A vereadora Cris Monteiro afirmou, em entrevista ao
Estad�o
, que espera que sua correligion�ria, Jana�na Lima, seja cassada ap�s epis�dio em que ambas trocaram agress�es na C�mara Municipal de S�o Paulo, durante vota��o da reforma da Previd�ncia, na quarta-feira, 10. "Espero a cassa��o da minha agressora", afirma. Ambas as parlamentares foram suspensas pelo partido Novo.
"Eu dou gra�as a Deus que abriram aquela porta porque eu n�o sei o que poderia ter acontecido. Eu ca� e escorreguei, ent�o eu n�o pude me defender", disse a vereadora. Jana�na afirmou, tamb�m em entrevista ao
Estad�o
, que agiu em leg�tima defesa.
Quem come�ou a briga e por qu�?
A briga come�ou com a minha agressora. N�s est�vamos discutindo o tempo de fala sobre a reforma da Previd�ncia junto com o presidente da C�mara. Ap�s a decis�o, ela se aproximou questionando o porqu� de eu querer os minutos dela. Respondi que t�nhamos acabado de decidir o nosso tempo de fala, mas ela insistiu na discuss�o, dizendo que eu queria roubar o brilho dela. Fiquei desconcertada e ela insistiu dizendo que ela fazia tudo por mim. Tentei cessar a discuss�o, mas ela optou por continuar falando sobre a nossa rela��o e me cutucando. Ent�o, eu cedo e aceito continuar a conversa. Nisso, ela sai, mas eu vou atr�s dela. Essa � a cena daquele v�deo que est� circulando. Eu n�o queria ter aquela conversa ali, mas ela ficou ali me cutucando. Eu fui atr�s dela mesmo para que ela colocasse o que tinha para falar.
O que acontece depois do encontro na escada?
Ela vai at� o banheiro e eu vou atr�s dela. Ali, n�s come�amos a discutir, uma conversa bem acalorada, com as duas falando alto uma com a outra, mas sem ofensas pessoais. Em um ponto da discuss�o, ela enruga o rosto, coloca o dente para fora, me agarra pelo pesco�o e come�a a me estrangular enquanto me empurra para tr�s. Enquanto eu caio no ch�o, ela arranca a minha peruca. O pessoal da C�mara abre a porta e se depara com Janaina ainda me batendo. Na porta, tem duas pessoas: uma guarda metropolitana e uma funcion�ria da C�mara. Eu estou sem peruca, toda machucada. Ela pula o meu corpo e volta para o plen�rio para fazer um discurso como se nada tivesse acontecido. Eu dou gra�as a Deus que abriram aquela porta porque eu n�o sei o que poderia ter acontecido. Eu ca� e escorreguei, ent�o eu n�o pude me defender. Ela tem 36 anos, eu tenho 60. A for�a f�sica � completamente diferente.
Qual o hist�rico de sua rela��o com a vereadora?
Jana�na � uma pessoa que ficou sozinha na C�mara pelo partido Novo por muito tempo. Ela � uma mulher trabalhadora e inteligente e eu dou esse cr�dito para ela. No momento em que eu chego na C�mara, ela tem que dividir esse espa�o. Jana�na n�o sabe trabalhar em time. Ela se atrasa nas reuni�es de bancada, faz acordos com o governo e n�o compartilha. Eu comecei a cobrar dela, de forma tolerante e democr�tica. Isso vai minando a rela��o. Tivemos algumas discuss�es, nada comparado com o �ltimo acontecimento, e eu senti que a rela��o estava ruim. Eu a convidei para um caf� para conversarmos, mas ela me ignora. N�o responde o meu WhatsApp. Nossa rela��o passou a ser protocolar, sem discuss�es, sem brigas, mas tamb�m sem uma uni�o necess�ria que uma bancada precisa ter. A rela��o estava nesse desgaste por causa de como a gente opera. Inclusive, depois do acontecimento, eu recebi uma mensagem em que a pessoa comenta que deixou o gabinete de Jana�na porque tinha medo de que acontecesse com ela o que aconteceu comigo.
Como avalia a postura do Novo e da Presid�ncia da C�mara?
O meu partido fez o que eu esperaria que fizesse se esse epis�dio tivesse acontecido com qualquer outro mandat�rio. A gente � um partido e temos que prezar pelo nome do partido. Eu recebo isso com muita tranquilidade e admira��o pelo partido. Com rela��o � C�mara, o presidente Milton Leite (DEM) foi impec�vel. Quando ele soube que eu estava toda quebrada no banheiro, ele deixou o plen�rio e foi at� l� me ver. Ele me orientou a ir at� a corregedoria para prestar depoimento porque � o meu dever de of�cio.
Como a senhora pretende conduzir esse acontecimento e os desdobramentos?
Temos o processo no partido e, na corregedoria, tem outro processo mais burocr�tico e denso. Eu abri um boletim de ocorr�ncia e fiz exame de corpo delito. Agora, eu vou dar seguimento para isso porque discuss�es sim, mas agress�es f�sicas e estrangulamento de vereadores, jamais. Detalhe importante: a minha agressora s� fez o BO dela depois que viu que eu fiz o meu BO. Ela tentou, por meio de uma terceira pessoa que ela mandou ao meu gabinete, falar para que eu deixasse isso para l� e que depois poder�amos tomar um caf�.
Como fica seu trabalho na C�mara?
Eu n�o tenho partido, mas eu tenho mandato. Vai ser dif�cil, mas ter�a-feira voltam os trabalhos na C�mara e eu irei me apresentar. Vai ser muito dif�cil encontr�-la. Eu preferia que ela n�o estivesse l�. Vou lembrar todos os momentos da agress�o com ela me estrangulando, mas terei que ser, mais uma vez, valente.
A senhora acha que a sua correligion�ria deve ser cassada?
Sem d�vida nenhuma. Eu n�o sou acho, mas como eu espero a cassa��o da minha agressora.
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