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Estado de Minas ELEI��ES 2022

7 de Setembro vira com�cio com multid�o; oposi��o vai ao TSE

No palco montado para autoridades, Bolsonaro era o �nico chefe de Poder brasileiro; Rodrigo Pacheco, do Senado, e Luiz Fux, do STF, n�o compareceram


08/09/2022 08:29 - atualizado 08/09/2022 09:41

Presidente Jair Bolsonaro em comício de sete de setembro
No discurso para os milhares de apoiadores, Bolsonaro n�o citou os 200 anos da Independ�ncia do Brasil e, sim, as a��es do seu governo (foto: Ruy BARON / AFP)
Em uma demonstra��o de for�a eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) transformou as comemora��es do 7 de Setembro em com�cios de campanha que mobilizaram multid�es em Bras�lia, no Rio de Janeiro e em S�o Paulo. Na capital federal, a Esplanada dos Minist�rios foi tomada por apoiadores do chefe do Executivo. Ap�s o desfile c�vico-militar, em homenagem ao bicenten�rio da Independ�ncia do Brasil, o candidato � reelei��o fez discurso em tom eleitoreiro e foi ovacionado pelo p�blico.

Logo na chegada � Esplanada, em um Rolls Royce, Bolsonaro quebrou o protocolo de seguran�a, desceu do carro e, a p�, saudou os apoiadores. Em retribui��o, os militantes entoaram gritos de "mito" e repetiram ataques ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), l�der das pesquisas de inten��o de voto. O chefe do Executivo chegou a abra�ar uma apoiadora.

No palco montado para autoridades, Bolsonaro era o �nico chefe de Poder brasileiro. Os presidentes do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, n�o compareceram. 
 
O chefe do Executivo teve ao seu lado o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, a primeira-dama Michelle Bolsonaro e o empres�rio Luciano Hang, dono da rede varejista Havan. Tamb�m estiveram no local os presidentes de Cabo Verde, Jos� Maria Neves; e de Guin� Bissau, Umaro Sissoco Embal�; e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

Ao fim do desfile, do outro lado da avenida, Bolsonaro subiu em um carro de som ao lado do vice de sua chapa, o general Braga Netto, e do vice-presidente Hamilton Mour�o (Republicanos). No discurso, transmitido pela TV Brasil, uma emissora p�blica, o chefe do Executivo moderou nas cr�ticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
  
"� obriga��o de todos jogarem dentro das quatro linhas da Constitui��o. Com uma reelei��o, n�s traremos para as quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora delas", ressaltou.

A postura � diferente da adotada em 2021. No 7 de Setembro do ano passado, Bolsonaro disse que n�o cumpriria decis�o do STF e chamou o ministro Alexandre de Moraes de "canalha". Na ocasi�o, tamb�m disse que o sistema eleitoral n�o oferece "qualquer seguran�a".
  
"Hoje, todos sabem quem � o Poder Executivo. Todos sabem o que � a C�mara dos Deputados, sabem o que � o Senado Federal e o que � o Supremo Tribunal Federal", enumerou. Quando o presidente citou a Corte, manifestantes vaiaram. "A voz do povo � a voz de Deus", emendou o chefe do Executivo. 
 
Sem citar o nome de Lula, Bolsonaro fez cr�ticas aos governos anteriores. Ele voltou a falar em uma "luta do bem contra o mal". Um mal que "perdurou por 14 anos, que quase quebrou a nossa p�tria e que agora deseja voltar � cena do crime". "N�o voltar�o", enfatizou. "A vontade do povo se far� presente no pr�ximo dia 2 de outubro. Vamos todos votar. Vamos convencer aqueles que pensam diferente de n�s. Vamos convenc�-los do que � melhor para o nosso Brasil", convocou.
 
 
Bolsonaro ainda comparou Michelle � esposa de Lula, a antrop�loga Ros�ngela da Silva, a Janja. "N�o h� o que discutir. Uma mulher de Deus, fam�lia e ativa na minha vida. N�o � ao meu lado, n�o. Muitas vezes, ela est� na minha frente. E eu tenho falado para os homens solteiros, para os solteiros que est�o cansados de serem infelizes: procurem uma mulher, uma princesa, se casem com ela para serem mais felizes ainda", discursou.

Logo depois, ap�s beijar a mulher, o pr�prio Bolsonaro puxou um coro de "imbroch�vel, imbroch�vel, imbroch�vel" para os manifestantes. Michelle n�o chegou a discursar, mas endossou os gritos de "nossa bandeira jamais ser� vermelha", comandados pelos apoiadores do presidente.

Bolsonaro voltou a acenar � base eleitoral ao repetir ser contra aborto, legaliza��o das drogas e ideologia de g�nero. Ele tamb�m elogiou seu governo, ao destacar a queda no pre�o dos combust�veis, recupera��o da economia e as turbinadas nos programas sociais, como o aumento do Aux�lio Brasil para R$ 600.

Pacheco

O presidente do Congresso n�o compareceu � cerim�nia, mas fez uma postagem no Twitter sobre a data: "As comemora��es deste 7 de setembro, que marca 200 anos da Independ�ncia do Brasil, precisam ser pac�ficas, respeitosas e celebrar o amor � p�tria, � democracia e o Estado de direito", escreveu.

Chefes de Estado

L�deres mundiais parabenizam o Brasil pelo bicenten�rio da Independ�ncia. A rainha Elizabeth II, da Inglaterra, usou a rede social para enviar felicita��es ao Brasil. Ela aproveitou a mensagem para mencionar a visita que fez ao pa�s em 1986, da qual disse que lembra "com carinho".

"Que continuemos trabalhando com esperan�a e determina��o para superar os desafios globais juntos", desejou a rainha. A mensagem foi compartilhada pela encarregada de neg�cios do Reino Unido no Brasil, Melaine Hopkins.

Os Estados Unidos, por meio do secret�rio de Estado, Antony Blinken, preferiu destacar a democracia que, em suas palavras, est� entre as maiores do Ocidente. "Os EUA e o Brasil compartilham o compromisso de apoiar a democracia em toda a regi�o e demonstrar seus benef�cios para todas as pessoas", assegurou.

Segundo ele, os pa�ses podem "garantir a paz e a seguran�a nacional", al�m de refor�ar os direitos humanos para as pr�ximas gera��es e trabalhar para "aprofundar nosso relacionamento estrat�gico e econ�mico vital".

Vladimir Putin, presidente R�ssia, que recebeu a visita de Bolsonaro em fevereiro, parabenizou o Brasil e destacou a "parceria estrat�gica" entre os pa�ses. "Estou seguro de que, pelos esfor�os m�tuos, asseguraremos o refor�o da parceria estrat�gica entre a R�ssia e o Brasil em prol dos nossos povos", divulgou a ag�ncia de not�ciasa Sputnik.

O presidente da China, Xi Jinping, declarou que o Brasil se desenvolveu de forma pac�fica, com "independ�ncia e autonomia" e tem proje��o importante nos assuntos regionais e internacionais. Na avalia��o do chefe de Estado, as rela��es sino-brasileiras est�o em ascens�o.

Moraes sa�da a data; oposi��o vai ao TSE

Sem mencionar o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, saudou o bicenten�rio da Independ�ncia e o in�cio da concretiza��o do Estado democr�tico de direito.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) postou uma mensagem no Twitter minutos ap�s o desfile c�vico-militar na Esplanada dos Minist�rios, enquanto o p�blico aguardava o discurso de Bolsonaro em cima de um carro de som em frente ao Congresso.

"O bicenten�rio de nossa Independ�ncia merece ser comemorado com muito orgulho e honra por todos os brasileiros e brasileiras, pois, h� 200 anos, demos in�cio � constru��o de um Brasil livre e � hist�rica marcha pela concretiza��o de nosso Estado democr�tico de direito", diz a mensagem.

J� o STF divulgou um v�deo, em seu perfil no Twitter, no qual explica como s�o indicados e nomeados os integrantes da Corte. "Respeitar a Constitui��o � defender a democracia", diz a grava��o. A postagem ocorreu em meio � realiza��o de atos bolsonaristas no 7 de Setembro. Alguns manifestantes levaram faixas com pedidos de interven��o militar e destitui��o de ministros do STF.

O material foi publicado com o questionamento "Sabe por que voc� n�o votou em nenhum ministro do STF? Entenda aqui". No v�deo, � explicado que, conforme a Constitui��o, os ministros do Supremo s�o indicados pelo presidente e depois passam por uma sabatina no Senado. S� ent�o, se aprovados, s�o nomeados � Corte.

"Voc� n�o vota diretamente, mas participa da escolha", diz ainda a grava��o. O argumento � o de que, por escolher o chefe do Executivo e os parlamentares que integram o Congresso Nacional, a popula��o participa, indiretamente, do processo.

Ontem, o pr�dio do STF recebeu refor�o de policiamento. Grades de ferro foram colocadas pr�ximas ao Minist�rio da Sa�de, deixando as pessoas que acompanharam o discurso de Bolsonaro mais distante da Corte do que no ano passado.

Em 2021, as grades de prote��o estavam ap�s o Itamaraty, e houve v�rias tentativas por parte dos manifestantes, que estavam acampados na Esplanada, de ultrapassar a barreira.

A seguran�a para o 7 de setembro foi planejada em conjunto com as For�as de Seguran�a do Distrito Federal, do Judici�rio, do Legislativo e do Gabinete de Seguran�a Institucional da Presid�ncia da Rep�blica. O acesso � Esplanada foi fechado na ter�a-feira e proibida a circula��o de ve�culos.

Judicializa��o

PSol e PT v�o acionar o TSE apontando abuso de poder econ�mico e pol�tico por parte do chefe do Executivo nos atos do 7 de setembro. "Bolsonaro fez uso indiscut�vel de um evento oficial para discursar como candidato. H� abuso de poder econ�mico e pol�tico acachapante, com o uso de recursos p�blicos, de uma grande estrutura p�blica, para fazer campanha", afirmam os advogados que representam a Coliga��o Brasil da Esperan�a, que tem o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) como candidato. "Os discursos desse com�cio escancarado foram transmitidos ao vivo para toda a na��o, inclusive por meio da TV Brasil, uma TV estatal", acrescentaram.

A deputada S�mia Bomfim, l�der da bancada do PSol na C�mara, enfatizou que "Bolsonaro convocou os manifestantes �s urnas, usou o slogan de campanha e usou as For�as Armadas para construir um com�cio".

O PDT pediu ao TSE que investigue se foram usados recursos de campanha para patrocinar manifesta��es e caravanas de apoiadores nos atos, mas o pedido foi negado pelo ministro Raul Ara�jo. 


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