
Bolsonaro chegou a Belo Horizonte no in�cio da tarde e foi recepcionado por aliados locais. O senador Carlos Viana, candidato do PL ao governo mineiro, acompanhou o presidente a um encontro com lideran�as pol�ticas e religiosas em Betim.
Viana, contudo, n�o foi � Pra�a da Liberdade - porque, segundo a equipe de campanha, estava gravando inser��es para o hor�rio eleitoral no r�dio e na televis�o. A primeira-dama Michelle Bolsonaro, que esteve em Juiz de Fora, na Zona da Mata, para o ato que abriu a campanha � reelei��o do marido, n�o participou da agenda na capital mineira.
"Eu tamb�m sou mineiro, uai. � uma honra retornar ao estado onde renasci. N�o tem pre�o andar pelos quatro cantos do pa�s e encontrar sempre uma multid�o vibrando e sonhando com dias melhores para a p�tria. Melhor ainda: cada vez mais, essas cores verde e amarela se fazem presentes por todo o territ�rio nacional", afirmou o presidente, em solo belo-horizontino.
Em determinado momento, ele precisou interromper o discurso porque apoiadores que se aglomeravam perto do caminh�o instalado em frente ao Pal�cio da Liberdade diziam que o capit�o reformado venceria no primeiro turno. Os espectadores do com�cio se concentraram nas proximidades da Alameda Travessia, corredor que liga as extremidades da Pra�a da Liberdade.
Segundo a organiza��o, a passeata que partiu da Pra�a Geraldo Damata Pimentel, na Pampulha, e foi rumo � Savassi, contou com aproximadamente 4 mil motos.
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N�meros da Justi�a Eleitoral mostram que mais de 16,2 eleitores est�o aptos a votar em Minas, segundo maior col�gio eleitoral do pa�s. Em 2018, Bolsonaro derrotou Fernando Haddad (PT) no estado por 58,19% a 41,81% dos votos v�lidos.
Neste ano, por�m, o presidente est� atr�s de Lula. Na semana passada, pesquisa do Instituto F5 Atualiza Dados, divulgada com exclusividade pelo Estado de Minas, apontou que o petista vence o capit�o reformado no estado por 43,4% a 33,9% (registros MG-04382/2022 e BR-08433/2022). Apesar da dist�ncia de 9,2 pontos, Bolsonaro j� recuperou terreno, visto que, no fim de julho, os percentuais estavam em 44,8% e 31,5%.
"Minas � o cora��o do Brasil, a terra da liberdade. Minas � a hist�ria do Brasil. Nestes 200 anos da Independ�ncia � imposs�vel n�o falarmos de Minas Gerais. Aqui � a semente da nossa Independ�ncia, a semente do nosso futuro", afirmou Bolsonaro, ontem. "At� as elei��es, voltaremos mais vezes a Minas Gerais. Aqui, est� o futuro do Brasil, a certeza de que nossa liberdade continuar� a valer por muitos e muitos anos", emendou.
Ao falar de Minas Gerais, Bolsonaro mencionou, ainda, o general reformado do Ex�rcito Walter Braga Netto (PL), seu candidato a vice, natural de Belo Horizonte, mas que n�o comp�s a comitiva de ontem. J� ao fim do discurso, o presidente garantiu ser "apaixonado" pelo estado que o recebeu.
"Podem ter certeza: depois da elei��o, seremos campe�es mundiais de futebol mais uma vez. O Cruzeiro vai subir, o Galo vai voar, e o Am�rica continuar� na primeira divis�o", disse.
Em Betim, o palco montado para o p�blico ver o discurso do presidente ficou vazio por mais de 40 minutos. Bolsonaro mudou o cronograma da agenda e conversou com os pastores antes de falar com os apoiadores. No sol, em espa�o aberto, os eleitores do candidato ouviram, de longe, o discurso que ele fez para as lideran�as religiosas, sem v�-lo. O candidato relembrou a sua participa��o na sabatina do "Jornal Nacional", da "TV Globo", na �ltima segunda-feira (22) criticando a fala da apresentadora Renata Vasconcellos sobre as restri��es impostas pela pandemia de COVID-19.
"O 'fique em casa, se puder', foi uma mentira. E eu fui um dos �nicos chefes de Estado do mundo a afirmar isso. O v�rus mata, mas a fome mata muito mais", acusou, sem provas. Ele voltou a associar comunistas a apoiadores do isolamento: "Voc�s puderam sentir o gosto de um governo comunista. A igualdade do lado de l� � na mis�ria e na pobreza".
'Colinha' do Jornal Nacional
Nos dois compromissos que teve na Regi�o Metropolitana, Bolsonaro rememorou o fato de, antes da apari��o no Jornal Nacional, ter escrito "Nicar�gua" em uma das m�os. Segundo ele, o nome da na��o da Am�rica Central era o ponto "mais importante" de sua cola.
"� um pa�s cujo governo tem o apoio de Lula da Silva. � um pa�s onde n�o se tem mais liberdade, onde fecham-se emissoras de r�dio cat�licas e padres s�o presos. Na Am�rica do Sul, por mais que tentem pintar outros pa�ses de vermelho, o Brasil continuar� verde e amarelo", prometeu, na Pra�a da Liberdade.
Em Betim, o presidente utilizou a Venezuela com prop�sito parecido e levou ao palco principal um venezuelano. Ele pediu que ele fizesse um discurso contando sobre a vida no pa�s vizinho e os motivos que o levaram a emigrar. "Nosso momento n�o � de campanha, mas de reflex�o. N�o � meu mandato; � o futuro do Brasil", pontuou o chefe do Executivo federal.
Aliados pedem uni�o por reelei��o
O palanque de Bolsonaro na Pra�a da Liberdade foi composto, majoritariamente, por parlamentares do PL mineiro. Eles se revezaram no microfone por dez minutos at� que o presidente tivesse a palavra. Pedidos por empenho coletivo a fim de entregar uma boa vota��o a Bolsonaro no estado deram o tom das falas.
"Daqui at� o dia da elei��o, todo mundo vai conseguir pelo menos mais um voto para nosso capit�o Jair Bolsonaro", clamou o deputado estadual Bruno Engler, que comp�e os quadros liberais. Filiado ao mesmo partido, o vereador belo-horizontino Nikolas Ferreira pediu ora��es ao presidente.
Desde Get�lio Vargas, que venceu a elei��o nacional sem triunfar em Minas, todos os outros presidentes eleitos democraticamente precisaram conquistar o estado. O deputado estadual Cleitinho Azevedo (PSC), que concorre ao Senado com o apoio bolsonarista, lembrou da estat�stica na Pra�a da Liberdade.
"A gente tem que multiplicar Bolsonaro por toda Minas Gerais. Aqui, todo mundo vota no Bolsonaro. Saiam daqui pedindo mais votos a ele, para a gente decidir a elei��o", sugeriu.
Mais cedo, em Betim, Carlos Viana prometeu uma "vit�ria expressiva" do aliado nacional em Minas. "O presidente, em todos os momentos que pedimos, apoiou e determinou aos ministros que Minas Gerais recebesse o tratamento que merece", destacou.