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Estado de Minas BRASIL

Amea�as ao STF elevam press�o por impeachment, mas Bolsonaro mant�m base para proteger mandato, dizem deputados

Dimens�o dos atos n�o serviu de 'ultimato' ao STF, como anunciou presidente, mas mostrou sua capacidade de mobilizar base mais fiel


07/09/2021 21:33 - atualizado 07/09/2021 22:27

Com distribuição de verbas e cargos a deputados, Bolsonaro mantém base contra impeachment na Câmara
Com distribui��o de verbas e cargos a deputados, Bolsonaro mant�m base contra impeachment na C�mara (foto: EPA)
Ap�s o presidente Jair Bolsonaro intensificar os ataques ao Supremo Tribunal Federal e amea�ar n�o cumprir decis�es do ministro Alexandre de Moraes em discurso a seus apoiadores durante ato em S�o Paulo neste 7 de setembro , aumentaram as cobran�as pela abertura de um processo de impeachment no Congresso.

 

Para os defensores da cassa��o de Bolsonaro, ele comete evidente crime de responsabilidade ao atacar o Judici�rio de forma t�o virulenta, quando a Constitui��o estabelece justamente o contr�rio, que os Poderes devem atuar com independ�ncia e harmonia.

 

No entanto, mesmo parlamentares que fazem oposi��o a Bolsonaro reconhecem que o presidente ainda mant�m uma base capaz de evitar o impeachment.

 

At� o momento, o presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), �nico que pode iniciar um processo, tem atuado como aliado de Bolsonaro. Por tr�s dessa alian�a, est� a distribui��o de verbas federais para investimentos na base eleitoral de deputados, al�m da nomea��o de indicados do Centr�o (grupo de partidos de centro-direita) para minist�rios e outros cargos da Uni�o.

 

Para uma importante lideran�a do MDB no Congresso ouvida pela BBC News Brasil, os atos de 7 de setembro "devem mudar pouco" o equil�brio de for�as no Parlamento.

 

Por um lado, o p�blico nos principais protestos, em S�o Paulo e Bras�lia, ficou abaixo dos "milh�es" anunciados por bolsonaristas nos �ltimos dias. De outro, o presidente foi capaz de mobilizar algumas dezenas de milhares de apoiadores, evidenciando que mant�m uma base fiel mais radicalizada relevante.

 

"Eu acho que os atos foram muito aqu�m do que eles esperavam. Agora, mostraram for�a e mostraram que Bolsonaro tem uma fatia da popula��o que � fan�tica por ele", disse � reportagem o parlamentar do MDB.

Segundo essa lideran�a, o partido ainda discutir� internamente a possibilidade de apoiar o impeachment.

 

"O MDB respeita diverg�ncias program�ticas, mas se aferra � Constitui��o, que determina a independ�ncia harm�nica entre os poderes. Contra isso, o pr�prio texto constitucional tem seus rem�dios em defesa da democracia, que � sin�nimo da vontade do povo", defendeu o partido, em uma nota oficial assinada pelo presidente da sigla, deputado Baleira Rossi.

 

Segundo estimativa da Pol�cia Militar de S�o Paulo, cerca de 125 mil pessoas compareceram ao ato da avenida Paulista, onde Bolsonaro discursou na tarde desta ter�a-feira e chamou de "canalha" Alexandre de Moraes.

 

O ministro, que � o relator no STF de investiga��es contra o presidente e seus apoiadores por supostos ataques criminosos �s institui��es democr�ticas, determinou nas �ltimas semanas a pris�o de alguns bolsonaristas, como o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, e o blogueiro Wellington Macedo.

 

"Qualquer decis�o do senhor Alexandre de Moraes, este presidente n�o mais cumprir�. A paci�ncia do nosso povo j� se esgotou. Ele tem tempo ainda de pedir o seu bon� e ir cuidar da sua vida. Ele, para n�s, n�o existe mais! Liberdade para os presos pol�ticos! Fim da censura! Fim da persegui��o �queles conservadores, �queles que pensam no Brasil", discursou o presidente.


Presidente ameaçou não cumprir decisões do STF ao discursar para apoiadores
Presidente amea�ou n�o cumprir decis�es do STF ao discursar para apoiadores (foto: Presid�ncia da Rep�blica)

Antes disso, Bolsonaro j� havia discursado pela manh� durante o ato em Bras�lia, com ataques similares a Moraes e ao STF. Em rea��o, o presidente do PSDB, Bruno Ara�jo, convocou reuni�o extraordin�ria da sigla para esta quarta-feira (08/09) para discutir a posi��o do partido em rela��o � cassa��o de Bolsonaro "diante das grav�ssimas declara��es do presidente da Rep�blica".

 

Hoje, a defesa do impeachment est� mais concentrada em partidos de esquerda. Eventual mudan�a de posi��o de PSDB e MDB representaria um crescimento da ades�o da centro-direita � tentativa de derrubada de Bolsonaro. Na pr�tica, por�m, parte dos deputados tucanos e emedebistas t�m apoiado o governo nas vota��es do Congresso.

 

O presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da For�a, por sua vez, disse � BBC News Brasil que seu partido tamb�m discutir� nesta semana se muda sua posi��o para apoiar o impeachment do presidente. Ele, por�m, se mant�m c�tico sobre a abertura de um processo.

 

"Mesmo o Solidariedade decidindo apoiar o impeachment e o PSDB tamb�m, acho que n�o vai ter for�a no Congresso pra fazer isso agora porque a maioria prefere derrot�-lo nas urnas", avalia.

 

Para o presidente do Solidariedade, os mesmos deputados que garantem apoio suficiente para evitar um impeachment hoje n�o devem manter a alian�a com Bolsonaro na elei��o do pr�ximo ano, devido � queda de popularidade do presidente auferida em diferentes pesquisas de opini�o.

 

"Muitos dos deputados que votam com ele (hoje) votam pensando nas emendas (recursos para investimentos na base eleitora) e cargos. Mas s�o os mesmos que v�o abandon�-lo l� na frente por outra candidatura", acredita.

 

J� o presidente do PDT, Carlos Lupi, afirma que � poss�vel convencer Arthur Lira a abrir um processo contra Bolsonaro se de fato a ades�o ao impeachment crescer entre os partidos.

 

"O presidente da C�mara, para conseguir sobreviver, tem que representar a voz da maioria. Eu percebo que se essa maioria tende, como n�o acontecia antes, a apoiar o impeachment, ele vai acompanhar essa maioria", diz.

 

"Est� na hora de os democratas se unirem e dar a resposta a Bolsonaro. Quando voc� n�o respeita a independ�ncia dos Poderes, diz que n�o aceita mais decis�o judicial, ele est� rasgando a Constitui��o. E o rem�dio � usar a Constitui��o contra ele com processo de impeachment", defendeu ainda.

Atos n�o serviram como 'ultimato' ao STF

A inten��o de Bolsonaro com os atos de 7 de setembro era dar um "ultimato" ao STF. Na vis�o de Carlos Lupi, por�m, o efeito deve ser contr�rio. Os fortes ataque a Moraes, acredita, devem refor�ar o esp�rito de corpo e a uni�o da Corte frente ao governo.

 

A previs�o � que o presidente do STF, Luiz Fux, responder� �s amea�as de Bolsonaro nesta quarta-feira, antes de iniciar a sess�o de julgamento da Corte.


Alexandre de Moraes foi o alvo preferido dos manifestantes bolsonaristas
Alexandre de Moraes foi o alvo preferido dos manifestantes bolsonaristas (foto: Reuters)

Paulinho da For�a tamb�m duvida que os protestos de ter�a-feira consigam intimidar Moraes na condu��o das investiga��es contra Bolsonaro e seus apoiadores.

 

Mesmo parlamentares aliados do presidente ouvidos pela BBC News Brasil tiveram dificuldade de apontar algum efeito concreto dos atos na atua��o do Supremo

 

"Servindo para os ministros come�arem a refletir, j� � um grande ganho, a gente j� est� considerando a manifesta��o v�lida", afirmou o deputado Capit�o Augusto (PL/SP), celebrando a dimens�o dos atos: "Que outro pol�tico consegue arrastar uma multid�o como essa?", questionou.

 

Vice-l�der do governo na C�mara, o deputado Evair de Melo (PP-ES), tamb�m comemorou o tamanho dos protestos e disse esperar que Moraes mude sua postura.

 

"� bom o Alexandre de Moraes tomar ju�zo e n�o subestimar a manifesta��o popular do dia de hoje. D� tempo dele rever alguns atos, atitudes deles, conceitos dele", disse.

 

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