o � arriscado?
Parte muito mais expressiva vai �s ruas clamar e pressionar para que a rela��o entre os poderes esteja, por parte de todos os tr�s, dentro das quatro linhas. N�o � o que est� acontecendo por parte do STF. A popula��o vai para pressionar para que STF e, at� mesmo, parte do Congresso, retorne a jogar dentro das quatro linhas. H� uma parcela menor, que a gente n�o pode ignorar e tachar de extremista por achar que o STF j� extrapolou a barreira das quatro linhas e que, a partir disso, o presidente deveria fazer o mesmo.
� compreens�vel que pessoas que est�o vendo o Brasil ser travado com ilegalidades e inconstitucionalidades por parte do STF desejem que o presidente fa�a o mesmo em rea��o. Por mais que a gente tente manter essa maioria, limitada ao clamor e � press�o para que o STF diminua suas inconstitucionalidades, � perfeitamente compreens�vel o sentimento da minoria que entende que o presidente precisa agir, ainda que fora das quatro linhas, para reagir a essas a��es, tamb�m fora das quatro linhas, do STF.
� compreens�vel que pessoas que est�o vendo o Brasil ser travado com ilegalidades e inconstitucionalidades por parte do STF desejem que o presidente fa�a o mesmo em rea��o. Por mais que a gente tente manter essa maioria, limitada ao clamor e � press�o para que o STF diminua suas inconstitucionalidades, � perfeitamente compreens�vel o sentimento da minoria que entende que o presidente precisa agir, ainda que fora das quatro linhas, para reagir a essas a��es, tamb�m fora das quatro linhas, do STF.
O senhor est� dentro desse grupo que julga ser maioria?
Por ser um investigado no inqu�rito das fake news e dos atos antidemocr�ticos, mesmo sendo claramente inconstitucionais, prefiro n�o responder � pergunta. Tenho as minhas convic��es, mas prefiro n�o responder, para permitir que, no momento certo, a gente fale disso. Para voc� ver o resultado desses dois inqu�ritos: a gente n�o pode sequer falar o que pensa mesmo sendo parlamentar e tendo o direito constitucional de exercer livremente quaisquer palavras, opini�es e votos, sendo inviol�veis por isso. Prefiro n�o responder, para n�o correr o risco de ser preso como Daniel Silveira. Ao mesmo tempo, n�o quero ser um mentiroso e falar o que n�o penso. Quem me acompanha, me conhece e sabe da minha indigna��o, conhece meu posicionamento neste momento e qual, para mim, seria a �nica sa�da.
Gasolina, g�s e combust�veis est�o com o pre�o no alto. O cidad�o comum enfrenta situa��o delicad�ssima para levar alimentos � mesa. � adequado, neste momento, fazer esse debate sobre ‘liberdade’? N�o � uma invers�o de prioridades?
N�o �. A liberdade est� acima, inclusive, da nossa pr�pria vida. Pode parecer, em uma primeira abordagem, que n�o tem rela��o direta, mas tem total liga��o, tendo em vista que se a liberdade da classe trabalhadora, dos empreendedores, da classe produtiva e das pessoas que geram riquezas ao pa�s n�o tivesse sido cerceada de maneira absurda no in�cio da pandemia, hoje n�o ter�amos esse problema econ�mico que o pa�s est� enfrentando.
At� as quest�es econ�micas e a comida no prato do brasileiro, por mais simples que ele seja, est�o diretamente ligadas � liberdade. Seja a liberdade para exercer o livre trabalho, as atividades e levar sustento para casa, seja a liberdade de express�o.
At� as quest�es econ�micas e a comida no prato do brasileiro, por mais simples que ele seja, est�o diretamente ligadas � liberdade. Seja a liberdade para exercer o livre trabalho, as atividades e levar sustento para casa, seja a liberdade de express�o.