
"O dinheiro est� sob o controle de Bruno [Ara�jo] e, se ele quiser, pode deixar a campanha de [Jo�o] Doria � m�ngua. Ele vai fazer o qu�? Pagar a pr�pria campanha?", comentou uma das fontes. Nesta elei��o, o partido contar� com um caixa de R$ 400 milh�es, somando fundo eleitoral e partid�rio.
A mudan�a veio na esteira do recente encontro de Bruno Ara�jo com o grupo Esfera, que re�ne empres�rios em S�o Paulo, ao qual ele teria "relativizado" a candidatura de Doria. "Ufa! Comando que nunca fiz quest�o de exercer. Ali�s, ele sabe as circunst�ncias em que e o porque "aceitei" � �poca. Ali�s, objetivo cumprido!", escreveu o presidente do partido em suas redes sociais.
Segundo interlocutores, o tucano realmente n�o queria ser coordenador desde o in�cio. "Acabou aceitando o pedido do ent�o vice-governador Rodrigo Garcia, que tinha receio de Doria n�o deixar o Pal�cio dos Bandeirantes", afirmou a fonte.
J� interlocutores ligados a Doria disseram que o tesoureiro do partido, C�sar Gontijo, - que tamb�m � um dos fundadores do PSDB - � um apoiador de Doria, al�m do secret�rio-geral, Beto Pereira, e que tal afirmativa sobre Bruno deixar a campanha "� m�ngua" seria uma "uma tentativa de boicote".
� reportagem, o tesoureiro do partido, C�sar Gontijo, disse: "O estatuto do partido define a destina��o. O tesoureiro, em conjunto com o presidente, avalia e encaminha os recursos junto com o presidente. Nenhum de n�s faria isso sem ouvir a Executiva Nacional". Para Gontijo, a quest�o entre Doria e Ara�jo � particular. "N�o tenho d�vida de que o que vai prevalecer � a rela��o institucional entre o Bruno, presidente do PSDB, e o Jo�o, candidato do PSDB."
Ao ser perguntado sobre um poss�vel boicote financeiro do presidente da sigla � candidatura de Doria, Gontijo disse: "Se ele tentar algo, a solu��o n�o � puni-lo [Bruno Ara�jo], mas desfazer o que ele tentar".
De acordo com Rubens Be�ak, professor de direito eleitoral da faculdade de Direito da Universidade de S�o Paulo (USP), "apesar de termos uma s�rie de normativas para a destina��o de recursos eleitorais [fundo eleitoral e partid�rio], temos coisas que ficam soltas quando chegam aos partidos". Hoje, segundo ele, "quem decide sobre as verbas s�o as executivas nacionais, as regionais decidem no seu �mbito". Em �ltima inst�ncia, quem manda � o presidente de cada partido. "Claro, h� os 30% para as mulheres e isso � uma ressalva", completou.
"O presidente [do PSDB] tamb�m n�o vai boicotar seu candidato, isso geraria um inc�ndio, um esc�ndalo. Isso � bom senso, ainda mais em um partido como o PSDB, com quadros como ex-presidentes no partido [Fernando Henrique Cardoso]", destacou.
Legisla��o eleitoral
J� de acordo com o Carlos Henrique Jund, titular do escrit�rio Jund Advogados Associados, existe uma legisla��o eleitoral que estabelece como ser�o usados esses fundos. Ele diz que quem estabelece o uso desse dinheiro � a executiva do partido. "Em alguns casos, dependendo do estatuto, � o diret�rio. Se algu�m dentro do partido tem influ�ncia sobre as executivas, t�m esse controle e leva a melhor", disse. "Estamos falando de dinheiro p�blico e essas contas s�o prestadas. O que sobra � devolvido aos cofres p�blicos", completou.
"A resolu��o de 23607/2019 foi alterada pela 23665/2021 que organiza todo o crit�rio da presta��o de contas. A executiva pode direcionar as verbas, mas sempre dentro do contexto da nova resolu��o, e no direcionamento partid�rio da estrutura partid�ria", explicou Jund.
O Correio tentou falar com Marco Vinholi e n�o obteve resposta.