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Estado de Minas ELEI��ES

Os pr�ximos passos de Lula na campanha presidencial

Cientistas pol�ticos avaliam que os pr�ximos dias ser�o decisivos na defini��o do discurso de campanha do ex-presidente Lula e na montagem do plano de governo


25/07/2022 04:00 - atualizado 24/07/2022 21:06

foto de Lula durante evento de campanha em Brasília em 12/7/22
Recentemente, Lula disse para n�o esperarem dele "uma postura raivosa" (foto: Evaristo S�/AFP - 12/7/22)

Ap�s a conven��o nacional de quinta-feira (21/7), o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva � oficialmente candidato � Presid�ncia da Rep�blica. Geraldo Alckmin tamb�m foi referendado por PT, PV e PCdoB, mas ainda precisa ser oficializado candidato a vice-presidente pelo seu partido, o PSB, em conven��o na pr�xima sexta. Com a finaliza��o do plano de governo nas pr�ximas semanas, ficar� mais claro qual ser� realmente o discurso que o petista adotar� at� outubro. Especialistas, por�m, n�o esperam um Lula diferente de 2002.

 

Lula deixou de lado sua pr�pria conven��o para manter a agenda de dois dias em Pernambuco, seu estado natal. O gesto � representativo da estrat�gia do ex-presidente, que acredita ser o momento de estar junto ao povo – e articulando os palanques problem�ticos que ainda restam – em vez de cumprir ritos protocolares junto aos partidos que j� o apoiam.

 

Apesar da pr�-campanha antecipada que vemos desde o in�cio do ano, as pr�ximas semanas devem trazer uma consolida��o maior do que esperar em rela��o a Lula. Na �ltima quinta, mesmo dia da conven��o, foi prazo final para inserir sugest�es na plataforma colaborativa do plano de governo do ex-presidente. Agora os sete partidos coligados (PT, PV, PCdoB, PSB, Psol, Rede e Solidariedade) t�m at� o dia 15 de agosto para finalizar o plano de governo e entreg�-lo ao Tribunal Superior Eleitoral junto com o registro da candidatura.


Propostas de governo em produ��o 

“A coleta das sugest�es populares � a primeira etapa do processo. Com o fim do prazo de contribui��es, todas as propostas ser�o sistematizadas e entregues � Comiss�o de Reda��o do Programa de Governo do Movimento Vamos Juntos Pelo Brasil. Por fim, elas ser�o organizadas e entregues �s equipes de transi��o e dos futuros minist�rios”, diz nota divulgada pela campanha presidencial.

 

Ap�s a consolida��o do programa, ser� poss�vel entender realmente o discurso de Lula daqui at� as elei��es de outubro. At� agora h� uma diverg�ncia entre o que ele defende em suas falas p�blicas e o que � conversado pela equipe do plano de governo. Em p�blico, Lula defende fervorosamente medidas impopulares, como a revoga��o da reforma trabalhista.


Nos bastidores, por�m, a articula��o � moderada. O grupo respons�vel por criar o plano de governo � formado por dois representantes de cada um dos sete partidos da coliga��o, e � liderado pelo petista Aloizio Mercadante. Por�m, os partidos mais ao centro, especialmente o PSB e o Solidariedade, pressionam para que a reforma n�o seja revogada. A mesma coisa ocorre com o teto de gastos, frequentemente atacado nos discursos petistas.


Meio-termo sobre reformas trabalhistas 

Internamente, Lula j� admitiu moderar seu plano de governo. O meio-termo � alterar a reforma sem destru�-la por completo, regulamentando, por exemplo, trabalhadores por aplicativo. Por tr�s dos discursos que atacam os ricos, banqueiros e empres�rios, Lula articula com os representantes mais moderados do setor, delegando o ex-tucano Geraldo Alckmin para o papel. O alvo mais recente do ex-tucano foi o setor ruralista, na figura do ex-presidente da Associa��o Brasileira do Agroneg�cio (Abag), Marcello Brito, que representar� o setor na consolida��o do plano de governo.

 

Na avalia��o do cientista pol�tico pela Universidade de Bras�lia (UnB) Andr� Rosa, mestre em psicologia pol�tica, a finaliza��o do plano de governo trar� uma clareza melhor do que ele promete na realidade, em vez de apenas nos seus discursos. Para Andr�, radicalizar o discurso com medidas controversas, caso da reforma trabalhista, pode ser negativo.


"Revogar a reforma trabalhista � meio complicado" 

“De fato, no campo econ�mico, tiveram muitos avan�os com o governo (Michel) Temer e (Jair) Bolsonaro. Hoje � muito mais f�cil abrir empresa, conseguir cr�dito, e isso facilitou para o pequeno empres�rio, que � a maior parte do PIB”, opina Andr� Rosa. “Falar que vai revogar a reforma trabalhista � meio complicado. Se revoga a reforma, volta a burocracia. N�o se tem na opini�o p�blica algo que traga esse debate para a agenda. Ele est� falando muito mais para a �rea ideol�gica do que para a pr�pria massa de eleitores”, completa.

 

“Se engana quem acha que o Lula vai ser diferente. Ainda mais do que em 2002, quando se aliou ao Jos� Alencar, do PL, ironicamente o partido de Bolsonaro agora, sinalizando um pacto entre as elites. Ele faz o mesmo pacto agora, mas com uma roupagem diferente, com o Alckmin, mais moderado”, avalia a professora de Ci�ncia Pol�tica da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Luciana Santana.

 

“Para vencer as elei��es, ele precisa convencer um  eleitorado mais amplo, por isso adota estrat�gias �s vezes controversas. Para ele decidir qual posi��o vai tomar, ele depende das composi��es, das alian�as que vai formar no Legislativo. Hoje as condi��es de governabilidade s�o mais dif�ceis do que em 2003. Ele vai ter dificuldade, caso seja eleito, de reverter isso”, finaliza.


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