Os candidatos a vice-presidente das chapas que ocupam as duas primeiras coloca��es na elei��o nacional fizeram campanha ontem em Belo Horizonte. Parceiro de Luiz In�cio Lula da Silva (PT), o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB) cumpriu uma s�rie de agendas, que contou com visita � Santa Casa de Miseric�rdia, na �rea Hospitalar. Do outro lado, o general Walter Braga Netto (PL), postulante a vice na coaliz�o liderada pelo correligion�rio Jair Bolsonaro, bateu ponto no comit� do senador Carlos Viana (PL), postulante ao Pal�cio Tiradentes sob a bandeira bolsonarista.
A busca pela vit�ria no segundo maior col�gio eleitoral tem fundamento, afinal, desde 1950, quando Get�lio Vargas chegou � presid�ncia sem vencer em Minas Gerais, todos os eleitos para o cargo m�ximo do pa�s precisaram triunfar no estado.
A import�ncia de Minas na corrida presidencial, ali�s, estava na ponta da l�ngua de Alckmin, neto de av�s nascidos em Baependi, no Sul do estado. Na Santa Casa, ele afirmou que o estado � "decisivo" para quem deseja chegar ao Planalto e prometeu aten��o do governo federal �s cidades mineiras caso a chapa de Lula ven�a o p�reo.
"Quem ganha em Minas ganha no Brasil. Minas vai ser reconhecida e valorizada", disse. Ao lado do pessebista, estavam Alexandre Kalil (PSD), que concorre ao governo com o apoio petista, e o senador Alexandre Silveira (PSD), postulante � reelei��o pelo mesmo grupo pol�tico.
Discursos em dire��es opostas
A seis quil�metros da casa de sa�de visitada por Alckmin, e quase simultaneamente, Braga Netto discursava no "quartel-general" de Viana, instalado na Regi�o Nordeste da cidade. Nascido em Belo Horizonte, o militar emulou o tom adotado por Bolsonaro em seus �ltimos atos p�blicos - inclusive no com�cio da Pra�a da Liberdade em 24 de agosto.
"Vejam como est� o entorno do nosso Brasil: olhem Venezuela, Chile, Argentina, Nicar�gua - como est� a situa��o das r�dios religiosas - e decidam o Brasil que voc�s querem para o futuro. Estamos trabalhando n�o para n�s, mas para filhos, netos e sobrinhos pequenos", defendeu.
E, se Braga Netto criticou os pa�ses vizinhos com governos � esquerda, Alckmin acusou Bolsonaro de ter "saudades da tortura". "Entendemos que o Brasil andou para tr�s, de forma retr�grada. Na �rea democr�tica, (h�) um candidato que tem saudade da ditadura e da tortura. Na economia, (existem) 33 milh�es de brasileiros passando fome. A infla��o de comida chega a 30% e, em alguns produtos, a mais de 50%", acusou.
M�dico, Alckmin apontou "negacionismo" por parte de Bolsonaro diante da pandemia de COVID-19. "A educa��o (est�) sem projeto. Sa�de... Negar vacina? Tr�s coisas mudaram o mundo: �gua tratada, de qualidade, vacinas e antibi�ticos. Vivamos 40 anos de idade (em m�dia); pulamos para quase oitenta".
O companheiro pol�tico de Lula estendeu a cr�tica a outros temas, como o meio ambiente.
"(H�) destrui��o da Amaz�nia. N�o � por agricultor. � por grileiros de terras".
O discurso do general bolsonarista seguiu na dire��o oposta. Embora n�o tenha falado com a imprensa, o filiado ao PL enalteceu a gest�o do atual presidente. "Nesta semana, a infla��o caiu pela 11° vez, o d�ficit p�blico reduziu e (houve) o maior n�mero de empresas abertas na hist�ria", sustentou.
Antes da passagem por BH, Alckmin esteve em Po�os de Caldas, no Sul, onde conversou com representantes dos setores hoteleiro e tur�stico. Depois, foi at� Uberl�ndia para um almo�o com empres�rios ligados � agroind�stria. O roteiro no interior foi ao encontro da ideia do PT de utiliz�-lo como ponte para alcan�ar setores historicamente refrat�rios a Lula
Na capital, al�m da Santa Casa, se encontrou com Dom Walmor de Oliveira Azevedo, arcebispo da cidade e presidente da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ainda houve tempo para o pessebista ir ao comit� de Kalil engrossar uma plen�ria com movimentos sociais.
Braga Netto, por sua vez, esteve ontem no Autom�vel Clube, no Centro belo-horizontino. Na segunda-feira (11), quando chegou a seu munic�pio natal, almo�ou com amigos dos tempos de juventude e visitou pontos como o Mercado Central.
No in�cio deste m�s, pesquisa do Instituto F5 Atualiza Dados, divulgada com exclusividade pelo Estado de Minas, apontou que Lula tem cerca de 10 pontos de vantagem sobre Bolsonaro no estado. De acordo com o levantamento, o petista lidera com 44,7% das inten��es de voto, ante 34,5% do capit�o reformado, o segundo colocado. Ciro Gomes (PDT), o mais pr�ximo deles, soma 4,1%.

Kalil e Viana ganham refor�os na campanha estadual
Mesmo em meio ao desconforto que a candidatura de Viana gerou em parte do PL mineiro - visto que alguns quadros apoia informalmente a busca de Romeu Zema (Novo) pela reelei��o -, Braga Netto fez quest�o de endossar os planos do colega de legenda. "O candidato da chapa do presidente Bolsonaro � o senador Carlos Viana", assinalou.
Conforme a sondagem F5/EM, Zema tem � frente na disputa estadual, com 47,8%. Embora Kalil apare�a com 30,9%, Geraldo Alckmin mostrou confian�a na classifica��o do aliado ao segundo turno e depositou fichas no crescimento das inten��es de voto da chapa do PSD ao longo das menos de tr�s de semanas antes do primeiro turno, em 2 de outubro.
"(Kalil) fez um grande governo, foi reeleito com uma vota��o consagradora e est� crescendo. As grandes mudan�as (no cen�rio eleitoral) ocorrem mais ao final", projetou.
Alckmin teceu elogios a Kalil e o classificou como "um grande prefeito". "Ele est� preparado para ser um grande governador", emendou.
Lideran�as do PT mineiro, como o deputado federal Reginaldo Lopes, coordenador da campanha de Lula no estado, tamb�m estiveram com Alckmin. Al�m dele, a comitiva foi composta pelo deputado estadual Cristiano Silveira, presidente do diret�rio local da sigla. Agora, por�m, os petistas voltam as aten��es ao com�cio que Lula far� amanh� em Montes Claros, no Norte.
Em que pese a volta do presidenci�vel do PT a Minas antes do primeiro turno, nova passagem pelo estado tamb�m est� nos planos de Bolsonaro, que daqui nove dias � aguardado em Divin�polis, no Centro-Oeste. A rodada de pesquisas F5/EM citada neste texto est� registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os n�meros MG-03242/2022 e BR-01335/2022.