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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Voto �til vira arma na disputa polarizada pela Presid�ncia da Rep�blica

Campanhas presidenciais dos pr�-candidatos Bolsonaro e Lula v�o refor�ar carga sobre partidos, eleitores da terceira via e indecisos


28/05/2022 04:00 - atualizado 28/05/2022 07:20

Urna eletônica
(foto: Abdias Pinheiro/SECOM/TSE - 13/12/21)
As �ltimas pesquisas de inten��o de votos divulgadas nesta semana – em especial a do Instituto Datafolha – refor�aram a percep��o de que a disputa � Presid�ncia da Rep�blica pode ser decidida em primeiro turno pelo candidato do PT, Luiz In�cio Lula da Silva (SP).

O chamado voto �til – aquele que � dado n�o ao candidato da prefer�ncia do eleitor, mas a quem possa evitar a vit�ria do advers�rio indesejado – � tratado como estrat�gico para os dois nomes que polarizam a atual disputa. De acordo com a pesquisa Datafolha, Lula venceria no primeiro turno com 54% dos votos v�lidos, contra 30% do presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), que tenta a reelei��o.

Para o segundo colocado, os n�meros s�o preocupantes, mas n�o a ponto de provocar mudan�as significativas no projeto de reelei��o. Os governistas ainda se fiam na tese de que o eleitorado de Bolsonaro � suficiente para lev�-lo ao segundo turno, e ser� engrossado pelo voto �til antipetista. O desafio, agora, � trazer de volta aquele eleitor que votou no presidente em 2018, mas se afastou dele depois de tr�s anos e meio de crise econ�mica, de ataques � democracia e �s institui��es e do palavreado agressivo que caracterizam o estilo de comunica��o do atual mandat�rio. “Ruim comigo, pior com Lula”, disse um apoiador do presidente ao referir-se � forma de abordagem desse eleitor arrependido.

Nas hostes petistas, a vit�ria no primeiro turno nunca esteve fora do radar. Ao contr�rio. A estrat�gia de comunica��o foi mudada ao longo das �ltimas semanas, justamente, para consolidar a percep��o de que s� Lula pode derrotar Bolsonaro. Avan�ar sobre outras for�as de oposi��o ao presidente � natural e vem sendo trabalhada internamente. Um dos alvos priorit�rios � o eleitor tucano que n�o se identifica com o discurso de direita. O partido est� trabalhando intensamente para atrair os descontentes do PSDB, em especial, da chamada ala hist�rica do partido. A ades�o do ex-chanceler Aloysio Nunes (PSDB-SP) � o primeiro trof�u conquistado com a ret�rica do voto �til. “N�o h� hesita��o poss�vel”, declarou o chanceler quando anunciou seu apoio ao candidato do PT j� no primeiro turno. A sa�da do ex-governador Jo�o Doria (PSDB-SP) da disputa facilita essa abordagem.

Al�m das pesquisas, as poucas op��es dispon�veis para uma terceira via competitiva refor�a a tese em favor do voto �til. Para o doutor em ci�ncia pol�tica Leonardo Barreto, da consultoria de risco pol�tico Vector Research, “h� demanda” para um candidato alternativo de centro, com o chamado eleitor nem-nem (nem Lula nem Bolsonaro). O problema, segundo ele, � que n�o h� “oferta”.

“A polariza��o n�o � in�dita no pa�s, desde 1992 � assim. S� em 2014, com Marina Silva e Eduardo Campos, o cen�rio foi mais amplo. O que chama a aten��o, agora, � a intensidade da polariza��o”, apontou. Para ele, um dos fatores que explica essa “intensidade” � o voto determinado pela rejei��o. “Em vez de votar em Ciro Gomes (PDT) ou em Simone Tebet (MDB), o eleitor antecipa o segundo turno. � a ideia de n�o desperdi�ar o voto. Com o cen�rio j� dado de polariza��o, muitos eleitores n�o v�o querer 'queimar voto' no primeiro turno em candidatos que j� sabem que v�o perder.”

Terceira via Essa percep��o � compartilhada por quem acompanha, de dentro, os passos da pr�-campanha de Bolsonaro � reelei��o. Uma das frases ouvidas nos corredores do Pal�cio do Planalto � que “a campanha j� come�a no segundo turno” - uma refer�ncia de que n�o haver� outro nome competitivo na disputa em primeiro turno. “O que a gente n�o sabe � se haver� terceiro turno”, disse um dos estrategistas da pr�-campanha bolsonarista. Segundo essa fonte, a campanha para valer ainda n�o come�ou e a elei��o n�o ser� decidida em 3 de outubro. Mas, disse ela, est� claro o movimento para inviabilizar a terceira via e “acabar com a elei��o do Ciro (Gomes)”.

A percep��o de que o cen�rio eleitoral j� est� definido e que a polariza��o � irrevers�vel est� pautando, tamb�m, os movimentos do PSDB. “Depois de fritar (Jo�o) Doria, o PSDB est�, agora, fritando o acordo da terceira via que, hoje, se limita a Ciro Gomes”, avaliou Leonardo Barreto. N�o h�, por�m, nenhuma inten��o do PDT de abandonar o seu pr�-candidato, em que pese a boa rela��o entre o presidente da legenda, Carlos Lupi, e o ex-presidente Lula. Ao contr�rio, qualquer refer�ncia ao apoio do PDT a Lula costuma irritar o pr�-candidato pedetista.

A coordena��o da campanha do PT n�o quer confus�o com Ciro e evita falar em voto �til. Neste momento da pr�-campanha, com a cristaliza��o do cen�rio polarizado, a prioridade do partido � avan�ar nas negocia��es com legendas que n�o t�m candidato � Presid�ncia, como PSD, Podemos e PSDB.

“Ningu�m quer brigar com Ciro, at� porque o eleitor dele votaria no Lula se Ciro n�o fosse candidato”, disse ao Estado de Minas o coordenador de comunica��o do PT, Jilmar Tatto. Para ele, � o eleitor quem est� ditando os rumos da elei��o. “Aquela euforia pela terceira via n�o est� mais existindo. A �ltima v�tima foi Jo�o Doria. N�o foi o PSDB que o tirou da disputa, foi o eleitor”, disse Tatto. “O comportamento do PT � de n�o instigar candidaturas que enfrentam dificuldade. N�o vamos fazer nenhum movimento para tirar a candidatura de Ciro. Deixe o Ciro ser candidato”, concluiu.

Para pol�ticos do PDT, Ciro deve levar a candidatura adiante e se contrapor ao discurso do voto �til. “Lula tem uma rela��o pessoal com o Carlos Lupi. Eu acho natural que ele busque uma aproxima��o, como tamb�m acho natural o Ciro n�o gostar disso. O PDT � um partido do campo progressista tamb�m, o PT querer essa aproxima��o � natural. Cada um no seu quadrado. N�o acho que exista essa possibilidade (de apoio a Lula), pelo menos no primeiro turno”, declarou ao EM o deputado Wolney Queiroz (PDT-PE). “Ciro � o nosso candidato. Ele critica, sim, algumas posi��es defendidas pelo ex-presidente Lula, e ele tem um estilo pr�prio, uma linguagem pr�pria. N�s temos uma posi��o muito fechada com o Ciro”, refor�ou o deputado Chico D’Angelo (PDT-RJ).

Urna eletônica
(foto: Abdias Pinheiro/SECOM/TSE - 13/12/21)


CONFIAN�A NAS URNAS 


Em dois meses, a confian�a dos brasileiros nas urnas eletr�nicas (foto)  diminuiu. O novo levantamento do Instituto Datafolha, publicado ontem, revelou uma queda de nove pontos percentuais na taxa de confian�a dos entrevistados em rela��o � �ltima pesquisa, realizada em 25 de mar�o. Apesar da queda, a confian�a ainda � predominante entre os brasileiros: 73% afirmaram acreditar no sistema eleitoral, ante 24% que se denominam desacreditados das urnas e 2% que n�o souberam opinar. Em mar�o, o n�vel de confian�a era de 82%. Em contrapartida, a taxa dos que n�o confiavam nas urnas eletr�nicas era menor: 17% dos entrevistados disseram que desacreditam da seguran�a da forma de se elegerem figuras pol�ticas. Feito entre quarta (25/5) e quinta-feira (26/5), o levantamento entrevistou 2.556 pessoas, acima de 16 anos, em 181 munic�pios. A margem de erro � de dois pontos percentuais, para mais ou menos.


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