O jantar oferecido pelo ex-presidente do Senado Eun�cio Oliveira (MDB-CE) ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), na noite de segunda-feira, em Bras�lia, foi um encontro de aliados de v�rias legendas, sem margem para constrangimentos. Ali, praticamente todos j� haviam assumido o compromisso p�blico de apoiar o petista na corrida presidencial ainda no primeiro turno, incluindo os convidados do MDB - partido que tem pr�-candidata lan�ada, a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Mas o grupo de parlamentares via a necessidade de ajustar discursos e propor estrat�gias ao staff da campanha de Lula.
O ex-presidente ouviu a todos com paci�ncia, mas tamb�m falou muito. Ao longo de mais de tr�s horas, ele praticamente n�o parou: passou de mesa em mesa e, em cada uma delas, conversou sobre temas da campanha.
Ap�s declara��es de Lula que provocaram embara�os em aliados - como a defesa do aborto e a sugest�o para que militantes fa�am protestos na porta da casa de parlamentares -, os senadores sugeriram que o petista evite pol�micas na seara dos costumes e se concentre na pauta que, acreditam, ditar� os rumos da campanha.
Na opini�o deles, s�o tr�s os temas priorit�rios: a defini��o de estrat�gias de compara��o entre os governos Bolsonaro e Lula; o fortalecimento das institui��es e dos pilares democr�ticos; e o enfrentamento da crise econ�mica, com �nfase na quest�o dos combust�veis e na carestia, que est� levando o pa�s de volta ao Mapa da Fome. "N�s temos de mostrar (ao eleitor) que podemos trazer de volta ao pa�s o que j� tivemos no governo Lula, como a garantia de tr�s pratos de comida por dia. A fome, agora, voltou. E teve investimentos do PAC (Programa de Acelera��o do Crescimento) em saneamento, moradia, urbaniza��o. Temos de mostrar que, com o retorno de Lula, o brasileiro poder� voltar a desfrutar do que tinha no tempo dele", sugeriu o senador Veneziano Vital do R�go (MDB-PB), ao Correio Braziliense.
Como estava entre aliados - e para evitar ru�dos na comunica��o -, Lula praticamente n�o fez coment�rios sobre a pr�-candidatura de Tebet. Nem houve sugest�es para que a senadora desista da campanha em favor do ex-presidente j� no primeiro turno. O importante, para os emedebistas, foi assegurar a autonomia dos diret�rios regionais para assumir compromissos com base na realidade de cada estado. "Desde o in�cio, o presidente (do MDB), Baleia (Rossi), foi muito enf�tico no sentido de defender a autonomia da legenda nos estados, na tomada de decis�es pol�ticas", disse Vital do R�go, pr�-candidato ao governo da Para�ba, com apoio do PT.