
Segundo o boletim, de 17h30, s�o registrados pontos de concentra��o em rodovias federais com abordagem a ve�culos de cargas nos seguintes Estados: Bahia, Esp�rito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paran�, Maranh�o e Rio Grande do Sul.
Segundo o minist�rio, em nenhum ponto � registrado bloqueio total da pista. "A PRF encontra-se em todos os locais identificados e trabalha pela garantia do livre fluxo com a tend�ncia de fim das mobiliza��es at� a 0h do dia 09/09."
O minist�rio informou ainda que os atos n�o s�o organizados por qualquer entidade setorial do transporte rodovi�rio de cargas e que a composi��o das mobiliza��es � heterog�nea, "n�o se limitando a demandas ligadas � categoria". A pasta disse ainda que n�o h� previs�o, no momento, de que os bloqueios nas rodovias afetem o abastecimento de produtos no Pa�s.
No entanto, os bloqueios realizados pelos caminhoneiros j� preocupa distribuidoras de combust�veis que temem o desabastecimento dos mercados. As empresas temem que faltem produtos como gasolina e �leo diesel nas pr�ximas 12 horas desta quarta-feira. A situa��o mais cr�tica � em Santa Catarina e Mato Grosso, mas algumas cidades de outros Estados j� est�o com fornecimento comprometido.
Esse medo tamb�m foi manifestado pela Associa��o Nacional do Transporte de Cargas e Log�stica (NTC&Log�stica). Em nota de rep�dio aos bloqueios, a entidade que representa transportadoras afirmou que as paralisa��es poder�o causar s�rios transtornos � atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequ�ncias para o abastecimento de estabelecimentos de produ��o e com�rcio. A entidade refor�ou que tais bloqueios e suas eventuais consequ�ncias para o abastecimento poder�o atingir diretamente o consumidor final e o com�rcio de produtos de todas as naturezas, incluindo alimentos, medicamentos e combust�veis.
A NTC&Log�stica, que diz congregar cerca de 4.000 empresas de transporte associadas direta e indiretamente e mais de 50 entidades patronais, afirmou que a movimenta��o � de natureza pol�tica e est� dissociada das bandeiras e reivindica��es da categoria de caminhoneiros aut�nomos.
Um dos l�deres do movimento intitulado de caminhoneiros patriotas, Francisco Burgardt, conhecido como Chic�o Caminhoneiro, diz que entregar� hoje um documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pedindo a destitui��o de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). "O povo brasileiro n�o aguenta mais esse momento que Pa�s est� atravessando atrav�s da forma impositiva que STF vem se posicionando. O povo brasileiro est� aqui (Esplanada dos Minist�rios) buscando solu��o e s� vamos sair daqui com solu��o na m�o", disse Chic�o, que preside Uni�o Brasileira dos Caminhoneiros (UBC), em v�deo que circula pelas redes sociais. Segundo ele, o documento tamb�m ser� entregue ao presidente Jair Bolsonaro. Em outro v�deo, Burgardt fala em um prazo de 24 horas para a resposta das autoridades ao pedido do movimento. At� o momento desta publica��o, a reportagem n�o conseguiu contato com Burgardt.
A paralisa��o, contudo, n�o � uma decis�o un�nime da categoria. Entidades que representam caminhoneiros aut�nomos e que chamam mobiliza��es a favor de demandas espec�ficas da categoria n�o aderiram aos atos. Na semana passada, representantes da categoria j� consideravam que poderia haver a presen�a pontual de transportadores nos movimentos, mas de forma isolada, sem organiza��o associativa.
A Associa��o Brasileira dos Condutores de Ve�culos Automotores (Abrava), o Conselho Nacional do Transporte Rodovi�rio de Cargas (CNTRC), a Confedera��o Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Log�stica (CNTTL), a Confedera��o Nacional dos Transportadores Aut�nomos (CNTA), a Associa��o Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), a Federa��o dos Caminhoneiros Aut�nomos de Carga em Geral do Estado de S�o Paulo (Fetrabens-SP), o Sindicato dos Transportadores Rodovi�rios Aut�nomos de Bens do Estado de S�o Paulo (Sindicam-SP) e o Sindicato dos Transportadores Rodovi�rios Aut�nomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam) informaram que n�o apoiam a paralisa��o e n�o est�o participando dos atos, assim como a NTC&Log�stica.
O presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chor�o, avalia que o movimento � de cunho pol�tico com participa��o de empres�rios de transporte e seus funcion�rios celetistas, e n�o de transportadores aut�nomos. "Os caminhoneiros est�o sendo usados como massa de manobra. Existe um movimento com interesse de empresas e do agroneg�cio atr�s do financiamento desses atos. Est� claro que a pauta n�o � da categoria", disse Chor�o. De acordo com ele, uma greve geral neste momento seria prejudicial �s atividades dos aut�nomos. "Uma paralisa��o nesse momento tiraria v�rios transportadores do ramo e ainda em uma pauta pol�tica seria prejudicial � categoria. Muitos motoristas n�o conseguiriam parar 10 a 15 dias", afirmou Chor�o, que foi um dos principais l�deres da categoria na greve de 2018.
O diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer, relatou ter visto alguns pontos de manifesta��es de caminhoneiros, "conforme era esperado" diante de manifesta��es do presidente Jair Bolsonaro. "Vimos ve�culos do agroneg�cio, como tratores e m�quinas agr�colas, e a ala de patriotas apoiadores do presidente Bolsonaro. O transportador aut�nomo vai continuar tentando trabalhar", disse Litti � reportagem. A CNTTL enviou recentemente um of�cio ao presidente do STF, ministro Luiz Fux, repudiando os atos "extremistas", as declara��es do cantor S�rgio Reis e de "pseudo lideran�as" de caminhoneiros, dizendo que n�o compactua com nenhuma manifesta��o antidemocr�tica.