
Para este ano, at� mesmo pol�ticos da base de Bolsonaro esperam decis�o baseada no voto �til. Na avalia��o do senador Marcos Rog�rio (PL-RO), o fraco desempenho da terceira via revela essa tend�ncia. “Mais para frente, vai acabar acontecendo, quando as pessoas observarem que nenhum daqueles nomes, que se dizem terceira via, se viabilizam. Nesta elei��o a polariza��o est� muito diferente. Bolsonaro polarizando muito de um lado e Lula de outro. A margem para essa coluna do meio ficou muito pequena. A tend�ncia � Bolsonaro crescer, como est� crescendo, e vai vencer”, avalia. O senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) faz a mesma leitura: “� dif�cil a pesquisa mostrar, mas h� muita resist�ncia antipetista. Os 10% da terceira via, v�o, sim, ser decisivos”.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) acredita que as pessoas votar�o por convic��o e n�o porque n�o querem o outro lado. “O eleitor vai saber comparar duas gest�es: uma exitosa, uma gest�o que teve olhar al�m da sa�de fiscal, teve uma sa�de social. Que soube aliar responsabilidade fiscal com social, e outra que n�o teve. O atual governo n�o sabe viver numa democracia e violou principalmente o direito � vida humana. Porque quando tira verba da �rea da sa�de ele est� matando a popula��o. Ent�o, eu n�o vejo isso (do voto �til)”, afirmou.
O senador Cid Gomes (PDT-CE) acredita que, no primeiro turno, o voto ser� de identifica��o. “A meu ju�zo, a �nica possibilidade de o voto �til ser utilizado no primeiro turno seria se um dos dois candidatos tivesse real chance de vencer no primeiro. Nenhum dos dois (Lula ou Bolsonaro) est� totalmente consolidado. Bolsonaro confia na for�a da fisiologia do Centr�o e Lula � o candidato mais popular. Mas os la�os com as pessoas ainda � fr�gil”, afirma o parlamentar.
Na avalia��o do consultor pol�tico Orlando Thom�, o movimento pol�tico n�o se mede s� com pesquisa de inten��o, mas com uma onda nova. “� a reuni�o das for�as em torno de um objetivo: ‘Nenhum de n�s � candidato, mas todos n�s queremos evitar o desastre da reelei��o do Bolsonaro’”. De acordo com o especialista, esse movimento envolve, inclusive, o ex-presidente. “Lula precisa chamar todo mundo, pois ele � a principal lideran�a de oposi��o, mas continua insistindo em fazer a campanha em torno dele e n�o em ideias. Quer que a cr�tica se achegue por ades�o, mas precisaria construir uma solu��o. A� sim poderia ser o candidato a ganhar no primeiro turno”, destaca.
“O voto �til de 2018 foi polarizado e radicalizado. Agora, no caso de Jair Bolsonaro, de uns tempos para c�, h� movimento dele rumo ao Centr�o, como sua entrada no PL, do Valdemar Costa Neto”, diz o cientista pol�tico Paulo Kramer. “A elei��o deste ano est� parecendo que tamb�m vai ser radicalizada, mas tem muitos elementos diferentes, como a economia, o p�s-pandemia”, continua. Para Paulo Kramer, a terceira via conta com o voto �til para se viabilizar. Por�m, a falta de uma candidatura forte dificulta a conquista do eleitorado. “O que voc� v� nas pesquisas � que o Bolsonaro est� tirando votos da terceira via, e n�o o contr�rio, como eles esperavam, avalia.
Alternativa
“[O voto �til] Costuma ser um fator forte, ele pode decidir uma elei��o com certeza. Bolsonaro herdou muito o voto �til em 2018, com eleitores que votariam no Alckmin. Mas est� dif�cil falar sobre isso agora”, analisa o cientista pol�tico Andr� Rosa. Para ele, o voto �til passa a ser um fator mais concreto nas elei��es a partir do momento que um candidato alternativo tem chances reais de vit�ria. Bolsonaro capitalizou em cima desse c�lculo pol�tico ao se apresentar como uma alternativa vi�vel ao PT, PSDB, e outros grandes partidos. “O voto antipetista foi para o Bolsonaro para tentar fazer ele ser eleito no primeiro turno. Mas no momento atual o eleitor vai votar em quem? Na sequ�ncia de Lula e Bolsonaro vem o ex-juiz federal Sergio Moro, com 7% dos votos, e nem sabemos se ele vai concorrer mesmo. O eleitor n�o vai desperdi�ar o voto dele assim”, afirma Andr�.
Sergio Moro se filiou ao Uni�o Brasil e ainda n�o decidiu a qual cargo pretende concorrer em outubro.