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Estado de Minas ANTES ALIADO, AGORA CR�TICO

Ernesto Ara�jo critica Bolsonaro diante conflito da Ucr�nia

Defesa de neutralidade feita pelo presidente nos ataques da R�ssia � Ucr�nia ganham a oposi��o at� do ex-ministro das Rela��es Exteriores do Brasil


02/03/2022 04:00 - atualizado 02/03/2022 08:37

Ex-chanceler, Ernesto Araújo
Ex-chanceler, Ernesto Ara�jo, ataca postura do presidente: 'Prefer�ncia pela R�ssia' (foto: Marcos Correa/PR - 16/5/19)

Criador de um recente canal no YouTube, o Logopol�tica, o ex-ministro das Rela��es Exteriores do Brasil, Ernesto Ara�jo, reitera uma posi��o cr�tica �s atitudes do governo de Jair Bolsonaro (PL) diante do conflito na Ucr�nia.



Em artigo recente, o diplomata afirmou que “por mais de seis d�cadas, o princ�pio ‘n�o � conosco’ da nossa diplomacia serviu para distanciar o Brasil do Ocidente democr�tico, favorecer totalitarismos e agradar � oligarquia nacional”, e alegou que o padr�o se repete com o ataque russo � Ucr�nia. Ara�jo defende que o pa�s adote posi��es pr�-Ocidente e, antes do in�cio do conflito, j� fazia cr�ticas � visita de Bolsonaro ao presidente russo, Vladimir Putin. “O Brasil est� mostrando prefer�ncia pela R�ssia. Neutralidade � voc� visitar ou os dois que est�o em conflito ou nenhum”, declarou em 15 de fevereiro.

“A diplomacia n�o tem ideologia”, ressalta a professora de direito internacional da Universidade de S�o Paulo (USP) Maristela Basso. “A pol�tica externa brasileira nunca foi do 'n�o � conosco'. Pelo contr�rio, sempre primou pelas posi��es firmes e equilibradas de respeito ao direito internacional”, defendeu a especialista. “O ex-ministro n�o representa nem fala em nome do Itamaraty. Nem mesmo quando ocupava o cargo de chanceler. Frequentou uma escola filos�fica e ideol�gica obscura e de fundamentos fr�geis. O que diz hoje � fruto do ressentimento e da falta de respeito � pol�tica externa conduzida pelo Minist�rio das Rela��es Exteriores”, analisou.
 

Para o professor do Instituto de Rela��es Internacionais da Universidade de Bras�lia (UnB) Roberto Goulart Menezes, caso estivesse � frente do Itamaraty, Ara�jo faria declara��es “desconexas”. “Ele demonstrava uma aliena��o acerca do mundo contempor�neo e sua subservi�ncia n�o o faria elaborar algo de fato relevante sobre o conflito e suas consequ�ncias. Para quem votou contra os palestinos pela primeira vez em d�cadas ao arrepio do direito internacional, ele tentaria, creio, imprimir uma conota��o religiosa ao conflito”, projetou o docente.

POSICIONAMENTO

Maristela atenta para que n�o se confunda a posi��o do pa�s com palavras e frases soltas do presidente da Rep�blica. “Estas n�o contam, porque s�o feitas fora de contexto e lugar pr�prios. Faz tempo que o presidente diz e o Itamaraty conserta”, analisou. Para Menezes, a tentativa de “neutralidade” de Bolsonaro � ades�o a Putin. “Bolsonaro foi expl�cito em seu apoio a Putin e deu de ombros para a Ucr�nia. Optou pelo mais forte”,

Para o General Santos Cruz, que ocupou a Secretaria de Governo at� junho de 2019, h� falta de clareza no discurso do presidente e, por isso, h� cr�ticas aos seus posicionamentos. No entanto, Santos Cruz defende que neutralidade n�o significa falta de opini�o.

“A neutralidade n�o impede o pa�s de se posicionar. O que est� acontecendo n�o � neutralidade, � a falta de clareza. Se posicionar contra por quest�o de direito internacional n�o � quebra de neutralidade. Tamb�m n�o precisa tirar a responsabilidade de todos os atores que levaram a essa situa��o dif�cil, inclusive de pol�ticos da pr�pria Ucr�nia. Mas n�o se pode validar a invas�o e o sofrimento”, pontuou. (Colaborou Tain� Andrade)

Guerra domina debates entre parlamentares

Com o fim do feriado de carnaval, deputados e senadores retomam os trabalhos no Congresso Nacional com foco na aprova��o de projetos que tentem reduzir impactos que os ataques da R�ssia � Ucr�nia poder�o causar. O deputado federal e l�der da bancada petista na C�mara, Reginaldo Lopes (PT-MG), resumiu a discuss�o em um grande objetivo: “Paz”.

“A maior preocupa��o � com rela��o � posi��o err�tica do governo Bolsonaro (PL), que j� est� causando preju�zos irrepar�veis � imagem do Brasil e poder� causar mais, do ponto de vista das rela��es comerciais. O Brasil est� destruindo a sua imagem diplom�tica. Quem ama ditadores e est� totalmente isolado no mundo � Bolsonaro”, criticou o parlamentar.

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) define como “infeliz” as declara��es de Bolsonaro relacionadas � Ucr�nia, especialmente quanto ao presidente Volodymyr Zelensky, pelo fato de ser comediante. Por outro lado, acredita que a diplomacia tem sido equilibrada. “O Itamaraty tem colocado a coisa com mais profissionalismo. A gente precisa estar atento aos impactos. Na pr�tica, n�o impactar� s� o pre�o dos combust�veis.”

Reiterando essa vis�o, o deputado federal Luis Miranda (Uni�o Brasil-DF) acredita que a oposi��o a Bolsonaro ir� polarizar a “falta de posicionamento contra a guerra”. No entanto, acredita que haver� quem concorde com o presidente na defesa da imparcialidade pelo fato de o Brasil ser membro do Brics – agrupamento econ�mico composto ainda por R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul.

Presidente do Grupo Parlamentar Brasil/Brics, o parlamentar acredita que esse tema dever� ser pautado em breve. “Haver� impactos no agroneg�cio, inclusive com o cancelamento dos envios de fertilizantes. � o que mais assusta. A R�ssia tamb�m � um grande produtor de milho e trigo, certamente esses produtos ter�o alta hist�rica”, avaliou, cobrando a��es “para proteger o agro”.

FERTILIZANTES 


� a principal bandeira tamb�m defendida pelo senador Lasier Martins (Podemos-RS). O Brasil importa aproximadamente 85% dos fertilizantes que aplica. Em janeiro, a R�ssia respondeu por 30,1% desse total. 

“� a hora que o Minist�rio da Agricultura deve se pronunciar, assim como o das Rela��es Exteriores. Caber� aos ministros avaliarem de quem comprar”, defendeu Martins.



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