
Relat�rio do Instituto Reuters, ligado � Universidade Oxford, aponta que a confian�a dos brasileiros em not�cias via WhatsApp � relativamente elevada (53%), assim como em not�cias acessadas via Google (57%), YouTube (46%), Facebook (40%) e Instagram (39%).
O estudo se baseia em pesquisa da empresa Ipsos feita em junho e julho, presencialmente, com 2.000 entrevistados de amostras representativas por idade, regi�o e outras. O resultado abrange as respostas dos que dizem "confiar muito" e "confiar um pouco".
Em 2018, o WhatsApp foi usado para dissemina��o de fake news durante a elei��o. A Folha revelou na �poca que empres�rios apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) bancaram disparos em massa pela plataforma com ataques ao PT.
Autora principal do relat�rio do Instituto Reuters, Camila Mont'Alverne credita � "familiaridade" do brasileiro com as plataformas o motivo do resultado. "Os brasileiros usam o WhatsApp com frequ�ncia por v�rias raz�es, incluindo se informar." A rede seria a mais usada no pa�s, alcan�ando 84% da popula��o.
E nossos resultados qualitativos, publicados no in�cio do ano, tamb�m mostram que familiaridade � um motivo importante para a confian�a", acrescenta. "O fato de serem plataformas que as pessoas utilizam bastante e nas quais veem uma utilidade provavelmente est� conectado com os n�veis de confian�a."
O levantamento tamb�m foi realizado nos Estados Unidos, no Reino Unido e na �ndia. No caso do WhatsApp, por exemplo, s� 20% dos americanos dizem confiar em not�cias recebidas por meio da plataforma. Sobre o Google, os resultados foram mais equilibrados.
Confian�a na cobertura pol�tica jornal�stica
O relat�rio, divulgado nesta quarta-feira (21), tamb�m aponta que 27% dizem confiar especificamente na cobertura pol�tica realizada pela m�dia jornal�stica no Brasil. Em compara��o, nos EUA essa confian�a � de 41%. No Reino Unido, 45%. Na �ndia, 67%.
"Os resultados do Brasil s�o t�o mais baixos que nos outros pa�ses", diz a pesquisadora do Instituto Reuters, que � brasileira. "H� uma combina��o de fatores nesse caso. Primeiro, o ambiente pol�tico conturbado e a campanha duradoura de descredibiliza��o do jornalismo profissional, com especial incentivo ao ceticismo sobre a cobertura pol�tica."
"Os resultados do Brasil s�o t�o mais baixos que nos outros pa�ses", diz a pesquisadora do Instituto Reuters, que � brasileira. "H� uma combina��o de fatores nesse caso. Primeiro, o ambiente pol�tico conturbado e a campanha duradoura de descredibiliza��o do jornalismo profissional, com especial incentivo ao ceticismo sobre a cobertura pol�tica."
O relat�rio aponta especificamente as cr�ticas constantes de Jair Bolsonaro (PL) a jornalistas. "Conectado a isso, o ambiente pol�tico contencioso faz com que as pessoas tenham reservas ao falar sobre pol�tica e tentem se afastar do assunto. Na d�vida, encaram quase qualquer coisa que tenha a ver com pol�tica com desconfian�a."
Mont'Alverne acrescenta por fim que "o jornalismo brasileiro foi uma institui��o relevante nos acontecimentos pol�ticos dos �ltimos anos, o que inevitavelmente fez com que diferentes parcelas da sociedade tenham cr�ticas ao trabalho da m�dia".