
foi morto a golpes de faca e machado por Rafael de Oliveira, 24, apoiador de Bolsonaro, na cidade de Confresa. Eles iniciaram o conflito por causa de diverg�ncias pol�ticas (leia Saiba mais).
De acordo com a Pol�cia Civil do Mato Grosso, um homem identificado como Benedito dos Santos, 42 anos, eleitor de Lula, O assassino teve pris�o decretada pelo juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra Mendes, da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte. Na decis�o, o magistrado enfatizou que "a intoler�ncia n�o deve e n�o ser� admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barb�rie". "Lado outro, verifica-se que a liberdade de manifesta��o do pensamento, seja ela pol�tico-partid�ria, religiosa, ou outra, � uma garantia fundamental irrenunci�vel", escreveu.
Presidenci�veis
O caso ganhou repercuss�o nacional, com rea��es de autoridades, presidenci�veis e outros pol�ticos. Lula destacou a gravidade da viol�ncia pol�tica no pa�s. "� com muita tristeza que soube da not�cia do assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, na zona rural de Confresa. A intoler�ncia tirou mais uma vida. O Brasil n�o merece o �dio que se instaurou neste pa�s", repudiou.
Ciro Gomes, candidato � Presid�ncia pelo PDT, disse que Benedito � "mais uma v�tima da guerra fratricida, semeada por uma polariza��o irracional e odienta, que pode inundar de sangue o nosso solo". "Abaixo a viol�ncia pol�tica. O Brasil quer paz", afirmou.
A candidata do MDB, Simone Tebet, cobrou posicionamento de Bolsonaro, apontando que ele deveria "clamar por paz e uni�o". A senador disse que o crime � "incita��o ao �dio". J� Soraya Thronicke, presidenci�vel pelo Uni�o Brasil, destacou: "Envergonham o pa�s com corrup��o, nos distraem com a polariza��o e, al�m disso, derramam sangue alheio".
Bolsonaro n�o se pronunciou sobre o homic�dio, mas voltou ao discurso do "bem contra o mal". Em ato de campanha em Araguatins (TO), ele chamou o PT de praga e diz que pretende varrer o partido para o "lixo da hist�ria".
Candidato do Novo, Felipe D'�vila lamentou o crime. "Numa democracia real, diverg�ncias pol�ticas s�o resolvidas com di�logo e respeito. N�o � o que temos visto no Brasil, infelizmente. E quando a pol�tica � tomada pela viol�ncia, significa que caminhamos rumo � barb�rie", destacou. "Lamento o crime brutal ocorrido em Mato Grosso. Aproveito para prestar minha solidariedade � fam�lia da v�tima. Precisamos, urgentemente, pacificar o Brasil. Chega do nosso pa�s e da nossa gente dividida."
O crime em Mato Grosso aconteceu menos de dois meses ap�s o assassinato do guarda municipal Marcelo Aloizio Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Igua�u (PR), pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho.
Ontem, um apoiador de Bolsonaro foi agredido por petistas em S�o Gon�alo (RJ). Rodrigo Duarte passava devagar na frente do Clube dos Tamoios, onde Lula participaria de um evento. Ele estava em um carro com adesivos que mostravam o ex-presidente vestido de presidi�rio. Simpatizantes do ex-presidente bateram no ve�culo, e Duarte desceu filmando os militantes.
O homem teve o celular retirado de sua m�o e foi agredido. Um dos golpes causou um sangramento na cabe�a. Ele deixou o local com a ajuda de agentes da Pol�cia Federal.
Combate
A Justi�a Eleitoral est� em sinal de alerta diante do cen�rio polarizado do pa�s e da escalada da viol�ncia durante o per�odo eleitoral. Ap�s o assassinato de Arruda, l�deres partid�rios e entidades foram ao TSE cobrar a elabora��o de um plano para garantir a seguran�a. Pressionada, a Corte criou um grupo de trabalho para enfrentar a viol�ncia pol�tica durante o pleito deste ano.
A for�a-tarefa � coordenada pelo corregedor da Justi�a Eleitoral e conta com colabora��o de outros servidores, como representantes da vice-presid�ncia do tribunal, da diretoria-geral e da Secretaria de Pol�cia Judicial. O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, tamb�m se reuniu com 23 comandantes-gerais da Pol�cia Militar dos estados para debater a seguran�a no pleito.
Para o advogado Belis�rio dos Santos J�nior, ex-secret�rio de Justi�a de S�o Paulo, o crime � resultado da postura adotada por Bolsonaro. "Dif�cil n�o associar esse crime com o discurso de �dio do presidente, a necessidade de 'exterminar os membros do PT', repetida de v�rias formas e em v�rios momentos. N�o se trata de responsabilidade penal, mas responsabilidade pol�tica", sustentou.
Na avalia��o do cientista pol�tico Igor Novaes Lins, pesquisador no Instituto Igarap�, a viol�ncia pol�tica pode se tornar ainda maior com a proximidade do dia da vota��o, marcado para 2 de outubro. "� um cen�rio muito perigoso. Um barril de p�lvora, e temos uma conjuntura de aproxima��o das elei��es, em que h� animosidade. Do outro lado, estamos vendo o n�mero de pessoas armadas por uma s�rie de flexibiliza��es do governo federal", observou.
*Estagi�ria sob a supervis�o de Cida Barbosa