
As manifesta��es bolsonaristas que pedem o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso s�o vistas como uma amea�a � democracia para 66% dos brasileiros. O dado � do Instituto Datafolha , que ouviu 3.667 pessoas em todo pa�s entre segunda e quarta-feira (13 e 15/9).
Apenas 31% dos entrevistados afirmaram que os
atos nas ruas
n�o representam um risco para as institui��es democr�ticas e 3% disseram n�o saber opinar sobre o assunto. A margem de erro da pesquisa � de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com
n�vel de confian�a
de 95%.
A pesquisa foi divulgada onze dias ap�s as manifesta��es bolsonaristas do 7 de setembro na Esplanada dos Minist�rios, em Bras�lia, e a Avenida Paulista, em S�o Paulo, e instalou uma tens�o pol�tica no pa�s. Na ocasi�o, o discurso do presidente da Rep�blica, Jair Messias Bolsonaro, na Avenida Paulista, encorajava os manifestantes a n�o aceitarem a repress�o da liberdade de express�o por alguns "ministros" - em refer�ncia a Alexandre de Moraes, do STF, e Lu�s Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O discurso provocou uma mobiliza��o de caminhoneiros que paralisaram o transporte de cargas em v�rios pontos do pa�s. Para conter a mobiliza��o, Bolsonaro recuou e divulgou uma nota oficial em que apontava as falas do feriado como ditas "no calor do momento" e que respeitava e apoiava a "harmonia entre os Poderes".
Redes sociais tamb�m provocam riscos e fake news s�o problemas, diz maioria
Os atos n�o precisam ser presenciais para preocupar a maioria dos entrevistados. Posts com palavras de ordem contra magistrados e parlamentares nas redes sociais representam risco � democracia para 65% dos entrevistados.
Outro ponto de reprova��o e alerta para os brasileiros � a divulga��o de not�cias falsas envolvendo pol�ticos e ministros do STF: 77% das pessoas ouvidas afirmam que o ato � uma amea�a declarada � democracia, enquanto 19% acreditam que n�o.
Graves momentos de crise pol�tica influenciam corrida eleitoral
Na sexta-feira (17/9), outra pesquisa divulgada pelo Datafolha revela que o desgaste do governo Bolsonaro promove uma estabilidade na larga vantagem do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) sob o atual chefe do Executivo . Se o segundo turno das elei��es de 2022 fosse decidido hoje entre os dois nomes, Lula venceria a corrida por 56% dos votos.
O ex-presidente Lula tem o apoio dos mais pobres, de at� 34 pontos acima de Bolsonaro; dos menos escolarizados (31 pontos); dos jovens (29 pontos) e das mulheres (25 pontos). Bolsonaro, por sua vez, mostra que � preferido pelos mais ricos, em uma vantagem de 42% a 23% de Lula. Apesar da crescente rejei��o de evang�licos, Bolsonaro ainda � preferido pelo grupo, com 36% dos votos.
Para conseguir a vit�ria, uma estrat�gia � conversar com os extremos que os rejeitam. Lula j� afirmou, nas redes sociais, que o objetivo dele � conversar com todos os n�cleos da sociedade, inclusive com os mais ricos e evang�licos. Enquanto isso, o atual presidente busca agradar os apoiadores de Lula. A nova estrat�gia bolsonarista � aumentar o valor do Bolsa Fam�lia, em uma nova edi��o do programa que foi criado por Lula em 2004, e que ainda est� em discuss�o. Nesta quinta-feira (16/9), o presidente editou decreto que aumenta o Imposto sobre opera��es de Cr�dito, C�mbio e Seguro, ou relativas a T�tulos ou Valores Mobili�rios (IOF) para financiar uma amplia��o do Aux�lio Brasil (nova nomenclatura para o Bolsa Fam�lia), at� o fim do ano. Com maior lucro, o aux�lio poder� aceitar mais benefici�rios.