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Datafolha: pesquisadores s�o alvos de hostilidade durante trabalho

Segundo o instituto, foram contabilizadas nessa ter�a-feira (13) dez intercorr�ncias em munic�pios de diferentes regi�es do pa�s


14/09/2022 23:45 - atualizado 14/09/2022 23:57

Urna eletrônica
Urna eletr�nica (foto: TSE/Divulga��o)

Pesquisadores do Datafolha t�m sido alvo de hostilidade crescente enquanto realizam seu trabalho. Apenas nesta ter�a-feira (13), o instituto de pesquisas contabilizou dez intercorr�ncias em munic�pios das diferentes regi�es do pa�s - dentro de um universo de 470 pesquisadores.

Houve casos nos estados de S�o Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Maranh�o, Goi�s, Par�, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Em Goi�nia, um entrevistador chegou a ser empurrado por um homem que se identificou como bolsonarista e que disse n�o querer o profissional do Datafolha nas redondezas.

Em um munic�pio do Rio Grande do Sul, um pesquisador foi levado para averigua��o por um policial que se identificou como eleitor de Jair Bolsonaro (PL). Antes de chegarem � delegacia, ele parou o carro e fez perguntas ao pesquisador que, na sequ�ncia, foi liberado e continuou seu trabalho em outro local.

De acordo com Luciana Chong, diretora geral do Datafolha, relatos de pessoas que passam gritando, acusando o instituto de ser comunista ou tentando filmar os entrevistadores como forma de intimid�-los t�m sido comuns. Ela nota, contudo, que h� uma piora no cen�rio -especialmente depois do feriado de 7 de Setembro, quando houve atos pelo pa�s a favor de Bolsonaro.

"O pesquisador est� fazendo a entrevista e chega algu�m querendo ouvir, dar sua opini�o, querendo responder", diz Chong. "S�o pessoas que querem mesmo interferir."

Em agosto, em Belo Horizonte, quatro homens perseguiram uma entrevistadora, chamando o Datafolha de comunista e esquerdista. Ela saiu correndo e acabou caindo no ch�o e machucando o joelho. O grupo ent�o teria se assustado e parou de segui-la. Eles estariam tentando pegar � for�a o tablet no qual ela registrava as respostas.

Em seu discurso no 7 de Setembro, na Esplanada dos Minist�rios, Bolsonaro fez um novo ataque ao instituto. O mandat�rio aparece em segundo lugar, atr�s do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), nas principais pesquisas.

"Nunca vi um mar t�o grande aqui com essas cores verde e amarela. Aqui n�o tem a mentirosa Datafolha. Aqui � o nosso datapovo. Aqui, a verdade, a vontade de um povo honesto, livre e trabalhador", disse na ocasi�o.

Apoiadores do presidente costumam contrapor fotos de manifesta��es de rua �s pesquisas de inten��o de voto, o que chamam de "datapovo".

J� em 2018, grava��es feitas de ao menos dois pesquisadores viralizaram nas redes sociais e colocaram ambos em alto grau de exposi��o.

"O que preocupa � a escalada, perceber que est� piorando", afirmou Renata Nunes C�sar, que � diretora de pesquisa do Datafolha.

O Datafolha � um instituto independente de pesquisa de opini�o que pertence ao Grupo Folha e atua com pesquisa eleitoral e levantamentos estat�sticos para o mercado. O instituto n�o faz pesquisas eleitorais para governos ou pol�ticos.

Nesta quarta (14), viralizou um v�deo de uma pesquisadora gravada por bolsonaristas no dia anterior na Vila Leopoldina, zona oeste de S�o Paulo. "Se voc� � bolsonarista, ela n�o aceita, s� aceita do Lula", diz o autor do grava��o, que usa outras express�es como: "Datafolha lixo", "pilantragem do Datafolha", "canalha", "sujo", "mentira", "falsa", "falcatrua".

Os pesquisadores do instituto recebem um treinamento padronizado, que determina que pessoas que se oferecem para serem entrevistadas devem ser obrigatoriamente evitadas, para que a amostra seja aleat�ria.

"Como parte do material de todos os pesquisadores s�o checados remotamente, a transgress�o dessa norma leva ao cancelamento autom�tico de todos os question�rios desse pesquisador", afirmou o instituto em nota ap�s a reverbera��o do v�deo. "A pesquisadora n�o s� atendeu a todos os par�metros que uma pesquisa s�ria deve seguir, mas tamb�m protegeu o objeto de seu trabalho."

Situa��o semelhante ocorreu em Alagoas, onde tr�s homens abordaram uma pesquisadora na ter�a -feira dizendo que eram apoiadores de Bolsonaro e que deveriam ser entrevistados.

No mesmo dia, no Maranh�o, uma mulher, depois de insistir sem sucesso para ser entrevistada, buscou um guarda municipal, sob a alega��o de que a pesquisadora estaria coletando a digital dos entrevistados. Ap�s avaliar o tablet, ele liberou a continuidade do trabalho.

Na maior parte dos casos, as pessoas que buscam intimidar os pesquisadores se declaram como bolsonaristas ou citam o nome do presidente, de acordo com a diretoria do instituto.

Nesta ter�a, por�m, um epis�dio no interior de S�o Paulo envolveu uma mulher que disse ser apoiadora de Lula. Depois de se oferecer para ser entrevistada e ter seu pedido negado, ela passou a perseguir a pesquisadora e come�ou a chamar pessoas que estavam em um bar para responder � pesquisa.

Metodologia


A metodologia do Datafolha prev� pontos espec�ficos para a realiza��o das entrevistas. No caso de mudan�a para outro ponto entre os mapeados, � preciso uma autoriza��o da equipe de planejamento.

O instituto diz que, nos levantamentos nacionais ou estaduais, primeiro s�o sorteados os munic�pios que far�o parte do levantamento; depois, os bairros e pontos onde ser�o aplicadas as entrevistas.

O Datafolha tamb�m usa cotas proporcionais de sexo e idade de acordo com dados obtidos junto ao IBGE e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Outras instru��es s�o as de n�o dar permiss�o para ser filmado e a de n�o usar o crach� do Datafolha enquanto estiver se deslocando, apenas enquanto estiver realizando as entrevistas.


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