
O governo mant�m sil�ncio sobre a imin�ncia de uma paralisa��o generalizada dos servidores p�blicos, que pode impactar servi�os e atividades essenciais. A reclama��o � de sindicatos e organiza��es do funcionalismo federal. Segundo l�deres sindicais, o Executivo foi procurado para marcar reuni�es, a fim de chegar a uma solu��o capaz de garantir reajuste salarial das categorias – algumas est�o com sal�rios congelados desde 2017 –, por�m n�o houve retorno. A falta de resposta pode resultar numa greve geral em fevereiro
Para este m�s, est�o marcadas paralisa��es com atos nos dias 18, 25 e 26. No caso do dia 18, o plano � fazer uma paralisa��o em diversos �rg�os. Os servidores de v�rias carreiras v�o se encontrar na frente do Banco Central, �s 10h, para protestar contra o congelamento de sal�rios e pedir reajustes. Mais tarde, �s 14h, a mobiliza��o segue para o Minist�rio da Economia.
Segundo Rudinei Marques, presidente do F�rum Nacional Permanente de Carreiras T�picas de Estado (Fonacate), houve uma reuni�o, ontem, para definir os locais de manifesta��es no dia 18. “As entidades est�o fazendo assembleias, mas, at� agora, n�o tivemos qualquer retorno do governo, nem mesmo �s tentativas de marcar reuni�es”, ressaltou. “Escolhemos o Banco Central como um dos locais porque � um �rg�o simb�lico. Talvez o ato passe, tamb�m, por outros �rg�os que representam a luta dos servidores.” Marques afirmou que o congelamento de sal�rios atinge 1,1 milh�o de servidores e que h� urg�ncia para conseguir reajustes neste ano. Ele disse que o movimento cresce em ades�es.
Outro que se mobiliza para promover atos � o F�rum das Entidades Nacionais dos Servidores P�blicos Federais (Fonasefe), que re�ne representantes do Banco Central e da Receita Federal, entre outros. O F�rum tem uma reuni�o marcada para o dia 14 e, segundo Rudinei Marques, haver� conversas nos pr�ximos dias para tentar unificar os movimentos. "Se o governo continuar nos ignorando, n�o temos op��es a n�o ser fazer greve geral", amea�ou. No caso do Banco Central, o clima de insatisfa��o se intensificou na �ltima semana. V�rios funcion�rios passaram a entregar cargos em comiss�es gerenciais. Estima-se que, at� ontem, cerca de 1,2 mil j� tinham aderido ao movimento. O n�mero representa mais de um ter�o do total do efetivo do �rg�o.
Press�o
F�bio Faiad, presidente do Sindicato Nacional dos Funcion�rios do Banco Central (Sinal), destacou que um dos objetivos da entidade – que faz parte do Fonacate e tamb�m vai parar no dia 18 – � pressionar o presidente do �rg�o, Roberto Campos Neto, a receb�-los para dar satisfa��es sobre o que tem sido feito sobre o reajuste salarial. O BC � um dos �rg�os, por exemplo, em que n�o est� previsto concurso para este ano, algo que � uma demanda antiga da categoria.
“O sindicato j� vem pedindo, h� anos, o concurso, e essa � uma demanda at� da diretoria do banco, mas o ministro Paulo Guedes (da Economia) � terr�vel para poder conceder novos concursos. � uma vis�o equivocada”, reprovou. “O banco tem, por lei, direito a ter mais de seis mil servidores. Hoje, est� com 3,5 mil. Isso � um absurdo. Muita coisa poderia estar sendo feita para a sociedade brasileira, e n�o est� por conta da pol�tica do ministro Paulo Guedes.”
Desde 2018, o Minist�rio da Economia ignora novos pedidos de concurso do Banco Central. No ano passado, Roberto Campos Neto chegou a fazer uma nova solicita��o e cobrar Guedes publicamente. O pedido previa 245 vagas para os cargos de analista, t�cnico e procurador.
Culpa
Para Gil Castello Branco, secret�rio-geral da Associa��o Contas Abertas, uma eventual paralisa��o dos servi�os p�blicos ter� o governo federal como principal culpado. “�s v�speras da aprova��o do Or�amento de 2022, o Executivo insistiu para que fossem alocados R$ 2,9 bilh�es que seriam destinados a reposi��es salariais, exclusivamente, das carreiras relacionadas � �rea de seguran�a (policiais federais, policiais rodovi�rios federais e agentes do Departamento Penitenci�rio), categorias essas que o presidente da Rep�blica considera como parte do seu eleitorado”, enfatizou.
Ele lembrou que o Congresso previu na pe�a or�ament�ria R$ 1,7 bilh�o para esse fim e, “em tratativas com o Minist�rio da Economia, reduziu verbas da pasta, notadamente da Receita Federal, destinada a equipamentos e sistemas informatizados”. “Ou seja, parafraseando um ditado popular, o governo cutucou o 'le�o' com vara curta e gerou revolta em todas as demais categorias, que tamb�m est�o sem reposi��o salarial”, acrescentou.
Castello Branco frisou que cada ponto percentual de aumento salarial dos servidores p�blicos gera impacto de R$ 3 bilh�es a R$ 4 bilh�es. “Um hipot�tico pequeno aumento de 5% ocasionaria aumento da despesa entre R$ 15 bilh�es e R$ 20 bilh�es”, finalizou.