
Como a ordem no PT � tentar encerrar a elei��o presidencial no primeiro turno, a estrat�gia adotada pela sigla para derrotar Jair Bolsonaro (PL) tem surpreendido aliados e outras legendas que entraram na mira para aumentar o arco de alian�as em torno do pr�-candidato Luiz In�cio Lula da Silva.
A nova postura foi bem recebida por potenciais novos aliados, que n�o esperavam ver o PT "t�o manso" e disposto a negociar maior espa�o com outras legendas at� ent�o vistas com desconfian�a. Para organizar os esfor�os, a c�pula da campanha petista designou um interlocutor para coordenar os esfor�os em cada regi�o.
Na al�a de mira est�o PSD e MDB — que tem uma candidatura presidencial pr�pria, a da senadora Simone Tebet (MS). Para Wellington Dias, ex-governador do Piau� e coordenador da campanha de Lula, a disposi��o em formar alian�as pode atrair um "apoio espont�neo de lideran�as do PDT, PSD, PSDB, Uni�o Brasil e Republicanos, mesmo que tenham candidatura nacional". Conforme observou, a ideia � enfatizar os ganhos locais com a ades�o ao pr�-candidato petista.
Boa vontade
O primeiro passo foi dado em Minas Gerais, onde o PT abriu m�o da candidatura do deputado federal Reginaldo Lopes (MG) ao Senado para abrir espa�o para Alexandre Kalil (PSD) e obter o palanque do ex-prefeito de Belo Horizonte. Isso levou o pr�-candidato a crescer alguns pontos e a fazer o atual governador, Romeu Zema (Novo), se afastar de Bolsonaro para n�o ver a reelei��o ainda mais amea�ada.
"Zema fez pesquisa interna e descobriu que 60% dos eleitores dele s�o Lula. Ent�o, n�o vai abrir para Bolsonaro. Corre o risco de o presidente ficar sem palanque em Minas", explicou um interlocutor do PT em Minas.
Um dos movimentos atuais � formar alian�a com o PSD do Mato Grosso do Sul, segundo parlamentares petistas. A tend�ncia no estado � que a de apoiar a candidatura do atual prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, ao governo. Para tanto, o PT retirar� a pr�-candidatura da advogada Giselle Marques.
As negocia��es s�o intensas tamb�m no Rio de Janeiro, estado estrat�gico para Lula, j� que as pesquisas mostram que ele est� praticamente empatado com Bolsonaro. O prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), foi chamado para conversar sobre a abertura de um segundo palanque de apoio ao ex-presidente, agregando um perfil mais do centro.
Ao Correio, Felipe Santa Cruz (PSD), pr�-candidato ao Pal�cio Guanabara, confirmou que os dois partidos negociam apoio a Lula. "Eu estaria muito � vontade nesse palanque. Acho que � importante ter uma vit�ria expressiva contra o bolsonarismo, mas ainda est� sendo negociado pelas inst�ncias do partido. Acho importante para o PT que n�o fique restrito ao campo da esquerda no Rio. Aqui, que � o principal estado dominado pelo bolsonarismo", observou.
O PT se esfor�a para vencer Bolsonaro no primeiro turno por entender que as chances de uma virada no segundo s�o consider�veis. Al�m disso, as pesquisas atuais deram f�lego � ideia: a �ltima sondagem do Datafolha, divulgada na �ltima quinta-feira, mostra que Lula tem 53% dos votos v�lidos.
"Est� ficando claro que ganhar no primeiro turno � poss�vel", disse o deputado federal Rog�rio Correia (PT-MG). "A conjuntura exige uma alian�a mais ampla pela reconstru��o do pa�s. Essa � a �nica coisa inegoci�vel", completou.