
Moro ficou conhecido por comandar, entre mar�o de 2014 a novembro de 2018, em primeira inst�ncia, os processos relacionados aos crimes identificados na Opera��o Lava-Jato, envolvendo grande n�mero de pol�ticos, empreiteiros e empresas.
Com o passar do tempo e a popularidade da for�a-tarefa, o ent�o juiz acabou se tornando rosto da onda nacional anticorrup��o e anti-petista. Milhares de pessoas sa�ram �s ruas vestidas com camisetas com o seu rosto pedindo reformas pol�ticas e o fim da corrup��o no Brasil.

Esses foram os primeiros passos para a retomada do nacionalismo no pa�s, que elegeu posteriormente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Vestidas de verde e amarelo, simpatizantes do juiz e do novo presidente marchavam nas ruas contra o governo petista.
Em meio a tanta popularidade, Moro jurava que nunca seria candidato a cargos pol�ticos. Reservado, evitava dar entrevistas e aparecer na frente dos holofotes. Sua primeira entrevista foi apenas em 2016, quando ele defendeu a limita��o do foro privilegiado aos presidentes dos tr�s poderes.
Em 2017, Moro condenou o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), decis�o posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento de um habeas corpus, em 23 de mar�o de 2021. A Segunda Turma da Corte considerou que Moro atuou com parcialidade em rela��o ao ex-presidente Lula.
Rela��o com Bolsonaro
O petista acusava o ent�o juiz de persegui��o. Com os ataques de ambos os lados, o Brasil se deparou com uma polariza��o pol�tica que se arrasta at� hoje. De um lado, Lula dizia ser inocente de todas as acusa��es apontadas pela Lava-Jato e de outro, Moro levantava a bandeira anticorrup��o.
Como o ex-juiz n�o pensava em ser candidato, a popula��o que concordava com os pensamentos de Moro procurava um l�der. Escondido nos interiores da C�mara dos Deputados, Jair Bolsonaro acabou ganhando popularidade por defender as a��es da Lava-Jato e ser contra os governos de esquerda.
Em 2018, a campanha presidencial de Bolsonaro teve como uma das bandeiras o combate � corrup��o. Muito se especulava na �poca, caso fosse eleito, Bolsonaro convidaria Moro para integrar seu governo, o que de fato acabou ocorrendo.
Seis meses antes de se tornar ministro da Justi�a e da Seguran�a P�blica, Moro foi um dos respons�veis por prender Lula, um dos maiores rivais de Bolsonaro na campanha presidencial, mesmo sem o petista ser o candidato do PT.
Bolsonaro foi eleito em segundo turno com 55,13% dos votos contra 44,8% de Fernando Haddad (PT), substituto do l�der petista nas elei��es.
Bolsonaro foi eleito em segundo turno com 55,13% dos votos contra 44,8% de Fernando Haddad (PT), substituto do l�der petista nas elei��es.

J� eleito, Bolsonaro anunciou em outubro de 2018 convidaria S�rgio Moro para ser o futuro ministro da Justi�a ou ent�o o indicaria para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Moro aceitou o cargo e comp�s a bancada “de ouro” prometida por Bolsonaro na campanha eleitoral.
Briga e sa�da do governo
Moro era disparadamente o ministro mais popular do governo de Jair Bolsonaro. De acordo com Datafolha, entre regular, bom e �timo, o ex-ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica atingiu a marca de 76%. Bolsonaro ficou atr�s, com 62% nos mesmos par�metros.
A avalia��o positiva transformou Moro em uma verdadeira “galinha de ovos dourados”. Tendo o ministro ao seu lado, Bolsonaro conseguia o apoio da popula��o.
Apesar de tanta popularidade, nos bastidores, a rela��o do presidente com seu ministro da Justi�a era distante. Por ser considerado "intoc�vel", Moro acabava n�o discutindo muito com o presidente. At� o dia que se sentiu pressionado.
A briga come�ou quando o ex-juiz percebeu uma poss�vel interfer�ncia de Bolsonaro na Pol�cia Federal (PF). Se sentiu pressionado pelo presidente para trocar o comando da corpora��o no Rio de Janeiro, onde o filho 01, o senador Fl�vio Bolsonaro (Patriotas-RJ), era investigado por suposto esquema de “rachadinhas”.
Rumores de uma demiss�o de Moro come�aram a surgir ap�s o ministro se negar a demitir o superintendente da PF no estado. O ex-juiz, por�m, se antecipou e desembarcou do governo.
Moro saiu acusando Bolsonaro e detonando uma verdadeira briga ministerial. O presidente chegou a convocar uma coletiva para negar todas as acusa��es.
Ida para os Estados Unidos
Com a sa�da do governo, o agora ex-ministro da Justi�a deixou o pa�s. Em meio aos embates com Bolsonaro, ele tamb�m se viu alvo de um julgamento no STF, que o considerou parcial nos julgamentos do ex-presidente Lula.
Para fugir novamente dos holofotes, o ex-ministro foi morar nos Estados Unidos. Moro tornou-se s�cio-diretor da empresa norte-americana de consultoria Alvarez & Marsal.
Filia��o ao Podemos e a terceira via
Agora de volta ao Brasil, S�rgio Moro surge como poss�vel candidato � Presid�ncia do pa�s. Seu ingresso no Podemos, nesta quarta-feira, se d� a pouco menos de um ano das elei��es de 2022.
O ex-juiz ainda n�o anunciou qual cargo vai disputar no ano que vem, mas o evento do partido o anunciou como "futuro presidente da Rep�blica".

Com um discurso de candidato, Moro sem citar o ex-presidente Lula nem o presidente Bolsonaro, recheou a sua fala de indiretas aos dois pol�ticos.
"Chega de mensal�o, petrol�o, rachadinha e or�amento", disse ele se referindo aos esc�ndalos de corrup��o nos governo do pedista e doa tual presidente.
Disse tamb�m que colocou seu nome � disposi��o para disputar a elei��o no ano que vem. "Por um Brasil justo para todos."