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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Bolsonaristas batem com chutes e socos em pesquisador do Datafolha

Ataque come�ou quando pesquisador finalizou sua entrevista com outro morador. Ele foi atingido pelas costas, e o tablet foi derrubado no ch�o


21/09/2022 18:25 - atualizado 21/09/2022 22:48

Rafael Bianchini
Rafael Bianchini, em postagem uma rede social; ele agrediu pesquisador do Datafolha no interior de S�o Paulo (foto: REDES SOCIAIS/REPRODU��O)
Um pesquisador do Datafolha foi agredido na tarde desta ter�a-feira (20) com chutes e socos por um bolsonarista em Ariranha (a 378 km de S�o Paulo), em uma escalada de hostilidade contra profissionais do instituto em meio ao processo eleitoral.

O pesquisador entrevistava uma pessoa, quando Rafael Bianchini se aproximou e, aos gritos, passou a exigir que tamb�m fosse ouvido para o levantamento. "S� pega Lula" e "vagabundo" foram um dos termos gritados pelo bolsonarista no meio da rua.


O ataque come�ou quando o pesquisador finalizou sua entrevista com o outro morador. Ele foi atingido pelas costas, e o tablet usado para a entrevista foi derrubado ao ch�o. Quando o pesquisador reagiu �s agress�es, ele passou tamb�m a ser atacado por um filho do bolsonarista.


As agress�es foram interrompidas com a a��o de vizinhos. Foi quando o bolsonarista entrou e saiu de sua casa, em frente ao local, e amea�ou partir para cima do pesquisador com uma peixeira --ele foi contido pelo filho.


"O pesquisador estava desempenhando seu trabalho e foi covardemente agredido fisicamente. Nada justifica qualquer tipo de agress�o. Estamos acompanhando um aumento da hostilidade em rela��o aos pesquisadores e isso � muito preocupante", afirma Luciana Chong, diretora do Datafolha.


Segundo o Datafolha, relatos de pessoas que passam gritando, acusando o instituto de ser comunista ou tentando filmar os entrevistadores como forma de intimid�-los t�m sido comuns.


Na maior parte dos casos, as pessoas que buscam intimidar os pesquisadores se declaram como bolsonaristas ou citam o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com a diretoria do instituto.


Somente no �ltimo dia 13, o instituto de pesquisas contabilizou dez intercorr�ncias em munic�pios de diferentes regi�es do pa�s, num universo de 470 pesquisadores.

Houve casos nos estados d e S�o Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Maranh�o, Goi�s, Par�, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.


No epis�dio desta ter�a em Ariranha, munic�pio na regi�o de S�o Jos� do Rio Preto, o caso foi registrado na delegacia local. Bianchini e filho foram identificados como autores das agress�es.


O delegado Gilberto Cesar Costa afirmou que todas as provid�ncias necess�rias foram determinadas, como a oitiva dos envolvidos. Ele, por�m, disse que o teor da investiga��o � sigiloso.

 

O pesquisador do instituto foi atendido num pronto-socorro da cidade e liberado em seguida. Atingido na cabe�a, nas costas e nos bra�os, ele diz que buscar� a puni��o dos respons�veis na Justi�a, tanto pela quest�o individual das agress�es como pelas amea�as que seus colegas t�m recebido nas ruas.

 


"Foi registrado o boletim de ocorr�ncia e isso deve ser investigado pela pol�cia. Deve resultar numa a��o penal", disse o advogado da Folha de S.Paulo Lu�s Francisco Carvalho Filho.


De acordo com ele, a atitude ocorrida na cidade do interior paulista � lament�vel. "Provavelmente isso � oriundo aparentemente de simpatizantes de Bolsonaro, que pressionam pesquisadores e levantam desconfian�a em torno do instituto de pesquisa", disse.


O Datafolha � um instituto independente de pesquisa de opini�o que pertence ao Grupo Folha e atua com pesquisa eleitoral e levantamentos estat�sticos para o mercado. O instituto n�o faz pesquisas eleitorais para governos ou pol�ticos.


A metodologia do Datafolha prev� pontos espec�ficos para a realiza��o das entrevistas. No caso de mudan�a para outro ponto entre os mapeados, � preciso uma autoriza��o da equipe de planejamento.


O instituto diz que, nos levantamentos nacionais ou estaduais, primeiro s�o sorteados os munic�pios que far�o parte do levantamento; depois, os bairros e pontos onde ser�o aplicadas as entrevistas.


O Datafolha tamb�m usa cotas proporcionais de sexo e idade de acordo com dados obtidos junto ao IBGE e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

 

Outras instru��es s�o as de n�o dar permiss�o para ser filmado e a de n�o usar o crach� do Datafolha enquanto estiver se deslocando, apenas enquanto estiver realizando as entrevistas.

 

 

Os pesquisadores do instituto recebem um treinamento padronizado, que determina que pessoas que se oferecem para serem entrevistadas devem ser obrigatoriamente evitadas, para que a amostra seja aleat�ria.

AGRESS�ES EM S�RIE

Entre os casos registrados recentemente no pa�s, em agosto, em Belo Horizonte, quatro homens perseguiram uma entrevistadora, chamando o Datafolha de comunista e esquerdista. Ela saiu correndo, caiu no ch�o e machucou um dos joelhos.


O grupo ent�o teria se assustado e parou de segui-la. Eles estariam tentando pegar � for�a o tablet no qual ela registrava as respostas.


Em Goi�nia, um entrevistador chegou a ser empurrado por um homem que se identificou como bolsonarista e que disse n�o querer o profissional do Datafolha nas redondezas.


Em um munic�pio do Rio Grande do Sul, um pesquisador foi levado para averigua��o por um policial que se identificou como eleitor de Bolsonaro. Antes de chegarem � delegacia, ele parou o carro e fez perguntas ao pesquisador que, na sequ�ncia, foi liberado e continuou seu trabalho em outro local.

 


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