
Amea�ada mais uma vez com ataques racistas, agora permeados por s�mbolos nazistas, a deputada estadual mineira Andr�ia de Jesus (PT) ter� a sua escolta refor�ada. Nesta sexta-feira (8/7), a Assembleia Legislativa anunciou que, a partir de segunda-feira (11), o n�mero de agentes respons�veis pela seguran�a da parlamentar ser� aumentado. Atualmente, Andr�ia � protegida por um guarda cedido pela Pol�cia Militar de Minas Gerais (PMMG).
Os novos ataques � petista foram publicizados hoje. Depois de saber do caso, o presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PSD), pediu � PM o aumento do efetivo respons�vel por proteger a deputada. Ontem, Andr�ia recebeu um envelope an�nimo contendo foto de um macaco, recortada de um jornal, e frases racistas escritas � caneta, como "macaca de Neves", em refer�ncia a Ribeir�o das Neves, munic�pio da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte e cidade natal dela.
A su�stica, s�mbolo nazista, tamb�m foi desenhada sobre o retrato do animal, bem como uma caveira. A correspond�ncia cont�m, ainda, outros ataques como as frases "defensora de bandido" e "amiga de vagabundo", al�m dos xingamentos "lixo" e "bosta".
Andr�ia convocou entrevista coletiva para tratar do caso e refor�ou o pedido por mais seguran�a. Segundo ela, o policial cedido pela corpora��o militar n�o a acompanha em todas as agendas ligadas ao trabalho legislativo.
"H� intoler�ncia racial por tr�s desses ataques. Mas, da mesma forma que Marielle foi morta, corremos risco de, neste ano eleitoral, ter mais v�timas dessa intoler�ncia. Precisamos agir. Estamos cobrando das pol�cias Militar e Legislativa - e do estado de Minas Gerais - que d�em condi��es de mulheres negras exercerem mandatos", disse, em men��o a Marielle Franco (Psol), ex-vereadora do Rio de Janeiro executada em 2018.
Telefonemas amea�adores
A deputada do PT contou que seu gabinete recebe liga��es em tom amea�ador. Um dos telefonemas, segundo ela, ocorreu hoje.
"A tentativa � de inibir nosso trabalho. A gente sabe disso. Por ser mulher e negra, conversando com os investigadores da Casa, percebemos que h� um padr�o de ataque a mulheres".
Andr�ia de Jesus comunicou as novas amea�as � Pol�cia Legislativa, que vai ser respons�vel por iniciar a apura��o do caso. "As investiga��es devem seguir em sigilo at� por eu ser uma figura p�blica, mas tamb�m para garantir que haja seguran�a � investiga��o. A carta tem cunho de inj�ria racial qualificada, que se equipara ao crime de racismo", explicou ela, que, al�m de parlamentar, � advogada.
Em comunicado, a Assembleia manifestou "profundo rep�dio" �s amea�as e ofensas racistas sofridas pela pol�tica.
"A escolta policial visa garantir a seguran�a da parlamentar em suas atividades di�rias. O Poder Legislativo mineiro reafirma seu compromisso em assegurar o pleno exerc�cio das fun��es de todos os membros da ALMG, bem como reconhece a import�ncia do trabalho da deputada e de todos os demais parlamentares".
Hist�rico de amea�as
Andr�ia de Jesus � a presidente da Comiss�o de Direitos Humanos. Desde novembro passado, ela anda acompanhada de escolta policial. A vigil�ncia foi iniciada ap�s amea�as sofridas de morte pela deputada.
No fim de 2021, Andr�ia passou a ser atacada ap�s defender a apura��o das circunst�ncias de uma a��o policial que gerou a morte de 26 pessoas em Varginha, no Sul mineiro.
� �poca, a petista recebeu xingamentos e foi comparada, justamente, a Marielle. Em mar�o deste ano, Andr�ia recebeu nova amea�a, mas por e-mail. O texto, caracter�stico de grupos supremacistas brancos e masculinistas, foi enviado �s autoridades policiais para investiga��o.
A deputada est� no primeiro mandato como parlamentar estadual. Ela foi eleita com 17.689 votos, pelo Psol. No fim de mar�o, Andr�ia se mudou para o PT, pelo qual tentar� a reelei��o.