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Estado de Minas PANDEMIA

A pedido de Bolsonaro, Leite tentou convencer Doria a adiar vacina��o

Governador do Rio Grande do Sul admitiu que solicitou ao l�der de S�o Paulo que interrompesse in�cio da campanha de vacina��o contra a COVID, em 17 de janeiro


18/11/2021 08:25 - atualizado 18/11/2021 08:33

João Doria, ao lado de Eduardo Leite
(foto: Gustavo Mansur)
O governador do Rio Grande do Sul e candidato para as pr�vias tucanas, Eduardo Leite, admitiu ter tentado impedir o in�cio da vacina��o contra a COVID-19 em S�o Paulo, em 17 de janeiro deste ano. Ele confirmou que, a pedido do ent�o ministro da Casa Civil Luiz Eduardo Ramos, ele ligou para o governador do estado paulista, Jo�o Doria, e fez o pedido.

"Houve uma conversa nessa dire��o, n�o foi um pedido de interven��o, mas um pedido de reflex�o. Talvez tivesse sido positivo ao pa�s que se fizesse um esfor�o de coordena��o e engajamento, j� que era uma quest�o nacional. Mas � um epis�dio superado", disse em entrevista � Folha.

Leite, que j� contou publicamente ter votado em Bolsonaro nas elei��es de 2018, foi fortemente criticado nas redes sociais pela declara��o. Isso porque desde que ganhou notoriedade, em julho deste ano, ap�s assumir a homoafetividade, ele fez quest�o de dizer que o atual presidente n�o tem o voto dele, em uma postura de distanciamento do chefe do Executivo.

O Brasil come�ou a vacina��o contra a COVID-19 312 dias ap�s o in�cio da pandemia em um gesto de teimosia de Doria. Isso porque at� ent�o o Minist�rio da Sa�de afirmava que n�o tinha previs�o para iniciar a imuniza��o, chegando at� afirmar que seria no "dia D, na hora H". Enquanto a vacina era postergada, o pa�s registrava mais de mil mortes di�rias.

"Completamente bizarra essa hist�ria. Enquanto o Jo�o Doria comprou a briga da vacina, o Eduardo Leite assumiu ter feito tabelinha com o governo Bolsonaro. O governo que, naquela �poca, tentava boicotar a vacina��o e s� se importava em "vencer" o governador de S�o Paulo", disse Thiago Sussekind, l�der estadual do Acredito-RJ.

"O Eduardo Leite pode ser at� uma flor mal cheirosa mais cheirosinha que as outras, mas tendo feito um pedido que se aceito feriria a sa�de de milhares de pessoas, ele perdeu qualquer apoio que eu lhe poderia dar de momento. Sa�de � a minha prioridade", disse Lucas Pupile. J� o ge�grafo Pedro Ronchi definiu que "tucanos e Bolsonaro s�o todos farinha do mesmo saco".

Teve quem at� criou uma teoria sobre a poss�vel candidatura de Eduardo Leite pelo PSDB. "Palpite: Eduardo Leite quer ganhar as pr�vias pra depois vender o apoio do PSSB ao Bolsonaro em troca da vaga de vice. E da� reeleger Bolsonaro e passar quatro anos impondo a pauta pra 'n�o abrir processo de impeachment'. N�o vai dar certo, mas at� eles sabem que 3a via j� morreu", afirmou o cientista social Leonardo Rossatto.

Epis�dio vira conflito entre Doria e Leite e pode ser decisivo para as pr�vias

A pol�mica ocorre quatro dias antes das pr�vias presidenciais do PSDB, que ocorrem domingo (21/11). Leite disputa a vaga de pr�-candidato pela sigla tucana justo com Doria, que se consolidou como um dos grandes nomes respons�veis por pressionar o governo Bolsonaro a iniciar a vacina��o contra a COVID-19 no pa�s.

A declara��o do governador ga�cho enfraquece e fragiliza a pr�pria campanha e o advers�rio n�o perdeu tempo para garantir que a baixa fosse realmente sentida. Procurado pelo O Globo, Doria disse que, na liga��o, respondeu a Leite que n�o iria adiar o evento e que "estava do lado da vida e dos brasileiros".

"Lamento, Eduardo, que voc� tenha se prestado a atender um pedido dessa natureza do general Ramos. Diga a ele que vamos iniciar a vacina��o, t�o logo a Anvisa autorize a utiliza��o da Coronavac. E que eu estou ao lado da vida e dos brasileiros", teria dito Doria a Leite.

No entanto, a fala foi rebatida pelo governador do Rio Grande do Sul, que classificou a declara��o como uma "frase heroica" que n�o existiu.

"Naquele dia, o general Ramos ligou para Eduardo e pediu que convencesse Doria a aderir ao projeto de coordena��o nacional da vacina. Naquele momento, havia uma inflex�o do governo federal quanto a aceitar a vacina��o ampla. Leite ligou para Doria para debater como os dois conduziriam esta quest�o", diz o texto enviado ao O Globo.

"Privilegiariam a coordena��o nacional num momento em que o governo federal assumira o compromisso de vacinar, ou trabalhariam sem ela? Doria recha�ou a coordena��o nacional e disse que iria conquistar, a qualquer custo, a aplica��o da primeira vacina. Leite questionou se isso seria seguro para a popula��o -valia a pena sacrificar a ideia da coordena��o nacional? Doria respondeu: 'Eu vou aplicar a primeira vacina, custe o que custar'. Leite, ent�o, desistiu de continuar a conversa", finaliza a nota.


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