
�s v�speras de assumir a presid�ncia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e comandar as elei��es deste ano no Brasil, o ministro Edson Fachin destacou a import�ncia da participa��o de mais mulheres no cen�rio pol�tico. Ele citou ainda a necessidade de mais mentes e cora��es democr�ticos no pa�s.
"N�s todos sabemos que � urgente vacinar o pa�s contra o v�rus do autoritarismo, da misoginia e da discrimina��o. Vacina sim! Contra o v�rus da autocracia, democracia sempre", defendeu Fachin, hoje (9), durante o 1º Encontro Nacional de Magistradas Integrantes de Cortes Eleitorais, realizado virtualmente.
Fachin se mostrou bastante preocupado com a constata��o de viol�ncia de g�nero durante o pleito de 2020, no Brasil, apontada pela miss�o de observa��o da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA).
Para o ministro, "os n�meros s�o estarrecedores". Segundo a miss�o, tr�s em cada quatro candidatas ao cargo de prefeita em capitais brasileiras, nas elei��es de 2020, sofreram alguma forma de viol�ncia em rela��o ao g�nero e 97,7% relataram viol�ncias psicol�gicas.
"A constata��o de que a viol�ncia politica de g�nero est� cada vez mais presente nos indica um cen�rio preocupante, especialmente para 2022, e que afeta profundamente a democracia brasileira. Jamais haver� democracia onde houver viol�ncia. Por isso, desejamos paz e seguran�a nas elei��es que se aproximam", destacou.
Durante o encontro, Edson Fachin desejou mudan�as na pol�tica a partir da maior participa��o feminina nesse espa�o - lembrando o que disse Michelle Bachelet, alta comiss�ria das Na��es Unidas para os Direitos Humanos e ex-presidente do Chile, sobre o tema.
"Quando uma mulher entra na pol�tica, muda a mulher, mas quando muitas mulheres entram na pol�tica, muda a pol�tica. Nada poderia ser mais verdadeiro, pluralidade de ideias, diversifica��o da agenda pol�tica s�o fundamentais para o alcance da igualdade e para o fortalecimento da democracia", afirmou.
No mesmo evento, o atual presidente da Corte Eleitoral, ministro Lu�s Roberto Barroso, que abriu o encontro, disse que a viol�ncia de g�nero � uma quest�o que precisa ser enfrentada pela sociedade brasileira.
"N�o � s� a viol�ncia f�sica, a viol�ncia psicol�gica � uma viol�ncia que � mais dif�cil, porque � muito entranhada, que � viol�ncia da linguagem e que envolve transforma��es mais profundas nas sociedades machistas e patriarcais."
Ao destacar a evolu��o das mulheres e os principais direitos conquistados por elas ao longo dos anos na sociedade, Lu�s Roberto Barroso lamentou que a m�dia de participa��o feminina na pol�tica brasileira esteja aqu�m da registrada em outros pa�ses da Am�rica Latina.
Financiamento de campanha
Barroso, que teve o incentivo � participa��o de mais mulheres na pol�tica como uma das principais bandeiras de seu mandato � frente da Corte eleitoral, avaliou que no Brasil a presta��o de contas e a utiliza��o de verbas por partidos pol�ticos precisam ser mais discutidas.
"Acho que financiamento p�blico [de campanha] sai mais barato para o pa�s que aquele modelo p�blico que n�s t�nhamos, mas era preciso haver crit�rios legais m�nimos, objetivos de distribui��o desses recursos. Para que os partidos n�o tenham donos, para que n�o sejam uma ou duas pessoas discricionariamente utilizando esse dinheiro e para fomentar a renova��o na participa��o pol�tica, inclusive, com ingresso de mais mulheres", ressaltou.
Posse
Os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, eleitos presidente e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), respectivamente, tomar�o posse no pr�ximo dia 22 de fevereiro, �s 19h. Barroso est� no comando do TSE desde maio de 2020.