
“J� estou consolidada. Sou candidata da terceira via”, afirmou Simone Tebet, ao responder pergunta do Estado de Minas, nesta segunda-feira (12/09), em visita a Montes Claros (413,34 mil habitantes, sexta cidade mais populosa do estado), no Norte de Minas, onde fez uma caminhada centro comercial e participou de uma r�pida reuni�o com apoiadores.
Durante a visita, a senadora tentou se colocar como a candidata que pode romper a polariza��o entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula, que lideram as pesquisas de opini�o. Mas, tanto durante entrevista � imprensa quanto no discurso para apoiadores, em nenhum momento citou nominalmente o atual presidente da Rep�blica e o ex-presidente petista.
Ela tamb�m “comemorou” o seu “crescimento” nas pesquisas. Disse que, em “uma semana, subiu 150%”, pulando de “2% para 7%”, sem especificar a qual levantamento estava se referindo.
De fato, na pesquisa BTG Pactual, divulgada nesta segunda-feira, a emedebista aparece com 7% da prefer�ncia, mas com um crescimento somente de 1% em rela��o ao mesmo levantamento da semana anterior (05/09), na qual estava com 6%.
“Voc� me permite fazer um hist�rico? Sou a cara da mulher brasileira. A mulher brasileira � persistente. Ela � m resiliente. Ela � corajosa. Ningu�m acreditava. Achavam primeiro que �ramos caf� com leite, que n�o conseguir�amos enfrentar ex-ministros (S�rgio Moro e Luiz Henrique Mandetta) naquela composi��o”, afirmou Simone Tebet. Ela se referia aos primeiros entendimentos para formalizar uma frente da terceira via e que, al�m de Moro e Mandetta, tinha o envolvimento do ex-governador paulista Joao Doria (PSDB) e do deputado federal Luciano Bivar (Uni�o Brasil).
A tentativa da chapa formal da terceira via acabou n�o dando certo. Doria, Bivar e Moro chegaram a lan�ar suas pr�-candidaturas a presidente. Mas nenhum dos tr�s conseguiu viabilizar o seu nome como concorrente ao Planalto.
“Eu dizia: ' eu vou at� o final', 'eu n�o tenho medo'. Muitos sa�ram. Desistiram no meio do caminho. N�o porque foram tirados. Eles acharam que o c aminho era dif�cil – 'n�o vou porque n�o vai dar certo'. Eu disse: eu n�o tenho medo”, completou a senadora do MDB, referindo ao processo que enfrentou para viabilizar sua candidatura, numa frente (“Coliga��o Brasil para todos”), que, al�m do seu partido, conta com o apoio do Cidadania, o PSDB e o Podemos.
“O Brasil precisa de uma voz feminina. O Brasil precisa tamb�m de uma mulher ao lado de candidatura masculinas para dizer o que n�s, mulheres, queremos para nossos companheiros, para nossos filhos. E definitivamente n�o � este Brasil (que queremos). Eu n�o reconhe�o mais o Brasil que n�s nascemos, o Brasil hoje dividido pelo �dio, onde as fam�lias n�o discutem mais pol�tica. Ent�o, foi por resili�ncia, foi por persist�ncia”, afirmou Simone Tebet, ao referir o motivo da decis�o de ser candidata.
“Brasil quer paz”, afirma Tebet
Tebet afirmou que defende a pacifica��o na politica brasileira. “O Brasil quer paz. Sem paz, sem uni�o, n�s n�o vamos conseguir crescer e gerar emprego. As fam�lias, especialmente as mulheres, n�o toleram mais, n�o aguentam mais esse discurso de �dio. O Brasil tem a cultura paz. Sem isso, n�o vamos andar pra frente”, declarou.
“Nossa candidatura representa a modera��o, o equil�brio, o di�logo, que � fundamental para que a gente possa apresentar propostas e aprovar projetos relevantes para que o Brasil possa voltar a crescer e gerar empregos."
“Inseguran�a jur�dica”.
A candidata do MDB disse ainda que, na condi��o atual, o Brasil enfrenta a inseguran�a jur�dica, o que afasta investimentos externos. “A nossa candidatura � a �nica que garante previsibilidade, responsabilidade e seguran�a jur�dica, que � o que falta para o Brasil trazer investimentos privados, os d�lares necess�rios”, afirmou.
“Os investimentos da iniciativa privada que existem hoje no Brasil est�o trancados porque, diante da inseguran�a (jur�dica), ningu�m quer apostar num pa�s hoje que fica rivalizado, num pa�s hoje fragmentado, que n�o tem projeto de Brasil.”
Ao se referir � “inseguran�a jur�dica”, Simone Tebet, indiretamente, alfinetou o Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque o STF recebeu cr�ticas, feitas, principalmente, de alas bolsonaristas e defensores do ex-juiz S�rgio Moro, por decis�es da Suprema Corte em rela��o �s condena��es do ex-presidente Luiz In�cio da Silva anuladas pelos seus ministros.
Na visita a Montes Claros, Simone Tebet foi acompanhada pelo presidente nacional do Cidadania, ex-senador Roberto Freire. E enfrentou uma situa��o de contraste: o prefeito da cidade, Humberto Souto � filiado ao Cidadania e tem uma gest�o bem avaliada. Mas Souto apoia a reelei��o do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Passagem ao lado de “figuras” de Lula e Bolsonaro
Simone Tebet, que tamb�m esteve acompanhada do deputado estadual Tadeuzinho Martins Leite (MDB), candidato � reelei��o para Assembleia, e de outros apoiadores, incluindo prefeitos e ex-prefeitos do MBB na regi�o, andou por alguns quarteir�es do Centro comercial de Montes Claros e parou no “Caf� Galo”, ponto tradicional da cidade.
Pouco depois que iniciou a caminhada no Centro da cidade, na Rua Sime�o Ribeiro (“Quarteir�o do Povo”), a candidata do MDB ao Pal�cio do Planalto passou ao lado de imagens do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e do presidente Jair Bolsonaro em toalhas expostas em uma loja. Ela acabou n�o percebendo os “retratos” dos seus concorrentes. A loja, de acordo com uma atendente do estabelecimento, vende as toalhas com as imagens de Lula e Bolsonaro pelo pre�o de R$ 25, cada.
Ap�s a caminhada, Simone Tebet participou de um r�pido encontro na sala de reuni�es da Associa��o Comercial, Industrial e de Servi�os (ACI) de Montes Claros. A reuni�o contou somente com a participa��o de pol�ticos e integrantes da “claque” que acompanhavam a candidata, sem envolver nenhum integrante da dire��o da entidade empresarial.