
Adriano era suspeito de comandar uma mil�cia no Rio. Sobre ele, tamb�m pesavam ind�cios de participa��o em um suposto esquema de rachadinha no gabinete do ent�o deputado estadual Fl�vio Bolsonaro (PL). A "Folha" obteve grava��o em que Daniela conversa com uma tia dois dias ap�s a morte de Adriano.
No �udio, ela afirma � parente que o irm�o soube de uma reuni�o sobre ele no Pal�cio do Planalto.
"Ele [Adriano] j� sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele j� era um arquivo morto para todo mundo. J� tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, j�. Fizeram uma reuni�o com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele j� sabia disso, j�. Foi um compl� mesmo", disse a mulher.
Tatiana, outra irm� do capit�o, chegou a afirmar em �udio que a ordem para matar Adriano veio de Wilson Witzel, ent�o governador fluminense. "Foi esse safado do Witzel, que disse que se pegasse era para matar. Foi ele", falou.
As conversas entre parentes de Adriano da N�brega comp�em os elementos da Opera��o G�rgula. A investiga��o � respons�vel por entender o esquema que garantiu a fuga do capit�o do Rio de Janeiro. Na mira das autoridades, ele ficou foragido por cerca de um ano.
A despeito das acusa��es sobre a participa��o de Adriano em uma mil�cia, Tatiana, a outra irm�, chegou a garantir que o oficial n�o mantinha atividades paramilitares. A associa��o era feita, segundo ela, para associar Bolsonaro a milicianos.
"Ele n�o era miliciano, n�o. Era bicheiro. [...] Querem pintar o cara numa coisa que ele n�o era por causa de coisa pol�tica. Porque querem ligar ele ao Bolsonaro. Querem ligar ele a todo custo ao Bolsonaro", pontuou. "A� querem botar ele como uma pessoa muito ruim para poderem ligar ao Bolsonaro. A� j� disseram que foi o Bolsonaro quem assassinou. Quando a gente queria cremar diziam que e a fam�lia queria cremar r�pido porque n�o era o Adriano. Uma confus�o", completou ela.
Em outro �udio, o sargento Luiz Carlos Felipe Martins, da PM do Rio, apontado como parceiro de Adriano, diz a um homem que o ex-capit�o reclamava muito de persegui��o por causa da rela��o com Bolsonaro.
"Ele falava para mim: 'Orelha, nunca vi isso. Estamos se fudendo por ser amigo do presidente da Rep�blica. Porra, todo mundo queria uma porra dessa. Sou amigo do presidente da Rep�blica e t� me fudendo'. Morreu por causa disso", desabafa.
As rela��es entre Bolsonaro e Adriano da N�brega est�o explicitadas em cargos obtidos pela ex-esposa do oficial e pela m�e no gabinete de Fl�vio Bolsonaro na Assembleia Legislativa fluminense.
Segundo a "Folha", o Pal�cio do Planalto e a defesa de Daniela da N�brega optaram por n�o comentar os �udios.