
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informou nesta quinta-feira (15) que o teste de integridade das urnas com o uso da biometria ser� feito em 18 estados e no Distrito Federal nos dias de vota��o.
A biometria ser� usada para acionar 56 das cerca de 640 urnas que s�o auditadas nos dias das elei��es.
A corte decidiu reformular uma parte dessa auditoria para agradar as For�as Armadas, em acordo costurado pelo ministro Alexandre de Moraes.
"Vamos testar esse piloto para ver se vale a pena ou n�o [o uso da biometria]", disse Moraes, presidente do TSE, � imprensa nesta quinta-feira, durante uma simula��o da auditoria.Os testes com a biometria ser�o feitos em S�o Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Alagoas, Amazonas, Bahia, Cear�, Esp�rito Santo, Goi�s, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Par�, Paran�, Pernambuco, Rond�nia, Santa Catarina e Tocantins.
Em todos os estados e no DF tamb�m ser� feito o teste tradicional, sem a biometria.
Essa auditoria consiste em mostrar que a urna funciona corretamente ao comparar o resultado da mesma vota��o simulada em c�dula de papel e no aparelho eletr�nico.
No modelo tradicional, sem a biometria, o teste � feito em locais indicados pelos TREs com urnas de se��es eleitorais previamente sorteadas ou escolhidas.
Para usar a biometria, � preciso levar todo o aparato da auditoria, como c�meras e servidores, para os locais de vota��o.
Militares pediram ao TSE para que as urnas auditadas sejam acionadas com a biometria de eleitores reais, como forma de evitar fraudes.
Os TREs v�o indicar 10 dias antes do pleito quais ser�o as se��es das urnas auditadas como pedem as For�as Armadas.
Nestes locais, um eleitor ser� convidado a acionar a urna. Ele n�o ir� votar pela segunda vez.
Moraes disse que n�o haver� testes no local em que nenhum eleitor se dispor a empresar a biometria.
Todo o procedimento do teste segue sendo realizado pela equipe da Justi�a Eleitoral, uma empresa de auditoria contratada e por fiscais das elei��es.
Moraes voltou a afirmar que o teste tradicional, sem a biometria, � que ser� considerado como v�lido. A auditoria complementar, feita para atender as For�as Armadas, ser� apenas um projeto-piloto.
O teste de integridade � feito desde 2002 e n�o encontrou falhas nas urnas.
O pr�prio tribunal, em 2021, inseriu as For�as Armadas no grupo de entidades que fiscalizam as elei��es e na Comiss�o de Transpar�ncia das Elei��es. Desde ent�o, os militares romperam um sil�ncio de 25 anos sobre as urnas e apresentaram diversas d�vidas e sugest�es ao tribunal, que t�m sido usadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para ampliar questionamentos ao voto eletr�nico e fazer insinua��es golpistas.
O uso da biometria havia sido negado pelo tribunal e considerado "invi�vel" pela gest�o do ministro Edson Fachin.
Ao assumir o comando da corte, Moraes reabriu o di�logo com militares, em reuni�es fechadas e sem atas, e prometeu avaliar um "projeto-piloto" para reformular parte do teste de integridade.
O TSE aprovou na ter�a-feira (13) uma resolu��o sobre o uso da biometria em at� 10% das urnas auditadas. O tribunal estima que cerca de 8,7% delas ser�o testadas dessa forma.
Ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) afirmavam, nos bastidores, que aceitar a sugest�o dos militares era uma condi��o para o chefe do Executivo reduzir as amea�as golpistas e questionamentos sobre as urnas.
Bolsonaro, por�m, j� mostrou desconfian�a sobre o acordo entre a Defesa e Moraes. "Aceitando as propostas das For�as Armadas, a chance de fraude chega pr�ximo de zero. Pr�ximo de zero n�o � zero. Por que bater nessa tecla? Por que evitarem camadas de transpar�ncia?", disse ele � Jovem Pan no �ltimo dia 6.